- Espero que tenha me entendido, aquela comida que você derrubou na roupa do ministro com certeza foi muito cara, princesa. - disse Lahai, para Juna - Como uma herdeira do trono, você devia se comportar mais como uma dama.- O meu pai disse que ser rei ou rainha não é símbolo de muito poder já que nós da corte real recebemos ordem do Bloco Um - respondeu a pequena - não quero receber ordens de ninguém, ainda mais aqueles velhotes.
- Não somos pobres, e temos poder. Controlamos a legislação do reino.
- O reino. O reino não é nada, dez hectares de terra encima de uma montanha não é um Reino, tia.
- Você pode não dar valor para vida luxuosa que tem agora, tem só nove anos. Mas depois que seu pai colocar um irmão mais novo, aí você vai se preocupar.
O banheiro imenso irradiava uma luz dourada de todos os móveis fraguados em ouro, e o vestido azul-celeste da pequena Juna, arrastava-se pelo chão. Seus cabelos loiros presos destacando o rosto, o penteado que mais odiava, e o qual mais tinha de usar.
Sua tia Lahai a levou de volta para o jantar que seu pai, o rei de Jibeurly, e os doze ministros do Bloco Um do comando político de Meryde, tal jantar tinha sido arruinado por um breve "acidente" onde Junavah derrubara um prato de peixes do Corjus grelhado no terno roxo do ministro hídrico.
- Desculpa. - disse ela, com a voz sólida, uma falsidade que era de longe notável em seu tom.
- Ela se desculpa mesmo - disse a tia, sem jeito - É que ela está com muita vergonha.
- Não estou, não.
O ministro era um hídrico, tinha pele fria e transparente, deu um sorriso.
- Me poupe. Está tudo bem - respondeu ele.
As últimas duas horas foram bem mais chatas do que ela esperava, seu pai conversava com os doze homens e ela era obrigada a se sentar com sono, e mostrar poder feminino, esse comportamento ela achava ridículo.
Quando os homens foram embora, Juna foi acordada e liberada para dormir. E tentou, mas seu sono acabou durante o jantar onde ela dormira.
Sua insônia durou mais tempo quando viu o garoto de cabelos rebeldes que cresciam até a nuca, Damn. Sobre sua janela. Ela sorriu.
- Meu pai vai trabalhar até tarde e você tinha me dito que hoje seria um dia chato, então... - disse ele, quando Juna abrira a janela.
- Que bom que você veio - disse ela, abraçando-o e rindo - Meu pai me trouxe brinquedos novos!
- O meu pai... - começou ele, tirando os cabelos da frente dos olhos - ele fez brinquedos novos.
- Ah. Você acha que seu pai é melhor só porque ele faz os brinquedos?
A discussão das duas crianças era contínua e as risadas ecoavam pelo quarto. Ninguém ouvia pois aquele quarto era alto e longe de todos os outros dormitórios.
Os dois amigos corriam e brincavam pelo quarto de Junavah quase todas as madrugadas, seus pais eram amigos, por mais que fossem um da realeza e outro do Bloco Três, mas o rei não deixava ninguém do Bloco Três entrar no território do Castelo.
As horas passaram rápido mais uma vez.
- E o hídrico tinha a pele muito azulada - contava ela - parecia que tinha água dentro da pele dele, e a água se movia, a água se mexia por baixo de sua pele, é bizarro!
- O meu pai me disse que os hídricos eram bem mais poderoso antes - disse Damn - mas ninguém acredita.
Parecia loucura, mas os dois eram amigos inseparáveis.
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Crónica Das Armas Frias
FantasyNo sistema industrial da capital mundial Meryde. O líder do bloco 3 usa magia para criar um dispositivo orgânico que proporciona um poder de ataque e defesa superiores a qualquer uma arma mágica, e denomina-a de Cold. Mas isto causa um conflito e o...