No open cases

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A Dra. Sweedan deu um calmante intravenoso para o anônimo, pois seus batimentos cardíacos estavam realmente alterados e suas reações aos exames sempre envolviam jogar algo na doutora. Um bandeja de comida, um travesseiro e até empurrou uma mesa sobre ela. Foram necessários três enfermeiros para segurar o rapaz e assim aplicarem o sedativo, ele dormiu em minutos.

Cortes nos pés, nas mãos, alguns no rosto e cicatrizes antigas, porém ele parecia saudável. Não estava abaixo do peso e nem mesmo com aparência cansada, muito pelo contrário, ele estava forte e tinha uma ótima musculatura. Se não fosse pelo comportamento anormal e a clara falta de cuidados; como corte de cabelo, unhas e uso de roupas; ela poderia dizer que ele é apenas um garoto do colégio que bebeu demais em uma festa de adolescentes imprudentes.

- Como ele está, Liza? - perguntou Karl a esposa quando ela voltou.

Max ainda estava ali a pedido de seu chefe. Se dependesse dele, teria ido embora no mesmo momento que o garoto rosnou para ele quando disse que deveriam levá-lo para a delegacia. Karl pensou que com essa atitude, o rapaz entendia pelo menos um pouco do que eles falavam.

- Tivemos que sedá-lo, estava muito agitado e não deixava que eu fizesse os exames. - informou. - Levamos amostras de sangue para análise e tiramos raio-x de algumas regiões, mas ele me parece muito bem.

- Ele estava agitado? - questionou confuso. - Ele estava quieto comigo.

- Ele não deve estar acostumado com tanta luz e pessoas, mas vai sobreviver. Além de alguns cortes, ele está bem. - conclui para tranquilizar o marido. - Onde vocês o acharam?

- Na floresta, andando nu e agindo feito um animal. - Max respondeu e recebeu um olhar repressivo de Karl. - Que foi?

- O que você acha de ir ver se temos algum desaparecido que bate com as características dele? - sugeriu Karl, ele sabia que não encontrariam nada por enquanto, porém não aguentava mais Max reclamando e chamando o pobre garoto de animal.

- Posso? - Max perguntou, levantando-se.

- Vá logo. - revirou os olhos e olhou para a esposa que sorria. - Quando ele vai acordar?

- Em algumas horas, tenho alguns testes cognitivos e reflexivos para fazer. Assim que ele acordar, eu te chamo para assisti-los. - a mulher sorriu, tentando passar confiança ao marido.

- Okay, vou ficar aqui esperando. - informou.

- Dra. Sweedan, Bloco 6. Cardiologia. - uma voz feminina soou pela sala de espera e a doutora obedeceu, depois de se despedir de Karl.

(...)

Algumas horas mais tarde...

Já era de madrugada quando o garoto acordou, ainda sonolento e confuso, ele tentou se levantar e notou que suas mãos e pés estavam presos. Olhou ao seu redor e sentiu-se perdido, queria ver o homem gentil que o trouxe para cá mas não sabia como pedir isso, também estava com fome porém ele jogou nos enfermeiros aquilo que disseram ser de comer.

Durante o caminho até o hospital, ele ouvia os dois homens conversando e via que as palavras não lhe eram totalmente desconexas, na verdade, ele entendia várias coisas. De repente, a porta se abre e ele automaticamente cerra o maxilar.

- Oi, você acordou... - disse a doutora com uma voz amável e sorrindo, ele relaxou um pouco. - Quer que eu te solte? - ela perguntou, apontando para seus pulsos.

Ele estava confuso, apenas olhou para seus pulsos e tentou se soltar, eram mais fortes do que ele, ainda mais estando sonolento. Liza sentia que precisava cuidar dele e tentar fazê-lo falar, só não sabia como. Quando o garoto chegou, Karl e ele pareciam ter uma ligação, porque tudo o que seu marido indicava para ele fazer, ele fazia.

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