Capítulo 1

138 7 2
                                    

Ping, ping, ping... Os respingos de água das ondas que batem nas pedras. A areia macia sendo aquecida pelo sol, espelhando os seus raios. A brisa leve e gelada soprando como um suspiro. Os cabelos negros escorridos pela água. A pele brilhante acumulada com pingos transparentes. Os pés mexendo como nadadeiras.

Maya abre os olhos, com a visão embaçada. Uma sensação estranha corre pelas suas veias, uma sensação fantástica, irreal, que chega a ensurdecer seus pensamentos. Sente que está mudada.

Quando consegue finalmente distinguir formas, com os seus claros olhos tons de mel, percebe que está diferente. A garota começa a beliscar-se tentando acordar desse profundo sonho, até que suas mãos entraram em seu campo de visão. Os dedos juntos como se feitos propriamente para a locomoção... pelas águas.

"Uma sereia?" pensava totalmente confusa "Como isso é possível?". E continuava beliscando-se para acordar daquele sonho extremamente real. Sentiu as ondas quebrando no que antes chamava de pernas. Tudo aquilo parecia tão realista, não era como se estivesse dormindo.

Ela sentia o gelo da água sobre sua pele, ao mesmo tempo em que sentia a areia quente envolvendo suas mãos. "Estou em coma. Tendo alucinações!" convencia-se Maya em seus pensamentos, não podendo aceitar que o que estava sendo visto naquele momento, estava realmente acontecendo. Então começou a gritar, não tinha como não acordar.

- Alguém me ajude! Acordem-me! – e percebeu que a água começou a movimentar-se, como se houvesse um peixe nadando. De repente, Maya avista uma cabelereira loira emergindo do mar, juntamente com sua longa cauda brilhante.

- Olá, estávamos a sua espera – começou o estranho ser, discursando – Chamo-me Isis, venho em nome do Rei de Dhanariatis, nossa cidade no fundo do oceano. É um pouco distante daqui.

- Você é uma... sereia? – pergunta Maya espantada.

- Sim, assim como você. Como seria o seu nome, minha cara?

- Meu nome é Maya. Como eu fiquei... assim? – questiona a menina ainda sem entender nada.

-Não te avisaram? – perguntou Isis com um suspiro – Sempre fazem isso. Você, Maya, é a única que pode ajudar a salvar nossa espécie. Estamos tendo problemas com o irmão de Poseidon, Deus dos oceanos. Ele está tentando afundar nosso reino nas trevas. Ele usa... magia – ao dizer essa última palavra, Isis engoliu em seco.

- Mas... - começou Maya.

- Vamos, Poseidon está esperando por você. – interrompeu Isis, para que não houvesse mais nenhuma pergunta. Então ela imerge novamente, sinalizando para que a menina siga-a.

Maya, com muita hesitação, logo segue atrás da mulher.

Entre SereiasOnde histórias criam vida. Descubra agora