O médico, um homem calvo que disfarçava em vão com os seus cabelos a sua careca mas que parecia ser bastante simpatico,segurou o braço de Gustavo e aplicou uma agulhada no braço do astronauta que olhava desconfiado para aquele líquido brilhante e de cor indefinida na seringa .
–Em pouco tempo "vosmecê" vai se sentir melhor. Isso aqui é uma revolução da nossa medicina. Conseguimos fazer os ossos e células do corpo humano se recuperar da maioria dos tipos de acidentes até em menos de 24 horas –o médico disse para Gustavo ao notar o seu olhar para a seringa .E acrescentou por curiosidade – Já tem essa invenção na Terra?
– Ainda não –repondeu Gustavo.
Aquele lugar era estranho ,até onde ela sabia podia virar uma espécie de fada depois de terem injetado aquilo nele.
Mas tinha que admitir que mesmo com pouco tempo de aplicação do que seja la que fosse aquilo a dor diminuiu consideravelmenteO médico deu um sorriso orgulhoso e colocou novamente a seringa dentro da sua valise de medico.
– Fique em repouso umas 12 horas –ele faz um aceno e sai deixando o rapaz sozinho no quarto.
Gustavo foi hospedado na casa do senhor que veio conversar com ele.E que lhe contou a história mais doida que ele ouviu na face da Terra.Ou fora da Terra. Ou seja lá onde ele foi parar...
Suspeitava na verdade que aquilo era um especie de hospício disfarçado.
A porta do quarto se abriu novamente dando entrada para a neta de seu anfitrião que trazia com ela uma bandeja onde havia pão e um potinho ao lado.
A barriga de Gustavo roncou .Não havia percebido até aquele momento o quanto estava com fome.A garota colocou a bandeja no seu colo.
–Minha avó mandou eu trazer algo para te alimentar. Espero que goste – ela sorriu um pouco encabulada para ele, corando ainda mais as suas bochechas.
–Obrigado –ele pegou um pedaço de pão com o braço menos prejudicado e deu uma mordida nele.
A garota continua o encarando curiosa com os seus enormes olhos castanhos.
–O que foi?–Gustavo perguntou incomodado.
Ela tirou um objeto de dentro do bolso do seu vestido simples.
– Eu queria saber o que é isso.Esse trem fez um barulho danado no dia que chegou aqui.
Os olhos de Gustavo cintilaram ao reconhecer o que a garota tinha nas suas mãos.
–Tem sinal aqui.?– ele gritou animado estendendo a mão em direção ao smarthphone.
Manuela entregou o aparelho em sua mão e voltou a sua posição anterior.
O rapaz olhava o celular como se fosse algum grande tesouro,quase como quando seu avô concluía um projeto que julgava ser muito importante–Eu acho que depois estragou.– ela o informa depois de ver ele apertando os poucos botões daquele treco em total desespero.
–Esta sem bateria –ele diz desanimado, sua primeira chance de sumir dali foi por terra abaixo.– O que vocês fazem com isso na Terra?– Manuela se aproxima alguns passos dele
Ele dessa vez observou Manuela .Os cabelos castanhos e encaracolados emoldurado o seu rosto de traços delicados, a bochechas rosadas , ela não tinha a beleza que ele estava acostumado , parecia mais com uma boneca de porcelana.De fato ela era muito bonita.
Podia ser louca, mas era uma louca que tinha seus encantos.Os olhos castanhos de Manuela continuavam o encarando curiosos.
– Com o celular nós fazemos ligações de qualquer lugar, tiramos fotos, fazemos vídeos, instalamos aplicativos . Você nem imagina o tanto de coisa que podemos fazer com essa caixinha.
– Essa coisa pequena tira foto?-ela apontou o celular .
– Tiram.Aqui vocês usam aquela que faz um estrondo,não é?-Gustavo perguntou se lembrando das novelas de épocas que sua mãe acompanhava.
–Não –Manuela balançou a cabeça e junto os seus cachos –As vezes nós usamos a lambe lambe, mas eu gosto mais é de tirar foto com o espelho.
– Na frente espelho.-ele a corrigiu
A garota enrugou a testa
–Com o espelho!Assim, veja.– ela foi até o espelho e mexeu em uma alavanca que ele nem havia percebido e se posiciona na frente do espelho, cheia de pose e logo após a imagem se fixa no espelho, elq então clica na alavanca de novo e tira um papel com a foto.
Gustavo pisca duas vezes tentando compreender o que viu diante de si.
Até onde saiba aquele tipo de tecnologia ainda não existia.
Talvez aquilo não fosse de todo uma loucura.
Os dois começam a conversar sobre coisas da Terra e dali
O assunto durou até a avó de Manuela vir a chamar por não ser de bom tom a garota ficar a sós tanto tempo com um rapaz.
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Perdidos no Espaço
DiversosNão chega ser ficção científica, mas é coisa de outro planeta