Coisas estranhas acontecem

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Era um lindo domingo de sol, me levanto e escovo os dentes, troco de roupa e coloco minha sunga por baixo e desço para tomar café. Não estou com muita fome e como algumas torradas, sigo para a piscina comunitária para treinar. Chego um pouco cedo e vou treinando enquanto aguardo á chegada de Emma e do treinador Jhonson. Não demora muito até que o treinador chega.
—Olá Sr. Mickduff — ele me cumprimenta com um sorriso. O treinador é um homem alto e calvo, chegando na casa dos 40 mas bem preservado.
—Oi treinador Jhonson — respondo com um sorriso.
—Você acha que Emma vai demorar muito?
—Não, ela é pontual, nós que estamos um pouco adiantados.
Escutamos passos ao longo do corredor e Emma surge no fim do corredor.
—Bom dia gente. —ela fala com a respiração ofegante por conta da corrida matinal.
—Bom dia. — o treinador e eu respondemos em uníssono.
—Pronto para perder Andrew? — ela pergunta com certa malícia.
—Na verdade, acho que hoje não.
Nós dois entramos na piscina e nos preparamos para sair, e quando o treinador apita saio á frente mas logo depois Emma me ultrapassa como se nem estivesse fazendo força alguma para atingir aquela velocidade.
—Eu achava que seria impossível você aumentar mais ainda seu recorde, mas parece que eu estava enganado. — ele fala e sorri para Emma com certa dúvida.
—Você sabe que já nasci nadando. — ela fala e nós três rimos.
—Você poderia pelo menos fingir ser lenta e me deixar ganhar. — falo fazendo beicinho.
—Eu tentei, mas você é muito lento, eu nem estava nadando o mais rápido. — ela dá de ombros.
—Ok, ok, mas na próxima eu vou ganhar. — falo com malícia.
—Ok meninos, acho que por hoje é só, não vou querer pressionar Emma a passar seus recordes.
—Ok até mais treinador. — falamos em uníssono, e seguimos para fora.
—Oque você acha de almoçarmos naquela lanchonete em frente á praia? — convido-a.
—Por mim tudo bem, contanto que você pague. — nós rimos.
—Anda logo Emma. — falo com um sorriso. —Sobe aí.
Nós seguimos em direção á praia e noto que ela está meio apreensiva, mas não a incomodo. Descemos do carro e seguimos para a lanchonete.
—Deixe-me adivinhar... Taco para Andrew e frango grelhado para Emma. — a garçonete Lúcia nos lança um sorriso.
—Você é demais mesmo Lucy. — falo com um sorriso.
Nos sentamos em uma das mesas enquanto aguardamos a comida.
—Como está sua irmã? — pergunto com certa dúvida.
—Está melhorando aos poucos. — ela se permite um breve sorriso. —Andrew, você é muito especial para mim e... — a garçonete a interrompe colocando nossa comida na mesa e perguntando se queremos algo mais, respondo que não e ela se vai.
—Você ia dizendo? — pergunto a ela ansioso.
—Eu preciso te contar algumas coisas, mas primeiro vamos comer.
Nós terminamos de comer e ela me leva em direção a praia.
—Oque viemos fazer aqui?
—Vamos nadar. — ela responde com um sorriso malicioso.
Emma estava me escondendo algo e eu iria saber oque era.
—Você virá querendo ou não, nas águas afundará e comigo nas profundezas reinará. — de repente escuto uma voz angelical e doce que vinha do mar, olho em direção á voz e vejo uma garota sentada em uma pedra.
—Irmã, não! — Emma grita para a garota.
Quando volto á realidade já estou bem próximo a pedra, a garota tinha cabelos longos e escuros e uma cauda, quando me aproximo ela simplesmente me dá um beijo e me puxa para seu lado.
—Andrew saia de perto dela! Ela é... — por algum motivo ela não completa a frase e tem certo receio de entrar na água.
Eu estava completamente hipnotizado pela beleza da menina. Por fim Emma entra na água e segue em nossa direção.
—Por favor irmã, não o leve eu lhe suplico. — ela fala extremamente apreensiva.
—Irmã, você sabe oque lhe foi dito, vai se revoltar contra seu povo por conta de um incrédulo e simples humano?
—Não estou me revoltando, mas não vou permitir que o leve. Eu... Eu gosto muito dele.
—Minha irmã não acredito que você está apaixonada por esta criatura. Saiba que está traindo seu povo.
—Por favor não conte nada a nosso pai. — ela fala tristemente.
—Ele descobrirá por si só. — a garota fala e mergulha na água.
—Oque foi isso? — pergunto incrivelmente assustado.
—Eu pretendia te contar de outra forma. — ela coloca um colar com o pingente de uma concha e entra na água. Não acredito no que vejo, pois certamente há algo errado.

A Filha Da ÁguaOnde histórias criam vida. Descubra agora