O Medo da Forca

Quem é você? Você de verdade!

- Olá.
Escutei uma voz ao fundo. Era uma mulher, alta, de pele branca, olhos negros e cabelo loiro.
- Poderia te ajudar?
Ofereci.
- Gostaria de falar com Mestiça Razzel.
Como ela sabe meu nome?
- É ela mesma!
O Príncipe disse. Quase mandei ele calar a boca.
- Hum, senhorita, seu pai está aonde?
- Para falar a verdade, não sei...
Boa, agora só precisa falar mais umas cem verdades e Deus pensa em esquecer as mentiras.
- Qual é seu nome?
Pensei em voz alta.
- Não me conhece?
Pensei: era para conhecer?
- Não...
- Orcan Rept.
Nossa, que nome estranho!
- Quer entrar?
Ofereci de mau gosto.
- Sim. Quero conversar sobre sua mãe.
Minha mãe? Ela já morreu, então por que as pessoas teimam em falar dela?

Entramos, ela se sentou no sofá, eu permaneci em pé.
- Chá?
Perguntei.
- Não bebe nada da casa dos outros...
Espera um pouco. Ela acha que eu vou envenena-lá?
- Então, quantos anos você tem?
Ela começa.
- Dezoito.
- Você conheceu sua mãe?
- Não.
- Acredita ser bruxa?
Eu encarei ela por um momento antes de "acordar novamente".
- Não.
- Se eu te contar um segredo, você guarda?
- Depende.
Ela vira para a janela - fechada -, ela olha para mim de novo. Em um instante a janela se abre.
- Você pode treinar suas abilidades comigo. Entendo o que é ser bruxa...
- Eu não sou bruxa!
- Será?
Ela estava me provocando. Fiquei com tanta raiva. Ela me olhou com um olhar de desafio. Olhei para a mesma janela, que se fechou bruscamente, quebrando até mesmo o vidro.
- Viu?!
Ela diz com cara de orgulha, ou até mesmo, vitória.

Como eu fiz aquilo? Eu sempre pude fazer isso? Sempre fui uma bruxa?!

- Esse é seu nome de verdade? Falam que bruxas sempre tem dois nomes...
Perguntei.
- Não é mesmo. Minha mãe não era tão má assim.
- Poderia me dizer?
- Não.