CAPÍTULO 2

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Depois do colégio fui direto para casa. Meus pais não estavam, o que foi ótimo, porque dormi a tarde inteira e só acordei minutos antes da hora do jantar.

— Vamos receber visitas, Zoe. Você não pode se arrumar melhor? – Minha mãe insistiu para que eu trocasse de roupa pela milésima vez.

— O que tem as roupas que estou usando? – perguntei olhando para o meu jeans e a minha blusa xadrez.

— Zoe, eles trabalham no escritório. Coloca um vestido e arruma o cabelo, por favor.

— Tudo bem, mãe. Vou trocar de roupa.

— Você é uma boa menina, Zoe. Vou terminar de aprontar o jantar.

Minha mãe saiu como se tivesse ganho uma guerra.

Resolvi colocar um vestido que passa dos joelhos, estilo bonequinha azul com alguns detalhes pretos e um par de sapatilhas pretas. Meu cabelo está naqueles dias em que nada que eu faça parece resolver. Por ser longo só torna meus esforços mais perdidos. Olhei-me no espelho e suspirei frustrada. Desisto de tentar arrumá-lo e faço um rabo de cavalo. Resigno-me apenas a ajeitar a franja. Fiquei em frente ao espelho mais uma vez e constatei que não estou tão ruim assim. Minha pele, como sempre, está pálida. Não adianta tomar sol, porque o máximo que consigo com isso é ficar vermelha.

— Zoe, querida, os convidados chegaram – avisou meu pai.

Suspirei e exibi um sorriso.

Desci as escadas e fiquei entre os meus pais. Assim, parecíamos aquela família de comercial de margarina. O casal chegou e eu os cumprimentei educadamente.

A minha única função nesses jantares é permanecer em silêncio e só falar quando alguém me pergunta algo.

— Boa noite, Sr. e Senhora Woodley.

Exibi o meu melhor sorriso.

— Zoella, como você está crescida! Está uma jovem tão adorável – falou Cheyene Woodley apertando de leve a minha bochecha.

Fomos todos até a sala de jantar. Minha mãe serviu a refeição, o cheiro da comida estava tão bom que minha barriga roncou. Espero que ninguém tenha ouvido isso.

— Então, Zoey, seu pai me disse que você está no último ano do colégio. Como está se saindo? – Cheyene perguntou.

— Muito bem, eu acho, senhora Woodley.

— Que modesta é minha filha... Ela é uma das melhores alunas da sua classe – Meu pai falou com uma voz de orgulho.

— E o que pretende fazer na faculdade, Zoey? – perguntou senhor Woodley.

Com essa pergunta todos os olhares caíram sobre mim e como demorei um pouco para responder, recebi um olhar aborrecido do meu pai.

— Pretendo fazer faculdade de direito – falei a frase que foi ensaiada por toda a minha vida.

— Seguindo os passos da família faz muito bem, Zoe. Tenho certeza que seus pais estão orgulhosos – Senhora Woodley falou simpática.

— Então, querida, como foi a aula? – perguntou meu pai.

— Foi bom. – Deixei de fora a parte que eu fui até a sala do diretor. — Entrou um aluno novo.

— Aluno novo? – Minha mãe perguntou curiosa.

— Sim. Zachary Reed.

No momento que esse nome saiu dos meus lábios as feições de todos mudaram em expressões de choque e horror.

Lótus (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora