Continuação -Cap 2 - Felipe

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Eu estava digitando que tudo estava bem quando senti alguém chocar-se contra meu peito.

Levantei a cabeça e ela estava com a cabeça baixa segurando um copo de café, que havia derrubado um pouco no meu braço quase me escalpelando.

"Porra!" a ouvi resmungar. Ela estava com um jaleco e longos cabelos pretos pendiam sobre as costas, mesmo com ela de cabeça baixa vi que usava óculos, não sei o que passou pela minha cabeça, mas eu estava com uma puta ressaca e agora meu braço estava queimando, então falei a primeira coisa que me veio à cabeça.

"Cuidado por onde anda, quatro olhos" falei esnobe e com um sorriso de lado. Isso a fez levantar a cabeça e puta merda! Ela era linda! Seus olhos eram de um verde-esmeralda profundo, seu rosto tinha traços lindos e bem femininos e sua pele era branca o que contrastava com seu cabelo escuro. Ela parecia irritada.

Esperei que ela me reconhecer, pois ela estava muito perto.

"Ótimo. Acho que entrei em um corredor errado e sai na pré-escola." falou irônica, revirando os olhos. Ela tinha razão... quatro olhos era um insulto bem infantil, mas só Deus sabe que foi a primeira coisa que me veio à cabeça. Levando em conta que estou morrendo de ressaca, perdoe-me pela merda que tinha dito.

"Bom, levando em consideração que você quase me escalpelou, fui generoso" falei e realmente fui generoso, poderia tê-la chamado de um repertório de nomes que iam fazer quatro olhos parecer elogio. A mulher tinha me queimado!

Ela bufou e ia dando as costas, quando não sei por que segurei seu braço e perguntei sorrindo com a sua petulância "Não vai se desculpar?".

Ela deu uma risada que parecia forçada e falou "Não! Não vejo motivo.". Puxou o braço, deu-me as costas e saiu andando parecendo está furiosa.

Dei uma risada. Ela não tinha me reconhecido! Bom, Isso era uma coisa rara!

Sai esgueirando-me pelo hospital procurando um banheiro para lavar meu braço. Achei um e graças a Deus estava vazio. Fui até a pia e lavei a região onde tinha caído café.

Tinha atingido a parte do pulso, mas não fez nenhum estrago, além de uma mancha vermelha na área. Aparentemente o café não estava muito quente. Enquanto deixava meu pulso sob a agua corrente, pensei nela.

Ela era brava, ri com a lembrança. As baixinhas são sempre bravas. Sua cabeça mal chegava ao meu ombro, devia ter no máximo 1,65m já que tenho quase 1,90m. Seu corpo estava escondido sob o jaleco, mas este delineava suas formas e ela parecia ser gostosa.

Balancei a cabeça tentando clarear as ideias, sequei as mãos e voltei ao meu objetivo de achar o quarto da minha cunhada.

Cheguei à ginecologia e tentei lembrar qual o número do quarto que minha irmã tinha me dito. Afinal, não podia arriscar perguntar e ser reconhecido.

Lembrei! Quarto 12! Passei por uma mulher de jaleco que me encarou, abaixei a cabeça e dirigi-me ao quarto o mais rápido possível. Parei em frente ao quarto e como não tinha ninguém ali tirei o boné e óculos entrado no quarto rapidamente.

Vi minha cunhada deitava sobre a cama e meu irmão do lado segurando sua mão. Reparei nas duas mulheres vestidas com jalecos de costas. Era ELA! Reconheci-a mesmo de costas pelo cabelo.

Bati a porta e ela virou-se me encarando. Olhou-me surpresa e uma expressão de raiva tomou seu rosto. Antes que pudesse falar alguma coisa ouvi meu irmão falar divertido "Cara, achei que você não viria mais!".

Provavelmente minha irmã avisou-o que eu estava vindo. "Vamos dizer que acabei me distraído." respondi sorrindo debochado enquanto encarava-a.

Sem conseguir desviar meus olhos dela, perguntei, "Então, como está meu sobrinho ou sobrinha?". Ela parecia não ter me reconhecido mesmo sem os óculos e boné.

"Estão bem." respondeu a outra mulher de jaleco enquanto me olhava com um sorriso admirado no rosto. Essa, provavelmente, tinha me reconhecido. Sorri descaradamente e ela revirou os olhos o que me fez sorrir ainda mais enquanto encarava-a.

A outra mulher de jaleco falou "Bom dia, sou a Dra. Joana, obstetra da Ana e essa é minha interna.", Apontou pra ela, mas não disse seu nome. Foi quando reparei que seu nome e sobrenome estavam bordados no bolso do jaleco. Bárbara Duarte – Medicina. O nome combinava com ela. Então, ela seria médica obstetra? Interessante.

"Então você será uma obstetra?" perguntei olhando pra ela, mas quem respondeu foi a Dra. Joana "Não!" e completou rindo "Bárbara seguirá para área da cardiologia. Posso está errada, mas acho que só está aqui para terminar de completar a carga horária obrigatória. Certo, Bárbara?".

Bárbara pareceu envergonhada e respondeu com um sorriso que parecia forçado "Certo.".

"Sr. Felipe, se não for nenhum problema, adoraria se me desse um autografo" pediu a Dra. Joana com um sorriso envergonhado. Ela realmente tinha me reconhecido, julguei pelo seu pedido e por ela saber meu nome apesar de não ter me apresentado.

Eu ainda encarava Bárbara e percebi que ela ficou muito surpresa com o pedido da sua professora. "Por que a senhora iria querer um autografo dele?" indagou confusa.

Ela não sabia quem eu era! Isso me deixou chocado. "Você não o conhece?" perguntou meu irmão que também parecia muito surpreso.

"Não..." ela respondeu bastante confusa. Céus! Isso era raro.

Todos começaram a rir, menos ela e eu. Estava muito ocupado analisando-a tentando entender se ela REALMENTE não sabia quem eu era. Ela parecia sinceramente confusa.

"Ok, aparentemente, eu deveria saber quem você é. Então... Quem é você?" ela perguntou parecendo irritada com a situação. Encarou-me esperando uma resposta e parecia analisar-me.

"Querida, em que mundo você vive?" perguntou-a a Dra. Joana antes que pudesse respondê-la. Ela pareceu furiosa com a pergunta da sua professora.

"Talvez, ela não curta meu tipo de música." argumentei. Parecia-me uma explicação plausível apesar do meu estilo musical ter virado uma febre por todo o Brasil, claro que existiam pessoas que não curtiam.

"Você é cantor?" perguntou franzindo o cenho.

"Sim." respondi e completei rindo "Canto música sertaneja."

"Eu gosto de música sertaneja!" afirmou, aparentando o quanto estava confusa com toda aquela situação.

"Então, provavelmente, já me ouviu cantar." afirmei, com toda certeza. Poderia estar sendo arrogante, mas a não ser que ela morasse em uma tribo reclusa na Amazônia, o que não parecia ser o caso, ela já teria me ouvido.

"Talvez." respondeu e completou alfinetando-me "Ou talvez você não seja tão famoso quanto pensa.". Ela era corajosa. Fazia algum tempo que ninguém, exceto minha família discordava descaradamente de mim.

"Pode ter certeza que você me ouviu, baby." Afirmei com arrogância só para irrita-la. Ela era ficava linda me encarando furiosa. Ela olhou para a professora e disse "Acho que vou lendo os próximos prontuários, se a senhora não se importar.".

O clima no quarto estava tenso considerando que quatro olhos me jogava farpas com os olhos.

"Claro! Vá" responde-lhe a Dra. Joana com um sorriso forçado.

5QTc

My song (Minha Música)Where stories live. Discover now