Capítulo 9

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Diana Ferreira Almeida sempre confiara nas pessoas. A jovem residente de Guardiões*, uma cidadezinha localizada na Costa Leste de São Paulo, sempre viveu sua vida acreditando que todas as pessoas ao seu redor, era totalmente sinceras e confiáveis para consigo.

Di é praticamente uma Cinderela do século XXI. A única característica que diferencia Diana Ferreira da Cinderela, é que a garota não tem uma madrasta má e ainda não conhecerá seu príncipe encantado tanto idealizado. Pelo menos é isso que ela pensa. Mas, contudo, a jovem tem um coração de princesa, porte de gala e uma beleza encantadora, que chama atenção pela sua bondade. 

Hoje Diana, é apenas Diana, sem o Ferreira, ela é agora a Cinderela que não apenas perdeu seu sapatinho de cristal, como também perdeu a arte de confiar nos outros. Sim, uma arte! Confiança hoje em dia é uma arte idealizada por muitos, porém nem todos conseguem tê-la, e nem conquista-lá.

E apenas Diana a perdeu. Perdeu a capacidade de confiar nos outros; ou apenas se sente magoada demais, frustada demais, pois quando olhou ao seu lado, viu que, talvez, tinha sido realmente enganada, perdendo a confiança em quem julgava ser totalmente confiável.

- Di, o que você estava fazendo?

- Estava conversando com o moço, oras. - A garotinha de 11 anos chupava o pirulito ganho do estranho a minutos atrás.

- Sua mãe não te falou para nunca confiar em estranhos? - Pedro cruza os braços encarando a amiga. Às vezes Diana era tão inocente que não parecia desse mundo tão perverso. E Pedro sempre temera por isso.

- Sim, ela falou, Pedro. Mas o que há demais em conversar com um estranho? Um estranho pode virar um conhecido.

- Mas você aceitou um pirulito dele. Você não o conhece. Ele poderia ser um bandido, sabia? - Pedro puxa a amiga para irem embora dali. Não queria que o homen voltasse e os vê-se. - Você não deve confiar em estranhos Di.

- Eu confiei em você, Pedro. Eu confio até hoje.

- Como?

- Quando nos conhecemos você era apenas um estranho, e eu confiei em você minha amizade. Hoje somos amigos, e você era um estranho para mim, que passou à ser um conhecido. Viu só? - Diana falava despreocupadamente.

A inocência dela era uma criança, como sua mentalidade. Quer dizer, a mentalidade dela era de uma criança, mas mesmo assim, isso não a impedia de ter argumentos válidos em qualquer situação para desarmar qualquer um que à estivesse pressionando.

Pedro ficou sem fala. Ela estava certa. Quando conheceu a garotinha do vestido lilás ele era apenas um estranho. E mesmo assim isso não impediu a confiança dela.

Diana nunca imaginou que futuramente Pedro se tornaria um estranho conhecido. O conhecido que virou um estranho e que quebrou a sua confiança para com ele. Não dava mais. Isso tudo era demais para ela. Será que Pedro tinha razão? Não deveria confiar em qualquer um?

Seus melhores amigos era qualquer um? Talvez não.

Porém lá no fundo, no fundo do seu coração, ainda há aquela parte que acreditava na humanidade. Que acredita na bondade alheia e que acima de tudo acredita na confiança de ambas as comunidades.

- Di, calma, não precisa ficar assim. - Daiane tentava conforta-la, sem sucesso.

- Não Daiane, nunca imaginei que Tati poderia fazer isso comigo. - Ela funga com a cabeça afundada nos travesseiros. - Eu confiava nela. Sempre. Desde pequenas somos melhores amigas, e agora ela faz isso comigo. Como ela pôde?

O Diário de DI (De Ferreira) - {HIATUS}Onde histórias criam vida. Descubra agora