Tudo começou no fim da tarde daquele sábado.
Era o tipo de acontecimento inesperado que... Bom... Ninguém esperava.
Foi triste.
Foi preocupante.
Ela estudava francês concentrada em seu quarto, quando percebeu que o gato em seu colo mal respirava.
Se desesperou.
– Fido? Fido, ai meu Deus!
Ela pegou o animalzinho, que tinha seus olhos fechados, e o balançou um pouco. Podia sentir, com as mãos na barriga dele, sua dificuldade de respirar.
Desesperada, gritou pedindo ajuda.
– Mãe! Mãe, tem alguma coisa errada com o Fido!
A jovem senhora foi andando normalmente até o quarto.
– O que você disse, querida? – Disse, entrando no quarto.
– Bota a mão aqui – Olivia colocou a mão de sua mãe na barriga do animal – ele mal respira! Tem alguma coisa errada com ele.
A menina tinha um olhar sem esperanças.
Silêncio.
A mãe examinava, com cuidado, os sintomas do gato, que tremia um pouco. Era esquisito.
– A gente precisa levar ele na veterinária. Ele está parando de respirar – ela disse enquanto colocava o animal no colo da menina – anda, vamos logo. Te espero no carro.
Olivia calçou, em um pulo, um tênis qualquer e saiu, levando nos braços o seu pequeno companheiro desde que ela tinha 11 anos. Fido, seu gato, que agora parecia estar entre a vida e a morte.
"Ele nem é tão velho pra morrer" A menina pensava em relação aos 7 anos de idade do animalzinho, enquanto tentava se tranquilizar.
Durante a viagem de carro, a agonia tomava conta do coração dela.
Já perto da veterinária, a preocupação maior surgiu.
– Mãe! Acho que ele parou de respirar! MÃE! – A garota gritou dentro do carro, desesperando a mais velha, que pisou mais forte no acelerador.
Em poucos instantes já estavam em frente à clínica veterinária. Saíram do carro carregando o bichinho porta adentro.
– Boa tarde – a mãe disse, em um suspiro de cansaço e alívio por já estar ali.
– Boa noite! – Um rapaz jovem e bonito, atrás do balcão, respondeu sorrindo e apontando para o relógio que já marcava 19h.
– A gente tem uma emergência – a menina cuspiu as palavras, afobada, se colocando na frente da mãe e encarando os olhos azuis do rapaz.
– Olha... Eu não sou o responsável pelas emergências. Mas espera um minuto, vou chamar o meu pai! – Ele disse sorrindo e se afastando, fazendo Olivia suspirar, também aliviada.
Dois segundos depois, um homem de meia idade e alguns cabelos grisalhos apareceu e levou Fido para dentro da clínica.
– Espera! – Olivia gritou e já ia entrando atrás do veterinário quando foi impedida pelo jovem.
– Acho melhor você esperar aqui – ele se colocou na frente dela.
Ela bufou de desgosto e se sentou ao lado de sua mãe, revirando os olhos em seguida.
– Se acalma, minha filha. O doutor David sabe o que faz. Ele vai cuidar bem do Fido.
– Vocês gostariam de alguma coisa? Uma água? – O rapaz apareceu, sorrindo.

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Chamadas Perdidas [Completo]
Teen FictionA vida de Olivia é, na maioria das vezes, como a de qualquer outra menina de 19 anos. Na situação mais incomum possível, ela tira a sorte grande: conhece o cara de seus sonhos. Tudo parece perfeito, mas sua rotina vira de cabeça para baixo rápido de...