Capítulo 3

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- Mas isso não faz o menor sentido! - exclama Maya levando as mãos à cabeça num gesto indignado - O que o impede de me matar, simplesmente por eu ser uma garota? Vilões, geralmente, são impiedosos até com crianças!

- O que a senhorita não entende, senhorita Maya, é que Júpiter não é um vilão - explica Isis, enquanto penteia os sedosos cabelos de Maya - Ele é uma pessoa, que apenas se zangou com o seu irmão. Isso acontece.

- O que não acontece, Isis, - diz Maya virando bruscamente - é querer punir uma população inteira por causa de uma briga estúpida entre irmãos!

- Senhorita, permita-me dizer - responde Isis, ajeitando-se na cama em formato de concha - Mas não é bem assim. Foi mais do que uma briga para decidir quem vai ficar com o último pedaço de gryanf - Maya depois descobriu que "gryanf" significa "pizza" na superfície  - Foi uma batalha caótica pela disputa dos tronos.

- Por que aconteceu? Eles não podiam, simplesmente, governar juntos? Violência nunca é a solução - diz Maya, que não acreditava no que estava ouvindo ou o quê estava acontecendo. Como Isis podia ser tão contraditória?

- O rei Poseidon é um pouco... possessivo. Ele gosta de estar no poder e não suporte ter ninguém tagarelando regras no ouvido dele. Por isso que a Corte é afastada. Por ele nem haveria uma Corte.

"E isso zangou Júpiter. Ele não aceitava ser deixado em segundo plano. Já que era o irmão mais novo, ele seria tratado como uma criança. Sempre fora. Então Júpiter decidiu golpear Poseidon pelas costas. Mas seu golpe foi descoberto, e saiu pela culatra. O Rei começou a dizer o quão irresponsável ele era por tentar fazer aquilo,  e como os seus pais deveriam estar se contorcendo por terem criado uma praga como ele. Júpiter não admitiu e ameaçou o reino inteiro de Dhanariatis. Ele sempre apreciou a magia negra e foi assim que disse que devastaria a cidade. Poseidon o expulsou, e então Júpiter fundou um outro reino do outro lado do oceano, chamado Jupthares, onde dizem que as pessoas vivem na escuridão."

Maya ia dizer algo, mas decidiu ficar calada. Realmente não era algo tão simples assim. 

As duas sereias ficaram em silêncio por alguns instantes. Observando a luz da Lua refletir sobre as águas balançantes. Era visível a paixão de Maya pela imensidão do oceano.

- Então... - começou Maya olhando para Isis - Como irei derrotá-lo?

Isis abre um grande sorriso e vira para a garota.

- Seu treinamento começa amanhã, senhorita.

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