Capítulo 1

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                                                        A RENOVAÇÃO DA FÉ EM PROL DO AMOR

A vida é uma caixinha de surpresas. Sempre existe a possibilidade de nós nos surpreendermos. O mais estranho, é que tudo na vida, pode se transformar em um curto espaço de tempo, mudando de uma forma drástica e incontrolável. Nada é eterno, e muito menos dura para sempre. Nós humanos, somos egoístas o bastante para não sermos capazes de enxergar nossos próprios defeitos e corrigi-los. Por isso, a vida nos ensina, e muitas das vezes, esse ensinamento nos custa um preço muito caro, conseqüências que teremos que carregar por toda a vida e que por fim, nos fará enxergar aonde erramos quais os nossos defeitos e falhas, e isso nos fará querer mudar, só que infelizmente poderá ser tarde demais. Nossa vida é constituída de atos e conseqüências, erros e acertos, arrependimentos e orgulhos, vitórias e fracassos, e não há humano no mundo que não tenha tais coisas na vida. Devemos lembrar-nos de uma coisa: Colhemos o que plantamos, sempre.


O sol, radiante no céu, batia contra a janela da sala, iluminando todo o cômodo. O cheiro de café fresco ainda pairava sobre meu nariz, me dando uma pequena sensação de prazer. Eu estava sentado em minha velha poltrona vermelha apreciando concentradamente um livro. Suas paginas,assim como todo o cômodo,estavam iluminadas pelo sol me facilitando a leitura. O clima estava perfeitamente aconchegante e tranqüilo, e tudo o que eu podia ouvir, era o canto esplendido dos pássaros no quintal e o som dos meus próprios pensamentos. Repentinamente o momento foi interrompido, e o som de pequenos passos se aproximando fez-me desviar a atenção das palavras impressas nas ríspidas paginas em minha mão. Minha netinha se aproximou, se sentando com as pernas cruzadas na minha frente, e ficou me observando por um tempo,como se estivesse em duvida do que fazer adiante, até finalmente começar a dizer:

- Vovô? - sua voz soou áspera, me indicando um tom de timidez.

- Sim querida - respondi olhando em seu rosto avermelhado.

- Posso lhe fazer uma pergunta?

- Claro que pode.

Ela parou por um tempo, enquanto seus olhos percorriam meu rosto confuso e prosseguiu arrumando o cabelo que lhe tampava um dos olhos:

- O senhor, sempre foi assim?

Parecia uma pergunta muito simples de se responder, mas eu, ao ouvi-la, fiquei totalmente sem reação. Não conseguia encontrar uma expressão que mostrasse realmente o que eu estava sentindo, uma mistura de confusão com surpresa que acabaram travando minha mente, o que de momento me incapacitou de respondê-la. Olhei bem para ela e tudo e o que consegui fazer foi começar a dar risada, como numa tentativa de fuga á pergunta, enquanto podia sentir seu olhar embaraçado me revirando.

- Por que o senhor está rindo vovô?

- Bem querida - respondi pausando a risada, me sentindo totalmente sem graça ,como se tivesse acabado de fazer algo muito fútil - é que quando eu era jovem, eu era mais bonito, esbelto, disposto, elegante, hoje não passo de um velho imoderadamente feio.

- Ora vovô - ela solta uma gargalhada - não é nesse sentido que eu digo. E mesmo que fosse, não acho que o senhor seja feio, muito pelo contrario.

- São seus olhos azuis que me enxergam belo querida. - ela me olha meigamente dando um pequeno sorriso. Mas voltando ao assunto - prossigo - se não foi nesse sentido, então qual o sentido que você diz?

- Eu quis dizer, se você sempre foi assim, intelectual, feliz, religioso, comprometido, leitor assíduo - ela aponta os olhos para o livro em meu colo - enfim, desse modo eu quis dizer.

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⏰ Última atualização: Jun 01, 2016 ⏰

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