Amor.

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Desço do carro afoita. Louca para ver meu grande amor.
Rafael quer vim comigo ,mas não  deixo.
- Fique dentro do carro filho. Vou buscar seu papai. (O beijo no rosto. E me despeço.)

Corro sinto as pedras caindo no meu corpo. Mas não ligo estou perto de beijar e abraçar o homem da minha vida.
Estou em frente a casa de Ferdinando. Vejo a porta aberta, entro. Grito pelo Salvador.

- Salvadorrr. (Vou na sala, para o quarto, banheiro e chego na cozinha. Quando chego na cozinha fica ali paralisada. Olhando aqueles escombro, vejo o pé  de alguém. )
- Ah não. (corro pelo escombro, tiro as pedras com a mão, começo a chorar desesperada. )
- não, não, não é o Salvador por favor meu Deus. (Sentindo a chuva de pedras caindo sobre meu corpo, continuo a tirar as pedras daquele corpo caído no chão. De repente metade da sala desaba. )Meu pai gritar por mim.

- vamos filha,isso aqui vai desabar .
- Não me deixa. Presciso ver se é ele.
Meu pai me puxa pelo braço.
- Não. Salvador. (Estou aos prantos. Meu pai aparece, puxa meu braço,Corremos pelos escombros, meu pai continuar a me puxar pelo braço. Um pedaço do telhado cai sobre meu braço rasgando a pele.)
Conseguimos sair e logo atrás todo resto desaba.
Entro no carro chorando feito uma criança, todos olham para mim.
- O que foi mamãe? Cadê o papai? (Pergunta Rafa assustado.
Não sei o que responder.) E aos soluços respondo.
-  Eu não o encontrei.

Dentro do carro, pensamentos vem. Lembro da última noite de amor que tivemos,antes de tudo isso acontecer, lembro do último beijo dado, antes de ele sair. Meu Deus aquele corpo não pode ser dele. Sinto uma dor, dentro de mim indescritível.

Chegamos, ao largo de Santa sol,  papai estaciona o carro. Todos descemos.
Havia uma estrutura de ferro cobrindo o local. Várias filas estavam formadas lado a lado. Cada fila as pessoas tinha uma cor de pulseira.
Vieram dois soldados em nossa direção.
- Boa tarde, sou o cabo Teodoro, e esse é o cabo Henrique. Farei algumas perguntas necessárias para o cadastro de todos vocês.
- Qual o nome de vocês?
- Boa tarde, meu nome é José, as crianças são Rafael e Raissa, e as moças são Sabrina e Sara. (Papai responde.)
- ok, qual o nível de parentesco? (Pergunta o cabo Teodoro. )
- Bom, Rafael é meu neto, Sara é  minha filha. Sabrina e Raissa São amigas da família.( Diz meu pai sorrindo para Sabrina.)
- Algum problema de saúde?(Pergunta o cabo Henrique.)
- Da minha parte apenas uma pressão alta.( Responde papai)
- Eu não tenho nada, mas a minha filha tem asma, ando com a bombinha para todo lugar.
(Responde Sabrina. Nesse tempo que esteve em minha casa sempre eu observava ela usando a bombinha na Raissa.)

- o meu filho não tem nada. (Respondo.)
-  E a senhorita pergunta.( O soldado Teodoro.)
-Não prescisa saber nada de mim. Pois eu não vou.( essa decisão já estava concluída dentro do jipe.)

- o que? Grita meu pai - como assim não vai Sara?
- Sara, por favor não faça isso. (Diz Sabrina quase implorando.)
- vou procurar pelo Salvador. (Respondo decidida.)
- Eu também vou com a mamãe. (Diz meu pequeno Rafa.)
- não filho, você vai ficar com o vovó e a tia Sabrina. (Respondo correndo lágrimas no meu rosto.)
- Olha, é melhor se decidir, pois essa é a última vez que estamos aqui. ta cada vez mas difícil abrir caminho pela Estrada. (Diz o cabo Teodoro com sua voz impassível.)
- Estou decidida. Soldados pode leva- los.
- nãooooo, mamãe, não vai.( Diz Rafael segurando na minha cintura)
- vou procurar pelo papai. (O beijo e os soldados o levam.)

Vejo os soldados levando todos ele, choro feito um bebé, era para o bem dele. O papai joga uma chave perto de mim. Era a chave do jipe.

O Mundo Acabou  #wattys2016.Onde histórias criam vida. Descubra agora