Um dia, retribuirei.

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Depois de um tempo, eu finalmente fui atendida. A medica me deu um pano para eu morder para não gritar e acordar os que estavam dormindo. Ela fez alguma coisa no meu braço que fez com que ele doesse menos. Depois de ela tê-lo colocado uma bandagem, me mandou dormir.
Eu fui ver como Isacc estava antes de ir dormir.
- Obrigada por me ajudar. Eu queria retribuir, um dia.
Agradeci.
- Não foi nada.
Sentei-me ao lado dele. Estava com tanto sono que nem percebi que apoiei a cabeça no ombro dele.
- Um dia.
Repeti em um sussurro.

Eu acordei, todos estavam dormindo. Percebi: Meu cabelo estava seco, dava para ver a cor! Eu peguei o casaco de Isacc e cobri minha cabeça. Ele percebeu meu movimento:
- Mestiça?
Ele pergunta ainda meio sonolento. Dei de ombros e fui embora. Mas antes, passei rápido para dar um beijo na testa de meu pai.

Chegando em casa, corri para meu quarto pegar qualquer coisa para cobrir meu cabelo. Eu peguei a primeira coisa que vi, nem sei o que que era, eu só não queria ser morta.

No dia seguinte, todos começaram a voltar para as casas, meu pai demorou um pouco para chegar, mas agradeci por isso.
Eu não consegui trabalhar por muito tempo, meu braço doía. Eu estava parada em um estábulo de uma égua, alisando seu cabelo quando alguém entrou.
- Olá, alguém aí?
A voz dizia. Eu me dirigi à voz, enquanto passava a mão em minha roupa para tirar o pó.
- Eu estou aqui.
Falei ao me aproximar. Olhei a roupa do homem, ele usava medalhas, descobri quem era, era o Príncipe!
Fiz uma reverência rápida.
- Alteza.
Me dirigi ao Príncipe.
- Olá, estou em busca de um cavalo Preto.
Eu olhei para o Príncipe mais uma vez, ele era alto, com cabelo loiro e olhos feito esmeraldas de tão verdes.
- Desculpe, mas eu não tomo conta do estábulo, é meu pai.
- Poderia me dizer seu nome e sobrenome?
Era uma pergunta estranha, mas respondi:
- Mestiça Razzel.
Ele pareceu espantado com o sobrenome. Será que ele conhecia minha mãe?
- Uma Razzel?
- Sim, alteza.
- Como ainda não foi enforcada ou queimada?
Seu ar não era de ironia nem raiva, era de preocupação.
- Eu não sou bruxa! Se é isso que está pensando!
- Por que tem tanto medo que eu ache que é você a Bruxa das histórias? Você sabe quem é?
- Eu irei me recolher, não estou bem.
Menti para um Príncipe! É, assim mesmo que eu vou para o inferno.
- Espere! Qual é a cor do seu cabelo, já que não é a Bruxa?
- Castanho claro.
Falei. Outra pessoa entra no estábulo, minha cabeça estava torcendo para ser meu pai ou outra pessoa da realeza.

O Medo da ForcaOnde histórias criam vida. Descubra agora