A garota do quarto ao lado

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Em uma viagem rápida em busca de descanso, Chris conhece Megan, uma garota estranha que aparece repentinamente e como um furacão deixa uma bagunça quando vai embora. Um romance inesperado e que simplesmente não era pra acontecer.

No Hotel.

Assim que cheguei ao hotel, tomei um banho quente. E resolvi descansar. Mas é claro que o jet leg não me permitiu isso. Lembrei que havia uma belíssima piscina aquecida. E mesmo que não fosse nadar, resolvi ir até lá. E levei meu notebook junto, para se tivesse alguma inspiração. Aquele bloqueio criativo já estava começando a me preocupar. Pensam que não, mas escritor sofre. E não é pouco, agora eu sabia disso, já no terceiro livro de uma saga, que deveria ser de 5 livros. "Estou perdida" Pensei entrando no elevador. Então apertei o botão do térreo. Vi os números dos andares diminuindo, e torcendo para que não tivesse ninguém lá embaixo. Haviam poucas pessoas andando pelo saguão. Passei direto por ali, e fui até a área coberta da piscina. E embora fosse cedo, não havia mais ninguém por ali. E eu podia apostar que ali naquele enorme Hotel, não havia alguém tão louco a ponto de ficar lá embaixo, não com aquele frio. Me sentei, em uma espreguiçadeira que estava perto de uma tomada. E liguei meu note. Estava com o dedo indicador na boca, decidindo se valia a pena voltar a roer as unhas ou não, quando ouvi o som das portas que davam acesso á piscina. Olhei pro lado, e uma morena, de cabelos longos, pele cor de café com leite, entrava ali, com um robbye branco e felpudo. Fiquei observando-a. Provavelmente não havia me visto. Ainda. Mas isso não muito, ela tirou o robbye de costas pra mim. Tinha um corpo perfeito. E usava um biquíni preto. Ela iria mesmo entrar na água, mesmo estando um gelo. Observei-a dar um mergulho de sereia perfeito. Ai sim reparei na piscina, deveria estar com o aquecedor ligado, já que estava subindo uma leve bruma da água. Meu notebook acendeu e o windows deu aquele aviso sonoro tipico de quando é iniciado. Digitei minha senha, e percebi que ela parara de nadar. Levantei os olhos do note, e ela estava perto da borda. Vindo na minha direção. Pôs as mãos na beira da piscina, e se ergueu, deixando a água escorrer por seu corpo.

-Desculpe, eu não queria atrapalhar... - Falei e ela sorriu, e falou com um sotaque, que não reconheci imediatamente.

-Não está atrapalhando, até porque, você chegou primeiro aqui. - Disse isso, e eu reparei em sua linda boca, que assim como o rosto, estava molhada. Senti um desejo latente de beija-la. E entendi que estava na hora de ir pro quarto.

-Vou te deixar a vontade - Falei fechando o note, e recolhendo o carregador.

-Vai embora? Só porque eu cheguei? - Seu tom foi um magoado ensaiado, e eu fiquei na duvida se eu devia ir embora, ou ficar mais um pouco, e fingir que estava cansada.

-Não, eu tenho mesmo que ir - Falei, e ela me deu um sorriso.

-Meu nome é Megan. - Disse, então entendi que embora ela falasse um portugues perfeito, ela obviamente era americana.

-O meu é Cris..

-Cris como o nome de menino? - Ela riu, mas de um jeito fofo.

-Sim, quase isso. - Falei. E ela ficou me observando, e desejei ter vestido algo melhor do que calça e casaco de moletom, para ir lá embaixo.

-Desculpe te encarar desse jeito, é que você me lembra alguém...

"Ora que ótimo, era só o que me faltava, encontro uma mulher lida na piscina, e ela diz isso. Com a sorte que eu tenho, esse alguém deve ser a irmã dela que morreu"

-Hm, é mesmo? - Foi o que respondi, e ela sorriu mais uma vez, e sacudiu a cabeça, como se tentasse afastar a lembrança.

-Desculpe se te atrapalhei quando cheguei, é que ninguém nunca fica aqui a essa hora, então... - Ela deu de ombros, e eu me perguntei quanto tempo ela estava por aqui, para já ter decorado os costumes noturnos dos outros hóspedes. Me despedi dela, e sai dali. Com vontade de bater o notebook na minha testa, devia ter convidado-a pra tomar alguma coisa. Mas além de eu sequer ter tempo pra isso ( Eu tinha que terminar dois livros razoavelmente bons em 1 ano.) ela não aparentava, em nada, que gostasse de garotas. Não era como eu, o tipo que tem que pintar as unhas com esmalte de pimenta para não roe-las, detestava salto, e usava qualquer desculpa para usar uma bota, ou tênis. O tipo que mantem a cor dos cabelos no natural, e nem muito menos o tipo que cortava os cabelos tão curtos como os meus, a ponto de não dar para amarra-los, nem se eu quisesse.

A Garota Do Quarto Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora