Acordei deitada na cama branca cheirando a naftalina típico de hospital. A última coisa da qual lembrava-me era da expressão de pavor no rosto dos meus pais. Por falar em pais, eles estavam falando com uma enfermeira, mas não dei muita importância a eles, enquanto eles conversavam eu observava as coisas em volta.
- Alex? - Falei forçando a visão para checar se era ele mesmo que acompanhava a Cecília e o Ryan. -
- 'Ela vai ficar bem, não é, moça?- Perguntou Ryan apavorado. -
- Vai né? - acrescentou Cecília preocupada. - E a enfermeira apenas respondendo.
- Claro que vai, o médico já a examinou. Ela fez uns exames de sangue e o diagnóstico não deu nada, foi apenas o nervosismo.-
- Emma. Que bom que você acordou! Como se sente?- Falou Ryan se aproximando de mim.-
- Melhor...quer dizer, meio traumatizada, mas um pouco melhor.- Dei um sorrisinho. - Queria um copo de água, se não for incómodo.
- Claro que é. - Falou Cecília sorrindo e virando-se para pegar o copo com água. -
- Obrigada engraçadinha. O que houve comigo? Por que eu tô aqui? - Perguntei meio atordoada. -
- Ah.- Suspirou Ryan procurando palavras para responder-me.-
- Ah, você meio que ia sendo abusada por uns homens e eu te salvei, depois você desmaiou na entrada da sua casa e rolou em cima de umas caixas. Mas o doutor disse que não fraturou nada.- Falou Alex, bem direto e sem olhar no meu rosto.-
- Ah, meu deus. Tinha esquecido dessa parte, obrigado por lembrar-me tão carinhosamente. - Falei olhando para ele, mas ele simplesmente ignorou o meu olhar.-
- Alex, você podia ter ligado pra gente ontem!- Reclamou Cecília.-
- Cecília, ele ligou ontem, mas você estava bêbada. - Falou dando um sorrisinho. -
- E o Alex estava aqui desde ontem?- Perguntei arqueando uma sobrancelha. -
- Sim, fiquei preocupado! - Falou Alex, ignorando- me outra vez.-
- Logo você? Que me odeia? - Dei um sorriso.-
- Desculpem meninos, mais vocês precisam ir embora agora! - Falou a enfermeira fazendo todos despedirem-se e saírem.-
Então depois de mais alguns exames, finalmente fui liberada, mas, eles já tinham ido embora. Passei o resto do dia jogada na cama, lembrando e me lamentando ao rever a cena gravada na minha mente da noite anterior. Abri minha bolsa, peguei meu celular que estava sem bateria como de costume, coloquei-o na tomada e enquanto ele pegava carga fui até a cozinha. Minha mãe estava na sala, com alguns papeis sobre a mesinha. Peguei um copo de suco de uva e fui até ela, que por sinal não estava nada bem.
- O que foi? Algum problema?- Questionei após ver sua expressão.
- Só alguns problemas na empresa, nada que você deva se preocupar!- Falou colocando seu braço sobre mim, fazendo com que eu me aproximasse.- Você está melhor? - Perguntou ela.
- Ah, sim. Você se preocupa comigo desde quando? - Falo surpresa ao ouvir a pergunta feita por ela.
-Ah, Emma. Eu sempre me preocupei com você , só não demonstro , você acha que você é assim por que ? - Diz ela sorridente.
- hum... - Suspiro e concluo. - Bem, por um lado a senhora até tem razão .-
- Vamos ao shopping amanhã? Estou com tempo livre na empresa, teremos uma tarde inteira de compras e conversas! - Diz ela animada. Eu ate diria que não estou afim e que ela não precisava bancar a mãe maravilhosa, mas preferi deixar ela se redimir.
- Ok, amanhã! - Disse levantando-me e indo para o quarto enquanto ela voltava o seu olhar para os papeis sobre a mesa.
Voltei para o quarto, peguei meus fones e joguei-me novamente na cama, puxei meu celular até onde o cabo do carregador alcançava, coloquei uma playlist nada animada e fui conferir as mensagens que eu ainda não tinha visto por causa de toda essa confusão .
- Jura? como esse louco conseguiu meu número? - Pergunto para mim mesma em voz alta, ao ver uma mensagem do Alex.
Bom, a mensagem dele basicamente era perguntando se eu realmente estava bem, por educação respondi que sim e bloqueei o celular novamente pois as mensagens que restaram era da operadora avisando que estou sem credito, coisa normal, anormal seria se eu recebesse mensagens de alguém.
{ 02: 27 p.m}
Acordo suando, mãos geladas, coraçao desparado, droga tive um pesadelo com aqueless babacas. Como não tenho mais sono, levanto-me e vou até a sala ainda sonolenta, passo na cozinha e pego alguns biscoitos e suco. Olhar para aquela televisão de tela plana na sala me deu uma enorme vontade de colocar minhas series em dia.
Nao durou muito, logo a luz do corredor se acende, só pode ser minha mãe. -Pensei enquanto escondia os biscoitos.
- Emma, o que você estar fazendo na porcaria desse sofá , com a tv nessas alturas? - Diz ela irritada enquanto me olha, com um olhar de " vou te matar, agora".
- Desculpa, tive um pesadelo e não consegui dormir!- Falei esperando que ela não me compreendesse e desse outros daqueles "pitiii".
- Desculpa, é que está acontecendo tanta coisa.- Disse ela deixando uma lágrima cair dos seus olhos.-
- Mãe, o que foi? - Olho em seus olhos e vejo uma enorme tristeza se transformando em lágrimas, que caem seguidas umas da outras.-
- Não foi nada, vou voltar para o quarto.- Diz ela enxugando as lágrimas.- Nossa tarde no shopping ainda está de pé não é mesmo? - Diz ela mudando de assunto .-
- Está sim.- Afirmo com a cabeça.- Tem certeza de que não quer conversar? - Pergunto ao ver ela deixando a sala.-
- Não precisa se preocupar.- Diz tentando ser forte e não demonstrar fraqueza. - Vamos, é melhor você ir descansar! - Diz ela estendendo-me a mão.-
- Vamos. - Desligo a televisão e acompanho ela ate a porta do seu quarto, logo em seguida entro no meu quarto e jogo meu corpo sobre a cama, deixando ele todo esparramado.
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Diário De Uma Garota Nada Apaixonada
FantasySe apaixonar nunca foi o estilo de Emma Evans, já teve alguns rolos com vários garotos, mas nenhum chegou nem no segundo beijo. Seu estilo é mais chatinha, ela é conhecida na escola ou em qualquer local por sua ignorância, não é nem um pouco soci...