São Paulo, Capital, 2019
- E achei que havia sido assustador quando vi o primeiro desses "diabos" na minha frente – sorriu Saulo por um breve momento – filho, você deve ter se borrado todo.
- Foi mesmo assustador, mas esse foi só o começo, velhinho – inclinou a cabeça para traz tentando aliviar a dor no pescoço devido o desconforto.
- Então continue Lucas, estou curioso para saber como não morreu sendo tão bobinho como era.
Passos Gloriosos, interior de São Paulo. 2016
Lucas Bryan
Comecei a correr como um louco por alguns metros. Foi como aqueles sonhos que temos as vezes, sabe? Você tem que correr de algo, tenta com todas as forças, mas não sai do lugar.
- Ele não deve mais estar atrás de mim – imaginei.
Ainda indo para frente virei o pescoço para conferir. O desgraçado deu um salto em minha direção de pelo menos dois metros me levando ao chão. Bati a nuca no piso frio que me levou a ficar tonto. Parecia que tinha muita raiva de mim, começou a desferir inúmeros murros sobre minha face estando montado sobre meu corpo. Um de seus joelhos pontudos esmagava meu estomago, logo senti meu nariz se partindo com um dos golpes. A dor tomou conta de meu ser e minha vista estava se escurecendo, o medo e a dor fizeram uma junção que eu não conseguia concentrar forças para sair daquela posição. Minha única postura diante daquela cena era tentar pelo menos, proteger o que ainda sobrava de meu rosto. Para alguém morto ele era bem forte, a sessão incansável de socos descoordenados insistia em não terminar. Por um momento ele finalmente parou me dando um curto espaço para respirar e tentar ver o que podia fazer.
Logo a folga terminou. Ele mudou seu comportamento e passou a querer me morder. Eu vi o que houve com sua namorada e os outros que mordeu, não podia de jeito nenhum deixar aquilo acontecer comigo.
Tantas pessoas e escolheu justo a mim. Ele tentava investir seus dentes em meu pescoço, sangue e baba branca escorriam de sua boca por todo meu rosto. Eu tentava o segurar com os braços como podia, mas ele então tentava mordê-los também. Já estava afogando em meu próprio sangue, àquela altura eu me perguntava por que ninguém me ajudava.
De repente para piorar a situação, as sirenes de alarme de emergência começaram a soar brutalmente um som continuo e muito alto. As luzes normais baixaram e uma outra de tom vermelho começou a piscar. Uma voz dizia algumas frases repetidamente, mas era impossível decifrar o que dizia mediante minha situação.
Estava passando por um mau bocado e aquele ambiente não estava me ajudando em nada. Aquela luz vermelha que ficava piscando alimentava o clima de horror que já estava em um grande nível. Cada vez que a luz batia naquele rosto, me dava a impressão que o próprio demônio estava tentando me matar com aquelas prezas a mostra.
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Made In Hell - A Fuga
HorrorJá se dizia que o maior monstro da humanidade era o próprio homem. Mas quando um terrível vírus mortal que transforma os seres humanos infectados em predadores canibais sedentos por sangue e carne, violentos e incansáveis. A frase passa a fazer muit...