III - Solitária

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A noite era estrelada, mas aquele horário, a floresta estava vazia, mesmo que de dia, ninguém nunca aparecia ali, pelo menos não que eu visse.

O lago central da floresta NightMoon era incrivelmente lindo, mas não era algo que as pessoas se preocupassem. Estou com meus típicos fones de ouvido (como sempre estou), está tocando uma música que particularmente gosto muito — Greenwheel- Breathe — o rock está no último volume, e não me importo com isso.

Sentada na beira do lago, posso ver a lua refletir seu brilho prateado na superfície azul marinho, o vento soprando levemente me faz bem, e o cheiro de terra molhada me acalmava, aquele era o único lugar da cidade de StoneHill onde eu me sentia totalmente eu mesma. Um peixe de repente se move pouco a frente, e a água faz uma ondulação.

Eu me levanto, olhando ao redor, não havia ninguém, nada. Franzindo as sobrancelhas eu concluo que não me importo com isso também, afinal já estava acostumada a tal coisa. Olho meu reflexo na superfície azul, me vejo ali, uma expressão triste nos olhos castanhos claros, meu cabelo curto (que ia até os ombros) está bagunçado e volumoso, (que assim como os fones, sempre estavam assim também), uma mexa castanha escura quase preta cai em meus olhos, cobrindo minha visão por alguns instantes, e logo percebo outra ondulação.

Pisco os olhos, tentando afastar pensamentos negativos, e outra música começa a tocar — The Calling- Unstappable —, parece besteira mas minha vida se resume a fotografias, poemas, livros e música. E claro, este outro detalhe que ainda não mencionei... Sou uma bruxa, uma bruxa tradicional, o que quer dizer que sou apenas bruxa, e não tenho uma religião definida, porém isso não me incomoda nem um pouco.

É domingo, e infelizmente amanhã tenho aula. Na verdade eu nem tinha permissão para estar fora da escola. Por ser uma bruxa, eu estudava em uma escola secreta, da qual ninguém, exceto os alunos, professores, funcionários e diretora (igualmente bruxos) sabiam de sua existência. Ela se chama Magic Secret High School, é lá que eu moro faz cerca de três meses, desde que minha mãe decidiu me transferir para um lugar onde eu pudesse conhecer pessoas com "esquisitices" em comum. Achei besteira, até porque eu sabia muito controlar minha "magia interior" (como costumavam chamar nossos poderes na escola).

Eu sentia saudades de casa, eu morava em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e era feliz lá, mas é claro que nada dura para sempre. Pelo menos não para mim.

Olhei no relógio, eram 23:17, como o tempo tinha passado rápido assim? Estava muito frio ali, só que o meu moletom preto com a palavra "Riot!" me aquecia o suficiente, fora é claro meu dom especial, que se tratava do controle total do elemento Fogo. Era hora de voltar para a escola afinal de contas.

Caminhei pela floresta de volta, ate que minutos depois me encontrei de frente ao edifício que mais parecia um castelo macabro e abandonado, isso por fora é claro, pois por seu interior ele era maravilhosamente lindo. Ao redor do campus havia uma magia antiga, usada para proteger o lugar, de modo que ninguém que não tivesse habilidades mágicas com relação a bruxaria, jamais veria aquele castelo. Bem pensado.

Ainda parada de frente ao castelo, ouço um ganho se partir atrás de mim, não estou dentro da Linha de Proteção ainda, o que significa que qualquer um poderia me ver parada de frente... Para absolutamente nada além de mais floresta e árvores velhas. Olho sem parar para trás, tentando achar o lugar onde o ganho havia quebrado, só podia ser um humano. Então decidi dar a volta e entrar pelos fundos para despista-lo. Assim que chego no fundo da escola, resolvo por pular o muro, coisa que tinha uma facilidade considerável. Entro pelos fundos, e sido pelo muro, já em seu interior. Acabo saindo no jardim, e corro para meu dormitório.

Ando pelo corredor normalmente, porque se alguém me pegasse por ali, eu podia simplesmente dizer que tinha ido a cozinha. Entro no dormitório feminino, onde tinha uma sala grande com TVs, poltronas, tapetes, almofadas, computadores já desligados, e desço as escadas, já que meu quarto ficava no terceiro subsolo (de modo que haviam três andares no dormitório feminino, se tratando de corredores cheios de quartos). Meu quarto é o último do corredor, e graças aos deuses eu não preciso dividir meu quarto com ninguém, pelo fato de ele ser um pouquinho menor que o restante dos quartos dos corredores.

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⏰ Última atualização: Jan 04, 2017 ⏰

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