Um desejo para dois

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Kyungsoo

O relógio em meu pulso marcava três da tarde quando cheguei à casa de Kai e Taemin. Fui recebido por Taemin, que como sempre me olhou indiferente e me convidou para entrar. Não trocamos se quer uma palavra, mas saber que estávamos jogando do mesmo lado da guerra já era um tanto confortável.

Fiquei sentado no sofá enquanto ele foi pegar um pouco de limonada para nós dois. Ouvi uns barulhos e pensei estarem vindo da cozinha, até que gritos começaram a ecoar na casa - que era bem silenciosa.

- Droga ! - Taemin gritou. Aparecendo na sala e subindo as escadas.

- O que está acontecendo ? - perguntei confuso e o segui.

Quando chegamos ao segundo andar os gritos e barulhos estavam mais fortes. Taemin começou a socar uma porta e tentar - sem sucesso - abrir a maçaneta, estava trancada. Fiquei observando a cena e ouvindo os barulhos, era óbvio que aquele era o quarto de Kai. Por que ele estava se machucando ?

- Kai abre essa droga de porta ! Você vai acabar se matando ! - Taemin berrou nervoso, furioso, não tinha diferença. - Droga Kai ele já está aqui ! Eu prometi lembra ? - dessa vez abaixou um pouco o tom da voz.

Os barulhos cessaram. Depois algum móvel foi arrastado e a porta se abriu, apenas abriu, ninguém apareceu.

- Vai lá.

- Eu ? - perguntei assustado. - Nunca vi o Kai agir desse jeito e... - fui interrompido.

- Kai não vai mata-lo. Agora entra e conversa com ele, foi pra isso que você veio, ou foi pra tomar limonada comigo ?

Taemin passou por mim e desceu a escada, ríspido.

- Kai... Posso entrar ?

- Claro. - sua voz estava baixa e chorosa.

Aproxime-me mais da porta, mas não entrei - sem motivo. Fiquei parado entre a porta com o tronco encostado no canto da mesma. O quarto estava uma zona, não uma zona comum que se passeia em meias, cuecas e roupas sujas, mas uma zona de livros rasgados, revistas picotadas, quadros quebrados. O chão estava coberto de plumas de travesseiros - que por sua vez as fronhas estavam presas no ventilador de teto. As cortinas fechadas só contribuíam para um ambiente mais "sombrio". Oque mais me surpreendeu foi uma cadeira quebrada que estava bem ao lado da porta.

- Ei. - Kai chamou minha atenção.

Foi então que eu me desliguei do aspecto do quarto e me concentrei nele. Estava descalço, sem blusa e com calça de moletom preta. Seu cabelo estava sem vida e bagunçado, os olhos inchados, e a pele morena tão exótica estava um tanto cinza.

- Você está bem ? - fui até ele e sentei ao seu lado na cama.

- Não seja irônico. Estou pirando.

- Acho normal descarregar a raiva, da maneira certa é claro. Não faça igual aos meus alunos que se metem em confusão quando se sentem frustrados.

Kai me encarou. Confesso que estremeci e meu interior começou a pegar fogo, desejei que ele me beijasse naquele momento, que me possuísse ali mesmo, naquele quarto aos pedaços.

O moreno me jogou pro lado, deitado na cama, se posicionou encima de mim, segurando meus pulsos - pressionando-os no colchão. Senti as pernas dele apertando mais ainda minhas coxas, não tinha saída.

- Eu vou te beijar Kyungsoo. - não sei como ele falou, o jeito, apenas sei que foi exatamente isso que escutei antes de sentir os lábios dele no meu.

Handy ManOnde histórias criam vida. Descubra agora