Continuação - Cap 1- Babi

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Todos começaram a rir, exceto eu e Sr. Arrogante que encarava-me, analisando-me intensamente. Eu não estava entendendo nada.

"Ok, aparentemente, eu deveria saber quem você é. Então... Quem é você?" perguntei irritada com a situação. Encarei-o enquanto esperava sua resposta e, meu Deus, os olhos dele eram de tonalidade incrível de um azul escuro, era como olhar o céu noturno.

"Querida, em que mundo você vive?" me perguntou a Dra. Joana e parecia realmente curiosa. Sério, quem falou com aquela mulher? Estava cada vez mais irritada com a situação, não era como se ele fosse o presidente ou eu tivesse alguma obrigação civil de reconhecê-lo. Odiava a ideia de está fazendo papel de boba e ser a única naquele quarto que não entendia o que porra eles estavam falando.

Antes que pudesse responder aquela sem noção ele disse "Talvez, ela não curta meu tipo de música.".

Havia um tom duvidoso em sua voz, mas a arrogância permanecia ao fundo. "Você é cantor?" perguntei. "Sim." respondeu e completou rindo "Canto música sertaneja.".

"Eu gosto de música sertaneja!" afirmei e tenho certeza que minha expressão facial mostrava o quanto estava confusa com toda aquela situação.

"Então, provavelmente, já me ouviu cantar." afirmou com se não tivesse a menor dúvida. "Talvez." Respondi e completei com toda doçura sarcástica "Ou talvez você não seja tão famoso quanto pensa.".

"Pode ter certeza que você me ouviu, baby." afirmou com altivez. Como ele conseguia ser tão, tão... Eu não conseguia achar um adjetivo suficientemente ruim para classifica-lo. Resolvi dá um basta naquela situação ridícula.

"Acho que vou lendo os próximos prontuários, se a senhora não se importar." falei olhando para Dra. PagaPau e ela notando que o clima estava tenso respondeu com um sorriso forçado "Claro! Vá".

Legal, agora com toda certeza ela iria me passar um sermão de como não devemos ser mal educados ou demonstrar antipatia diante dos pacientes. E eu achando que não tinha como piorar...

"Ahh... tchau, e boa sorte." falei sorrindo para o casal, abri a porta e fui embora sem olhar novamente na direção do Sr. EuSouFamoso.

Assim que fechei a porta, respirei fundo me arrependendo amargamente da maldita hora que aceitei acompanhar a Dra. Joana. Fui para enfermaria enquanto orava para nunca mais voltar a vê aquele imbecil.

Peguei os prontuários, mas antes que pudesse começar a lê uma enfermeira chegou apontado para o quarto que eu tinha acabado de sair e falou afobada "Meu Deus! Aquele que entrou no quarto era o cantor Felipe?".

"Parece que sim." respondi entediada. Sério? Cadê a merda do autocontrole e profissionalismo dessas duas?

"Como não sabe? Você estava lá dentro." Minha vontade era falar 'não sabendo, porra', mas limitei-me a um dá de ombros.

Ela pareceu não perceber que eu não estava a fim de dá continuidade ao assunto, pois disparou "Ele é tão sexy! Oh God! E tem uma voz incrível. Admira-me isso não está cercado de fãs ou seguranças ou os dois..."

"Aparentemente, óculos escuros e boné são um ótimo disfarce." falei interrompendo seu monólogo.

"Não acredito que é ele mesmo! Vou avisar a algumas amigas" falou enquanto pegava o celular. Imediatamente pensei no inferno que se tornaria o hospital caso ela fizesse isso e falei rápido "Não acho que seja uma ideia muito inteligente." Ela parou e me fitou com curiosidade.

"Por quê?" perguntou confusa.

"Pensa bem, se você avisar a suas amigas, elas vão avisar a outras pessoas e quando menos esperar esses corredores vão está lotados de fãs loucas e, com certeza, de seguranças, mas se você não falar nada quando ele sair do quarto poder ser que tenha uma chance de falar com ele e quem sabe até tirar umas fotos." falei tentando manipula-la para aquilo não virar um verdadeiro escarcéu! Ela pareceu achar uma boa ideia, pois seus olhos começaram a brilhar em compreensão.

"Tem razão! Porque dividi-lo? Não é como se isso acontece todos os dias." falou enquanto dava pulinhos de alegria.

Eu não queria ter que vê-lo novamente, mas também não poderia confiar que aquela enfermeira não ficaria tentada a espalhar "A fofoca do Ano" pelo hospital.

Então, rapidamente entrei no quarto e falei irônica "Acho que seu disfarce não é mesmo tão bom.".

"Sentiu saudade?" perguntou com aquela maldita cara de deboche.

"Engraçado! Há! Mas acho bom você ir embora, uma enfermeira te reconheceu e não acho que vá demorar para todo hospital ficar sabendo." avisei-o e vi seus lindos olhos se arregalarem.

"Certo! Acho melhor eu ir." disse e olhei-o com cara de óbvio "Vejo vocês em casa, quando a senhorita receber alta." completou enquanto beijava a cabeça da paciente e abraçava o marido da mesma.

Abri a porta e vi se o corredor ainda continuava livre, graças a Deus, só estava a enfermeira olhando ansiosamente para porta, dei passagem e assim que ele saiu ela se jogou por cima dele abraçando-o. Ele pareceu não se incomodar com cena e foi simpático com a enfermeira, falou um pouco com ela e tirou realmente a bendita foto.

"Linda, você poderia, por favor, esperar até eu sair para divulgar a foto?" pediu dando o sorriso molha calcinha.

"Claro!" ela respondeu parecendo hipnotizada.

Não me admirava que ele esperasse que eu lambesse o chão onde pisava, já que supostamente ele estava acostumado com isso. Virando-se ele me fitou e disse sorrindo "Até mais, quatro olhos".

"Adeus, Sr. Pop Star" falei com toda malicia e ironia que pude colocar nas palavras, então me virei e sai pisando duro.

Incrível, realmente tinha voltado para a pré-escola! Por que diabos eu tinha o chamado de Pop Star? Pensei enquanto amaldiçoava-me por ter aberto minha boca. 

My song (Minha Música)Where stories live. Discover now