Percy

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Eu sabia que ela queria avançar na relação, estava claro como água quando ela me olhava com seus intensos olhos cinza azulados e mordia o lábio inferior de uma forma suave que ela nem mesmo percebia. Annabeth nunca foi tímida, ela sempre soube o que queria, mas ela nunca falou sobre sexo comigo, somos inexperientes, mas eu faria o mundo parar de girar por ela. A maneira como ela me beija e puxa meu cabelo me tem claro o que ela quer e eu vou dar isso à ela. Mas quero que seja especial, intenso, uma noite que ela nunca irá esquecer. Perguntei minha mãe se poderíamos ter a casa só para nos no restante da noite, ela concedeu, ia passar a noite em um hotel com Paul, onde eles ele propôs casamento. Eu só precisaria arrumar tudo antes que Annie pudesse vir para casa. Ela estava calada durante a noite toda. Mal comeu. Não apresentou sua boca inteligente em nenhum comentário durante a noite. A festa foi pequena. Alguns amigos da família de Paul. Uns amigos de minha mãe. Foi tudo tranquilo. Mas eu precisava ir para casa e deixar tudo pronto. Pedi ajuda à minha mãe para sair sem que Annie percebesse. Ela ficou distraindo enquanto eu fui pegar o carro. Cheguei em casa em menos de 20 minutos. Desde que Paul e minha mãe tinham se casado nós morávamos em uma casa, maior que o apartamento onde vivíamos com Gabe, mais aconchegante. Durante os meses da faculdade passávamos no campus. Mas durante o verão vínhamos para casa.

Eu fui para o meu quarto. Agora eu tinha uma cama de casal e o quarto em tons de azul e branco com um aquário onde estavam alguns peixes ornamentais raros que meu pai me deu no meu último aniversário.

Eu não sabia o que fazer, tirei um vinho da geladeira, um que Annie gostava, um Rosé. Coloquei na mesinha de cabeceira junto a duas taças. Coloquei algumas velas pelo quarto. E tentei deixar o mais romântico possível desligando as luzes e acendendo a do aquário. Ficou realmente impressionante. Quando tudo estava pronto resolvi ir buscar minha garota.

Voltei ao restaurante e encontrei Annie sentada com Janine, uma amiga de minha mãe. Pela cara de Annabeth a conversa não estava sendo muito empolgante. Parei um momento para observar minha linda namorada. Ela estava em um vestido cobalto que agarrava à suas curvas de uma forma excepcional. Tinha deixado o cabelo solto onde eu conseguia ver a mecha branca de nossa batalha com Atlas. O pensamento dela segurando o peso do céu fez meu estômago doer. Annabeth não era uma menininha, era uma guerreira, sempre foi. Ela chutaria minhas bolas em um piscar de olhos, mas pensar em tudo o que ela ja sofreu me faz querer protege-la de tudo que possa lhe fazer mal. Essa noite ela estava incrível. Eu nunca a vi usar salto alto. O tempo fez maravilhas ao seu corpo, a vi transgredir de uma menina para mulher e não podia acreditar que ela era minha namorada. Esse pensamento me anima. Enche-me de orgulho, quando dou por mim estou caminhando em direção à mesa olhando para ela. Ela vira o rosto e seu olhar trava com o meu e nada no mundo mais importa. Chego à mesa e cumprimento as senhoritas.

- Olá, desculpe Janine, mas terei que te atrapalhar por um momento para roubar a bela jovem para uma dança - estendendo minha mão a espera de Annabeth. Ela cora do jeito mais adorável do mundo. Olhando para cima ela levanta e se despede de Janine enquanto caminhamos para a pista. Está tocando uma música lenta, sem letra. Apenas alguns instrumentos que fazem um toque suave e constante. Eu a pego pela cintura enquanto ela envolve os braços em meu pescoço.

- Onde você foi? - Ela me pergunta em tom suave.

- Eu tive que arrumar algumas coisas. Mas estou de volta. Você está melhor? - Ela afasta a cabeça do meu ombro me olhando confusa.

- Melhor?

- Sim, você não tem falado muito hoje. Só queria ter certeza que está bem. - Ela suspira e enterra a cabeça no meu ombro novamente me apertando mais.

- Eu só fiquei atordoada com o que você disse no carro, eu só... eu só... Não sei o que dizer. - ela disse em uma voz suave. Nada como minha Annie.

- Hey - eu disse em seu ouvido - você não tem que fazer isso se você não quer, eu te entendo, vou esperar seu tempo.

- Não - ela me cortou - Percy, não. Eu quero, eu só não sabia que você queria também.

Dessa vez fui eu quem afastou para olhar seu rosto.

- Você está falando sério? Eu estive esperando o ano inteiro até que você desse o sinal verde, que você dissesse. Mas você não disse. Você deu sinais. Eu não sou bom com isso, só percebi a poucas semanas. Quando as coisas ficavam mais intensas. Mas eu não queria daquela maneira e você não merecia daquela maneira. Eu morro por estar dentro de você Annabeth. Você me deixa louco. E saber que você me quer da mesma maneira e uma surpresa para mim. Eu te amo. Eu não digo muito, mas você sabe que eu faço. Eu so quero que seja a melhor noite para você. - Ela sorriu e me abraçou.

- Vai ser especial por que vai ser com você, Percy.

Eu sorri em seu cabelo. Ela tinha um cheiro agradável, rosas, sabonete e um aroma único de Annabeth. Inconfundível.

- A propósito - eu disse, beijando sua nuca - você está incrível hoje. Eu amo esses saltos em você.

Ela riu enchendo meu coração de vida.

- Você também não está nada mal.

A música parou e eu não queria mais esperar. Nos despedimos de Paul e minha mãe, que já intuía o que iríamos fazer, mas não disse nada. Saímos e pegamos um táxi. Eu disse à Annabeth que meus pais iriam voltar só amanhã pela tarde então ela poderia passar a noite comigo, mas com certeza ela não iria dormir.  

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