Não consigo dormir, meu nariz está latejando de dor e isso me fez acordar várias vezes durante a madrugada.
Quero saber o que me deu para me meter naquela briga.
Sempre odiei brigas, mas dessa vez não sei o que aconteceu. A culpa disso é Zachary... eu sei que a culpa não é totalmente dele, mas preciso culpar alguém pelo meu comportamento estúpido, assim vou me sentir um pouco melhor.
Uma coisa que me pergunto é: por que brigaram?
A dor não passava e eu não tinha ninguém para me fazer companhia nessa madrugada de dor e tédio. Levantei da cama tentando não fazer barulho para não acordar meus pais, porque o quarto deles é ao lado do meu. Andei por todo meu quarto, observei cada detalhe. A cômoda cheia de porta retrato, um quadro de cortiça preso na parede, onde tem pôster de bandas. Minha escrivaninha é de madeira, sou apaixonada por ela, mas sempre está uma bagunça cheia de livros e papeis.
Não aguentei mais a falta de sono por causa da dor e foi quando lembrei do papel com o número no bolso da minha calça. Ainda tenho péssimas impressões ao seu respeito, mas ele me atingiu, então merece ser incomodado.
Procurei a calça que usei no colégio e a encontrei no meio de uma pilha de roupa suja no canto do quarto. Finalmente achei. Hesitante peguei o papel com o número, senti como se a minha mão estivesse queimando. E, se nesse exato momento, ele estiver fazendo algo ilegal? E eu acabar me tornando cúmplice porque estava falando com ele?
Deixa de ser boba, Zoela.
Penso no que vou falar para ele...
Não consigo dormir e a culpa é sua por ter quase quebrado o meu nariz. Só para te avisar meu pai quer arrumar um jeito de acabar com você.
Alguns minutos passaram e eu continuava olhando para o celular. Respirei fundo e tomei coragem para ligar. São 02:00, os motoqueiros são conhecidos por suas festas da madrugada. Disquei o número o telefone e tocou três vezes antes que alguém atendesse.
— Alô – disse uma voz feminina e sonolenta ao atender o telefone.
Fiquei calada, porque não imaginava que ele tinha uma namorada.
— Alô!
— É o telefone de Zachary? – perguntei me sentindo estúpida.
— Sim, ele está dormindo.
Encerrei a ligação.
Tenho certeza que ela vai contar a ele. E, provavelmente, ele saberá que fui eu.
Deitei na cama e finalmente o latejar diminuiu.
***
Acordei com uma voz cantarolando, as cortinas foram abertas e o sol iluminou o quarto.
Tive dificuldade em abrir os olhos com a luz repentina.
— Fecha essa cortina – resmunguei cobrindo meu rosto com o cobertor.
— Está na hora de acordar – minha mãe falou suavemente tirando a coberta do meu rosto. — Dormiu bem?
— Não – resmunguei. – O nariz tornou isso impossível.
— Veja pelo lado bom. Agora você aprendeu a nunca mais se intrometer em uma briga. Que isso sirva de lição.
— Acredite, mãe, aprendi minha lição.
— Espero que sim, querida. Fiquei preocupada quando Marley ligou. – Mamãe beijou minha testa. — Se arrume. Vamos sair – comentou antes de sair.
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Lótus (DEGUSTAÇÃO)
RomanceDesde que Zachary Reed entrou na minha vida, ela não foi mais a mesma. É membro de um Moto Club e lutador nas noites solitárias de Oakland. Todos sabem sobre ele, ou acreditam saber algo. Os rumores não são positivos, mas ele não se importa. Em um...