Capítulo 2: Pedido de socorro!

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Aquele jeito da Amber falar, ela escondia algo pra si mesma. Eu tentei resistir à birra dela, mas não funcionou.

—Amber. —eu bati na porta do porão. —Eu posso te ajudar!

—Não você não pode. —ela disse com uma voz chorosa. —Ninguém pode.

—Eu posso, sai daí, eu te ajudo. —eu disse como segunda tentativa. —Vamos?

  Desta vez ela não se deu nem o trabalho de responder. Isso me fez perceber que a minha vó não escondia nada naquele sótão, mas sim Amber.

  Já farto de tentar tirar aquela mulher sótão à fora, eu voltei pro meu quarto. Coloquei uma música do Aerosmith (I Don't want to miss a thing) esta sim servia perfeitamente pra me acalmar.

Don't wanna close my eyes
I don't wanna fall asleep
'Cause I'd miss you, babe
And I don't wanna to miss a thing
'Cause even when I dream of you...

  No primeiro minuto da música já peguei no sono de imediato, e só acordei no dia seguinte com a Amber sentada do meu lado na cama.

—Bom dia. —ela disse sorrindo. —Tudo bem?

—Amber? —eu disse sério. —Você não estava...

—Anda, vamos passear. —ela disse pegando na minha mão e puxando-me da cama. —Esqueça disso, em outro momento conversamos.

  Eu assenti em conversar em outro momento, mas qual seria? Será que ela estava me enganando?
   Fui no banheiro e tomei um banho relaxante, minha vontade foi não sair de lá. Quando acabei, coloquei uma bermuda escura com uma blusa polo branca. Assim que saí fui surpreendido pela Amber, uau...

   Ela estava maravilhosa. Um vestido floral com o fundo branco, uma sapatilha branca. Estava divina, as cores na qual ela usara realçou muito mais a sua beleza, fiquei alguns minutos boquiaberto, até ela me acordar do meu sonho real.

—George? George? —ela disse balançando a mão na frente dos meus olhos. —George!

  Ela tinha soltado um grito estridente, acredite.

—Oi, desculpa. —eu disse chacoalhando a cabeça várias vezes. —Vamos? Cadê a vovó?

—Ela não vai. —ela sorriu. —Vamos.

   Andamos pelo mato da fazenda da minha vó, até que avistei um banco e pedi para dar uma pausa na nossa caminhada.
   Sentamos, e nem fui eu que precisei tocar no assunto. Ela mesma se prontificou.

—Olha, aquilo que houve ontem...—ela disse tirando o cabelo do rosto devido ao vento. —esqueça, ok?

—Você não quer ajuda? —eu disse olhando fixo pra ela.

—Não. —ela disse fazendo um gesto de negação. —Não preciso de ajuda alguma, eu só tenho problemas como qualquer outra pessoa. Entende?

—Só quero que saiba que se precisar eu vou te ajudar. —eu sorri. —Mas se não quer, ok. Eu respeito.

Achei que fosse ser difícil, mas não foi. Amber se derramou em lágrimas ali do me lado, fiquei impressionado.

—Eu não aguento mais George. —ela disse se encolhendo. —Tudo isso que tá acontecendo, não é de Deus. Aliás, está longe de ser.

Fiquei olhando pra toda aquela situação sem entender nada.

—Você quer falar comigo sobre isso?

Ela concordou com a cabeça.

—Preciso muito de ajuda, George.

—O que está acontecendo? —eu perguntei.

—Lembra quando minha avó disse que os meus pais morreram? —ela suspirou. —Meu pai morreu e minha mãe também, mas a minha mãe ressuscitou.

—Como? Quero dizer, isso é impossível.

— Não, não é. De início eu também achei que fosse mas...

Lembranças Amber:

*Eu tinha ficado com muita depressão, e a única que me quis da família foi a minha avó...*

*Mesmo com todo o apoio da minha avó, eu não sai da depressão...*

*Só que um dia, especificamente, uma noite, minha vó saiu pra igreja e me deixou sozinha em casa. Foi quando eu vi uma criatura, diferente de todas que eu já vi. Era assustador no primeiro momento, mas depois me acostumei com a sua feição...*

—E o que essa criatura queria? —eu disse.

*Ele sabia tudo o que eu pensava, tristezas, momentos de felicidade (estes eram raros). Ele me confortou quando eu precisei, me confortou melhor do que eu pensava...*

*E ele um dia me perguntou...

—O que você quer?

E eu sem ação respondi...

—O que eu quero você não pode me trazer...

—Eu posso tudo.

E sem mais delongas eu disse que queria duas pessoas de volta...*

*Ele disse que só podia trazer uma, e eu coloquei na balança quem importava mais pra mim, minha mãe ou meu pai?*

*Decerto que era a minha mãe, e ele disse que podia trazê-la. Desde que eu fizesse um favorzinho pra ele: Em troca da minha mãe, eu desse outra pessoa pra ele...*

*E eu não sabia quem...foi aí que eu pensei "por quê não minha vó?" Eu combinei que iria dar sim essa pessoa, e mais que rapidamente minha mãe meio que reviveu...*

—Como pode isso?

*Ele é poderoso, no final do nosso trato eu perguntei seu nome. Lúcifer, ele disse. Incrédula eu xinguei ele de tudo quanto é nome, mas infelizmente a promessa já estivera feita. Minha mãe me liga sempre, mas eu não consigo vê-la, nem senti-la. Eu juro que tentei fazer de tudo, e ele me deu um prazo de 2 anos...*

*Esse era o ano final, se eu não fizesse eu ia perder a pessoa que eu tinha colocado em jogo e a minha mãe junto.*

Lembranças Amber off.

—E desde então eu não tenho paz, não durmo...e aquela criatura, me assombra até hoje. —ela disse passando a mão no rosto pra cessar as lágrimas. —Não tem como você me ajudar.


E aí, o que estão achando? Particularmente achei que esse capítulo ficou bom. Haha. ^^
Me superei? :)

À um passo do inferno (temporariamente parada) Onde histórias criam vida. Descubra agora