Capítulo 19

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Não resisti e tive que postar mais um capítulo antes do tempo (como pedido de desculpas por ter me atrasado com os outros )
Obrigada por lerem ❤️
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Seu sorriso se tornou em um sorriso nervoso quando percebeu que eu ainda não tinha reagido, me limitando a chorar. Fiquei de joelhos para poder olhar nos olhos dele.
Acariciei o seu rosto cuidadosamente, eu conseguia ver que, como todo o mundo que estava lá, ele também estava me estudando na esperança de decifrar minha reacção.

Querida Chris,
Sei que provavelmente não vai responder a isto, mas a saudade falou mais alto e eu decidi te procurar.
Gostaria muito de dizer que não entendo os motivos de você ter indo embora, ainda mais sem se despidir de mim, mas eu entendo. Lembro que uma vez, quando a gente era adolescente, a gente teve uma briga onde você falou que eu não era homem o suficiente para enfrentar as coisas. Você tinha razão. Eu nunca fui e continuo não sendo. Estou vivendo todos os dias do lado de uma mulher, mesmo sabendo que o meu coração pertence a você, por medo de feri-la. Não estou pedindo que compreenda, estou apenas desabafando, afinal você sempre será minha melhor amiga.
Eu sei que está feliz aí em Los Angeles e para mim, sua felicidade é a minha.
Sinto muito que eu não tenha contribuído para ela, quando pude.
Eliane está esperando um bebê meu, este é o sexto mês de gestação. Se for uma mulher, chamarei-a Christina, pois ela também será a mulher da minha vida.
Me desculpe Chris, por ter estragado tudo entre a gente, por ter cometido erros e por, agora, não ter mais como sair deles.
Eu te amo.
Espero que esteja tendo um aniversário feliz.
Tiago.
(Carta de Tiago, dois meses antes, em dezembro)

Beijei seu rosto suavemente, ouvi aplausos de todo mundo.

Eu e Brian estávamos dirigindo em direcção a casa dos seus pais, para passarmos o final do ano e para que eu pudesse conhecer a sua família.
'Você está nervosa ?' Perguntou segurando na minha mão.
'Claro que estou. Isso é um passo mais que importante para nós dois'

Chegamos na casa dos pais dele a noite. A casa era enorme e muito sofisticada. Seus pais eram um verdadeiro amor, sua irmã já nem falo, a gente ficou melhores amigas a primeira vista.
'Se me chamares de Sra. mais uma vez vou ser obrigada a deixar-te sem sobremesa. Me trate por Ana querida' rimos todos.
'Ana.. Desculpe' eu com certeza não queria ficar sem a sobremesa. Se o prato principal já era tão bom, imagina a sobremesa !
'Nao te preocupes Christy, se ficares sem sobremesa eu faço questão de trazer para o teu quarto, ás escondidas' Lauren cochichou no meu ouvido.
'Posso saber o que estás a dizer a minha namorada ?'
Lauren limitou-se a tirar a língua para Brian. Já posso imaginar como devia ser engraçado ver esses dois quando crianças.
Diferente de Brian, Lauren saiu com os olhos meio cinza, como os do seu pai. Os de Brian eram a cor da mãe, azul do céu.

'Nosso primeiro final do ano juntos' senti braços fortes fecharem-se a volta da minha cintura.
'Você já deu um beijo na viragem do ano?' Perguntei me lembrando que eu nunca o tinha feito.
'Alguns' fingi espanto e dei um tapa no seu braço.
'Isso é porque Brian sempre foi um playboy' Lauren e Brian estavam constantemente picando um ao outro.
'Safadinho você hein' senti seus lábios acariciarem meu pescoço e se afastarem, junto com suas mãos.
'Para de tentar me distrair gatinho'
Sua gargalhada ecoou pelo jardim.
'Ele nunca esteve assim por miúda nenhuma. Meu irmão te ama. Cuida bem dele por mim' falou quando Brian se afastou de nós em direcção a casa.

Mas Brian sabia o que eu estava tentando dizer, ele era o único que realmente tinha percebido.
'Me desculpe' falei depois do beijo ainda entre lágrimas.
Sua expressão era séria e distante.
'Eu te amo muito meu amor mas.. Eu.. Eu não posso fazer isso' tentei limpar as lágrimas com a mão.
Ele me ouvia em silêncio, com o olhar distante como se estivesse em transe.
'Me desculpe' dei mais um beijo nele e saí dali correndo, sem me preocupar com as pessoas que comentavam horrores sobre mim.
Entrei no meu carro rapidamente e comecei a dirigir para a praia, ainda entre lágrimas com a imagem de Brian na minha cabeça.

Parei o carro no caminho e encostei a cabeça no volante, tentando respirar e me acalmar. Não podia dirigir chorando, isso era muito perigoso.
Depois de um longo chororo voltei a dirigir em direcção a praia.

Me arrepiei quando saí do carro. O ar estava gelado e o vento frio não poupava, mas mesmo assim caminhei para a areia e me sentei.

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