Kyungsoo
O sabonete caiu da minha mão, abaixei-me devagar e o peguei. Deixei escapar um breve soluçar junto de finas lágrimas. Terminei de me ensaboar e coloquei o sabão de volta ao lugar, enxaguei o corpo bem devagar.
Eu estava no pequeno apartamento que aluguei para passar as férias em Seoul. Fui pra lá logo após minha briga com Sehun. Tive que fazer um grande esforço para convencer Chanyeol de que era melhor eu ficar sozinho, mas Kai foi contra. Para que eu pudesse ficar sozinho tive que aceitar Kai dormindo no sofá do apartamento até eu e Sehun ficarmos de bem. O pior de tudo era saber que eu magoei os sentimentos de Baekho.
Peguei a toalha e me sequei rapidamente. Vesti a cueca, calça de moletom, um par de meias brancas, uma camisa de mangas compridas e um casaco verde alface. Abri a porta e caminhei até a cozinha – que era dividida da sala por apenas uma bancada de mármore –, e não pude deixar de olhar para o corpo que dormia no meu sofá. Kai estava coberto por um lençol azul, com a cabeça em um travesseiro gordo, seu braço estava apoiado na barriga enquanto o outro estava caído – deixando sua mão encostada levemente ao chão.
– Voltar à Seoul – bufei – foi a pior coisa que já fiz.
Peguei um bule e pus água, acendi o fogão e deixei a água aquecendo. Caminhei até perto da porta de entrada e regulei o aquecer aumentando a temperatura. Passei as mãos nos braços para espantar o frio e voltei para a cozinha. Sentei em um dos altos bancos de madeira e olhei mais uma vez para o Kai. Fiquei me perguntando por que ele não tinha ido atrás de mim assim que deixei a cidade para ir morar no interior. Eu queria concertar minha vida, deixar tudo no devido lugar, essa era minha intenção de deixar Seoul. Porem Kai não foi atrás de mim, talvez ele não tenha entendido meus motivos.
O barulho do bule me despertou do transe e também acabou despertando Kai. Virei rapidamente e desliguei o fogo, peguei o bule e o coloquei na bancada, voltei a me virar e fui em direção ao armário que ficava encima da pia, abri a porta e levei a mão em direção a uma xícara, senti um corpo encostar-se a minhas costas e vi uma mão tomar a frente da minha e pegar um copo grande de vidro. Virei para trás e dei de cara com o sorriso débil dele. Seus olhos estavam tão pouco abertos que parecia ainda estar dormindo.
Kai se virou e foi até a geladeira, encheu o copo com leite e ficou apoiado nos cotovelos na bancada. Respirei fundo e peguei a xícara, coloquei um saquinho de chá e me sentei no banco. Coloquei água na xícara e esperei o chá dissolver. Levei os olhos até as mãos de Kai – que estava ao meu lado –, ele pegou o copo – eu fui seguindo aquele movimento – e levou até os lábios, enquanto o mesmo provava o líquido uma gota escorreu pelo canto daquela boca carnuda.
Ele deu uma risadinha e limpou o canto da boca.
– É sério entre você e o Aron ? – perguntei seco. Não quebrando o gelo, mas fazendo o momento se tornar mais frio ainda.
– Kyungsoo não precisamos falar sobre isso.
– Eu quero. – mudei o tom de voz, tornando-a um tanto melancólica. – Você sabe que não pode me negar nada. – essa foi a gota d'água, Kai teria que ceder ao meu pedido.
Ele mordeu o lábio inferior e suspirou.
– Depois que você foi embora eu estava sempre dopado de remédios, minha depressão estava acabando com tudo a minha volta... – Ele fungou e segurou as lágrimas – Kyung eu senti tanta falta de você, a cada dia era como se meu corpo fosse incinerado mais uma vez. Eu ficava chamando-o, sempre, mas você nunca vinha me ajudar. Taemin pensou em me internar, mas por sorte meus pais vieram cuidar de mim. Então um dia eu estava no AP do meu pai, quando alguém bateu na porta...
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Handy Man
FanfictionNosso futuro depende principalmente de cada um de nós, mas quando se trata de Kai esse assunto é um tanto complicado. O que ele sente por Kyungsoo não é motivo de um conflito interno e sim de pequenas duvidas em relação a si mesmo. Já para Ky...