A Despedida

3 - Despedida parte 1

POV Cledivan

Ainda custo a acreditar que ela aceitou conversar comigo. Fiquei muito feliz que não escondi o tamanho da minha felicidade assim que ela falou que sim, que poderíamos conversar, não esperava essa atitude dela! Será se ela mudou a sua opinião sobre mim? Calma Chimbinha, não seja precipitado, é apenas uma conversa, nada além disso, não crie ilusões que nunca irão acontecer, não depois desses acontecimentos ao longo desses meses. Mas confesso que ao vê-la a chama da paixão que eu sentia ou sinto por ela acendeu, tava maravilhosa, aquele sorriso cativante que me fascina, aquele jeitinho de moleca, como eu amo essa mulher, cheguei acreditar que não a amava mais, que só sentia raiva pelo o que ela fez, afastando os bens mais preciosos da minha vida, nossos filhos, mas estou aqui, com um sorriso gigantesco que transborda pelos poros, parecendo um bobo, um adolescente de 14 anos quando se apaixona pela primeira vez.
Já eram 16:20, me arrumei, pôs o perfume que ela amava (Não sei por que o pôs, mas senti necessidade de usá-lo) fui direto para a cede esperar por ela, para termos a nossa conversa.

POV Joelma

Cheguei em casa, Yasmin já havia chegado da aula de canto, a dei um beijo, sentir que ela estava diferente, dessa vez não me ignorou. A chamei para conversar e ela me ouviu tranquilamente sem me interromper. Conversamos sobre a relação dela com o pai, e por incrível que pareça ela concordou comigo, sei que havia errado em envolver os meus filhos nisso tudo, e não deveria ter falado coisas absurdas sobre o pai deles, e também não tinha necessidade, mas fiquei cega pela raiva e o rancor que emanava de mim. Depois de nossa conversa, subir para me arrumar e ir para a antiga cede ter a conversa com o Chimbinha! Uma hora depois desci, comemos algo e em seguida saímos, levei a Yasmin para a casa de uma amiga dela, ela perguntou onde eu iria, falei que ia sair com o meu empresário para acertarmos algo em relação ao shows pendentes, ela me olhou estranho mais não fez perguntas.

Antiga Cede ( Banda Calypso )

Cheguei 10 minutos atrasada, ele já havia chegado pois vi um carro estacionado na garagem, passei direto e ao abrir a porta o encontrei sentado no sofá, mas sobressaltou assim que o seu olhar cruzou com o meu, uma onda de adrenalina percorreu meu corpo quando seus olhos encararam a minha boca descendo descaradamente pelo meu colo e parando em minhas pernas, não sei o que havia acontecido, mas corei de imediato com a sua investida direta pelo meu corpo.

-Oi. - Foi a única coisa que conseguir falar, ele deu um sorriso amarelo e me respondeu, convidando-me para entrar já que ainda estava em pé na porta. -Bom, o quê você quer conversar?.- Falei e sentei-me em sua frente.

-Você está bem?.- perguntou-me e respondi que sim, graças a Deus que sim .
- Bom, é sobre Yasmin e Yago. Não foi justo e nem certo o que fizeram Joelma, nossos filhos não tiveram nada haver com o que aconteceu, não suporto mais viver sem a presença deles, que são tudo na minha vida e você sabe bem disso. Eu sei que errei muito, fiz muitas burradas, mas você também errou, erramos juntos, se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo diferente, mas não é possível, infelizmente! Você deixou pessoas entrarem em nossas vidas para acabar com ela, deixou segundos e terceiros emoldurar a sua vida Joelma, você sempre foi muito ingênua para enxergar quem realmente são as pessoas, ou é isso ou você tem medo de se decepcionar, e ver quem eles realmente são, não sou uma pessoa que não tem erros, tenho sim e são muitos, e você sabe disso, mas isso não vem ao caso agora.
Eu só quero o amor dos meus filhos de volta, não suporto mais viver sem eles, eu te imploro Joelma, não afasta mais os nossos filhos de mim, eu já paguei por tudo o que eu fiz, e estou pagando ainda, ficar longe deles foi a pior coisa.- Tudo o que ele falou faz sentido, e sei que é verdade, me doeu quando ele parou de falar baixando a cabeça, percebi que ele estava chorando, me partiu o coração vê-lo dessa forma, mas ele que quis assim, ele que fez burrada, sei que tive culpa, e muita, mas é difícil perdoar e esquecer, por mais que eu peça a Deus sabedoria para fazer a coisa certa, e ser uma pessoa melhor, que não guarda mágoa nem rancor.

-Sabe, hoje eu chamei Yasmin para conversar sobre a relação de vocês, ela no início não queria aceitar falar desse assunto, mas entendeu que você é o pai dela independente de qualquer coisa, e saiba que ela e Yago te ama muito. Sei que errei em falar coisas de você para eles, sei que não deveria ter feito isso, mas fiquei cega pela raiva que sentia por você, você me magoou e me decepcionou muito Chimbinha. Eu sei que deixava pessoas darem opniões sobre a nossa relação, isso eu não poderia admitir, eu sei, errei nisso, mesmo assim, não era motivo para você fazer o que fez, mas isso não vem ao caso agora.- Dei um longo suspiro e continuei.
- Sempre que quiseres, Yasmin irá para a sua casa passar alguns dias com você, não se preocupe em relação a isso, ela já aceitou, e Yago volta de vez para o Brasil em Agosto, tenho certeza que ele está com saudades de você.- Ele me olhava com brilho no olhar, ele chorava, mas dessa vez era de alegria, sua felicidade era sem tamanho, me senti bem ao vê-lo assim, fazer isso era uma forma de me redimir por ter afastado as crianças dele!

-Obrigado Joelma, obrigado mesmo, você não sabe o quanto estou feliz, nossos filhos são minha vida, meus maiores tesouros que Deus me presenteou. Você me surpreendeu muito, não esperava isso, muito obrigado.- Ele foi rápido, eu não esperava essa atitude dele, ele veio com tudo encima de mim, me abraçando fortemente, demorei alguns segundos para retribuir, o abracei fechando os olhos e sentindo aquele cheiro vicioso dele, filho da puta, usou o perfume que me deixava louca quando morávamos juntos, isso é golpe baixo, e para completar o cara tava crescendo entre as suas vestes, fiquei excitada ao sentir o seu amiguinho se animando lá em baixo, pai amado eu já esteja toda molhada só de senti-lo, o cara ainda alisava toda a parte das minhas costas e Cintura, respira Joelma, conta 1,2,3,4,5... Deixando meus devaneios de lado, larguei dele com um pouco de dificuldade, evitei olhá-lo, sabia que estava igual a um pimentão de tão vermelha.

-Bom, tenho que ir agora, tenho que pegar Yasmin na casa da amiguinha dela! Qualquer coisa você liga pra ela, e perdão pelo o que eu fiz.- Falei sincera.

-Me perdoa também, por tudo o que eu fiz você passar, perdão Joelma,e obrigado mais uma vez.- Dei um sorriso e virei-me para ir embora, mas assim que cheguei na porta com a mão na maçaneta virei-me para ele.

-Adeus Chimbinha, essa é a última vez que iremos conversar e nos ver. Talvez te encontre por aí um dia, acho meio impossível, então Adeus. - Esse último adeus falei com um pouco de dificuldades, sabia que seria um adeus para sempre, por mais difícil que fosse. Assim que abrir a porta para sair, ele me puxou bruscamente colando nossos corpos, com essa atitude inesperada o meu auto controle foi para o espaço.