Acordei com gritos e música alta. Puta que me pariu! Desculpa mãe, mas eu vou matar o infeliz que está com esse som e jogar a pessoa no quinto dos infernos. Como tem a ousadia de me acordar com uma música ruim e alta dessa em um dia do qual eu não tenho aula e pior as 9 horas da manhã? Bufei cobrindo minha cabeça com o travesseiro e puxando o cobertor para cima da minha cabeça, me encolhendo na cama.
Respirei fundo tentando me acalmar. "Calma, calma (S/N) você consegue dormir, a música nem está tão alta assim! ". Repeti para mim mesma várias e várias vezes e quando estava começando a ficar com os olhos pesados novamente e começando a sonhar com a crush da faculdade, alguma das meninas abrem a porta do meu quarto como se alguém estivesse prestes a morrer. (a/n: minha mãe sempre faz isso, quase morro de susto toda vez)
-(S/N)! (S/N)! Acorde! – Logo reconheci a voz Ally que me sacodia para lá e para cá, de um lado para o outro, como se eu fosse um boneco de Olinda. Eu só queria dormir, só um pouquinho. É pedir demais?
-Que é porra? – Respondi bufando e a outra grunhiu em resposta.
-Estamos com um problema! – Ally respondeu e eu suspirei descobrindo meu rosto e jogando o travesseiro na ponta da cama.
-Eu sei! O gosto musical de vocês. – Respondi e ela revirou os olhos me empurrando de volta contra a cama. Vaca.
-É o corno do vizinho de baixo que tá escutando essa música idiota, presta atenção, a porra é séria! – Ela disse cerrando os olhos e logo continuou. -Você sabe a garota morena dos olhos verdes que a Normani trouxe ontem aqui em casa né?
-Sei, Lauren.
-Então, parece que o namorado dela espancou ela ontem porque a coitada veio aqui em casa e ele achou que ela estava por aí com macho. Daí ela parou no hospital e tá desacordada até acorda, o rosto da menina tem hematomas para todo lado. – Olhei para o projeto de anã em minha frente e arregalei os olhos.
-Tá porra! Sério mesmo? – Disse desacreditada.
-Sério doida! A Normani está chamando a gente para ir lá no hospital fazer companhia para ela, já que a família dela não mora na cidade e para completar ainda está fora do país. Então a gente tem que ir e ficar com ela para revezar. – Assenti com a cabeça e pulei para fora da cama para me arrumar.
[...]
Chegamos no hospital e nos identificamos. Fomos para o quarto da Lauren e quando entramos no mesmo ela já se encontrava acordada, menos mal, e o que Ally havia dito era verdade mesmo. Seu rosto estava roxo, cheio de curativos e tinha pontos acima do supercilio esquerdo.
Tão bonita, com um namorado tão otário. Espero que o idiota pague pelo que fez, mas já sei que tal coisa não vai acontecer, porque essas leis são servem para coisa alguma quando se tratam das mulheres e ainda mais quando se tratam de filhinhos de papai que pagam faculdade caras e tem dinheiro de sobra para pagar um dos melhores advogados que o estado tiver.
-Hey Lauren, como você se sente? Desculpe a demora, foi difícil acordar essa daqui! – Ally quebrou o silêncio que havia no quarto, já que as garotas não sabiam muito bem o que falar ainda.
-Me sinto melhor Ally, muito obrigada por perguntar. – Respondeu e sorriu sem mostrar os dentes, acho que a dor era grande o suficiente para que ela tentasse movimentar os músculos um pouco mais. -Eu imagino que tenha sido, quando ela foi dormir ontem e a gente gritou a noite toda com aqueles filmes horríveis de terror ela nem mesmo se mexeu.
Dei uma risadinha baixa e me aproximei um pouco mais, afundando minhas mãos nos bolsos da minha calça de moletom. Estava frio demais para colocar jeans, então escolhi o moletom menos "para ficar em casa" que eu tinha para vir aqui. Porém, com Ally gritando para que eu andasse logo eu mal pude olhar minhas malas direito (sim, eu ainda não havia tirado todas as minhas coisas das malas ainda).
-Mas ela acordou com a música alta do vizinho de baixo hoje. – Ally ressaltou.
-A música era muito ruim! Não tem como dormir quando se tem alguém em baixo do seu apartamento sofrendo por ser corno e não aceitar. – Revirei os olhos e as garotas riram, até mesmo Lauren que estava bem encolhida e calada.
Ficamos conversando por um tempo, perguntando como havia acontecido tal coisa. Fiquei sabendo que depois que fui dormir, elas assistiram uns dois filmes e Lauren teve que ir embora por causa do namorado que não parava de ligar, mandar mensagens e perguntar onde diabos ela estava. Ele praticamente obrigou-a a sair lá de casa para ir na casa do mesmo para que eles pudessem conversar, sendo que se ela não o fizesse ele iria até lá em casa pegar ela a força. Ele não estava acreditando muito na palavra dela, de que ela estava com as amigas assistindo filme, achou que ela estava com um ex namorado dela em uma boate que tem perto do campus. E quando a briga começou a ficar mais quente ele partiu para a agressão e a irmã do namorado dela que ajudou a mesma, ligando para a ambulância e evitando que o pior acontecesse.
-Você irá dar parte dele na delegacia, certo? – Dinah perguntou.
-Eu não sei, não acho que seja necessário. – Lauren disse eu arregalei os olhos.
-Como? – Ela me olhou. – Desculpe Lauren, mas ele te machucou. Você já se olhou no espelho?! Sabe como poderia ter sido pior caso a irmã dele não tivesse te ajudado? Isso é sério! Eu sei que eu não te conheço bem e que nem deveria estar aqui, ou muito menos dar minha opinião em meio a isso tudo, mas você não pode abaixar sua cabeça para uma agressão! Ele te espancou! – Eu disse e ela me olhou abaixando a cabeça e suspirando.
-Ela tem medo dele. – Camila disse finalmente, tirando sua atenção da tela de seu celular. Medo de que ele acabe com a reputação dela, que espalhe coisas dela na faculdade e que depois venha se vingar e faça pior!
Dei uma risada irônica, e balancei minha cabeça em negação.
-Se ele chegar perto de você, tocar em você ou pensar em estar no mesmo lugar que você eu quebro ele! Entendeu? – Me aproximei da mesma. – Mas para isso você tem que me prometer que você vai denunciar ele e pedir uma medida de proteção contra ele.
-Mas... – Lauren começou e eu a cortei.
-Mas nada! Eu te fiz uma promessa e eu vou cumprir, ninguém bate em mulher e ninguém bate nas minhas amigas ou nas amigas das minhas amigas. Não por cima do meu cadáver. – Estendi minha mão para ela com meu dedo mindinho levantado. -Promessa de dedinho?
Lauren deu um dos sorrisos mais bonitos que eu já vi uma garota dar. Qualquer uma que eu já tinha conhecido, namorado ou ficado e isso só me deu mais vontade ainda de continuar com a minha promessa até quando eu for capaz de lhe proteger.
-De dedinho. – Ela estendeu o seu e cruzamos os nossos, selando uma amizade que eu nem mesma imaginava que iramos começar. E em um momento tão inusitado e diferenciado.
[...]
A/N: Desculpem a demora, espero que estejam gostando da fanfic. Deixem seus comentários para que eu saiba se devo ou não continuar, aproveitar que está no começo ainda.
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Oceans (Lauren/You)
FanfictionArte move montanhas, descreve sentimentos, demonstra coisas que não conseguimos falar. Faz com que pessoas se encontrem, se amem e até mesmo pensem em se casar. Arte é a vida delas, assim como uma é a vida da outra.