02. Sex

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Louis ainda continua estático. As mãos pequenas estão acopladas uma à outra para evitar seus desejos. Ele quer tocar em Harry. Ah, como ele quer e cacete, todos querem isso.

Nosso adorável cacheado está sem reação. O glóbulo ocular esverdeado e as bochechas nas quais escondem famosas covinhas acusam o nível da vergonha do rapaz. Ele não acredita no que vê. Louis está ali. Aquilo é real.

"Pode respirar, Harry. Eu já te vi várias vezes assim." exclama sem sarcasmo, sem ironia, sem indiferença. O moreno está transparente, mostrando seu verdadeiro eu: o velho Tomlinson inteiramente e completamente fodido quando se trata de Harry Styles.

"Não olhe, por favor!" pediu e desviou a atenção para a cama na qual estava deitado á minutos atrás. Os lençóis emaranhados são bruscamente puxados para cobrir o corpo nu e as tatuagens aleatórias.

O contato dos olhos do outro o queima e isso incomoda. Talvez seja pura frescura ou talvez Louis apenas não mereça ver o que viu.

Talvez Styles sinta raiva de si mesmo por ter exposto-se para alguém que nem o ama mais.

Apesar das minhas suposições sem credibilidade, o destino é um pouco surpreendente quando o assunto é o nosso querer. Nem tudo é como deveria ser, ou como gostaríamos que fosse.

Louis arrisca os primeiros passos para diminuir a merda da distância entre o corpo despido ali. Não consegue deixar de perceber os músculos tencionados do outro ou até mesmo os pequenos arrepios extremamente visíveis com sua aproximação.

"O quanto você viu?" a pergunta do mais novo interrompe as intenções de Louis. Ah, ele necessita agir. Necessita tirar a merda dos lençóis das grandes mãos e fazer do seu esposo novamente seu baby.

"O suficiente." responde com certa irritação. A demora daquela situação tortura o moreno. A cada segundo que se passa sua calça de alfaiate fica mais apertada.

Harry lança um olhar rápido para outro apertando mais o tecido em suas mãos contra si e dispara a andar em direção a alguma extremidade do quarto.

Louis suspira cansado quando percebe o que está acontecendo. "Harold, abre essa porta!" grita enquanto bate o punho fechado contra a madeira escura.

"Eu não vo-vou abrir. Vá embora, po-por favor" os soluços engasgados são audíveis. As batidas continuam constantes e os pedidos da voz aguda também.

Harry está  muito envergonhado. Apesar do outro tê-lo visto incontáveis vezes assim, ele não gosta dessa situação. Não gosta em estar nu, tocando-se e alguém o espionando, principalmente quando esse alguém é seu ponto fraco. Harry sabe que não suportaria se Louis apenas encostasse nele. Entretanto, a ira o faz ter resistência. Ah, ele está com raiva.

Raiva do mais velho sempre o manipular.

Tomlinson tenta continuar opondo-se aquela situação ridícula. Tenta, tenta, tenta e enfim acaba deixando de tentar. O encerramento das contestações alivia quem está do outro lado da porta, porém ao mesmo tempo o faz chorar mais. Ao que parece, Louis desistiu.

Louis desistiu de Harry.

Minutos se passam, o silêncio é absoluto. A ausência de qualquer ruído torna tudo mais angustiante. Todavia, de maneira estranha trazia uma atmosfera de confiança. Harry sente-se seguro em sair dali e quando destrava a porta, mal conseguiu abandonar o cômodo. Louis entra com brutalidade, empurrando-o contra a pia do banheiro.

"Mas Louis, o que vo-" e é calado intimamente sem dar permissão pra tal ato.

Não é nada mágico e nem fantasioso. Se você está esperando línguas dançando e fogos de artifício no estômago, não vai encontrar aqui. O beijo é essencialmente erótico. Não precisa de palavras, apenas de gestos e mesmo assim Louis diz "Eu preciso fuder você."

twenty three | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora