4. A caça ao Edward vermelho

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Carlisle se manteve perto de mim no parque, eu podia sentí-lo a menos de um pé de distância todo o tempo. Era um pouco irritante, ser observado tão de perto. Eu não me sentia assim desde que eu era... era. . . Não conseguia me lembrar. Uma criança, acho. Uma memória estava me cutucando, enquanto estava parado no parque com Carlisle, o céu era uma noite sem lua.

A memória passou num flash em minha mente, embora eu só a visse através de embaçados olhos humanos .Meus dedos percorreram teclas de marfim. Eu hesitei, atingindo uma nota forte demais "Não, " minha professora de música gritou, "agora faça novamente!" eu movi minha cabeça, tocando as notas da forma como deveriam ser tocadas. Hesitei novamente, cometendo exatamente o mesmo erro. A régra bateu em minhas mãos. A pele ardeu. "Lembre-se, " ela disse, "controle. "

Balancei minha cabeça, afastando a memória para longe. Cheiros estranhos estavam em toda minha volta. Meus novos instintos estavam borbulhando debaixo de minha pele. Para caçar, para matar. Tudo o que precisava era o menor dos incentivos. Ou isso era o que o monstro precisava. Estava ficando difícil distinguir entre o monstro em minha cabeça e eu mesmo. Éramos um só, e o mesmo, mas não exatamente.

Então ela estava lá. Arregalados olhos castanhos saturados de medo. Ela congelou de repente ao nos ver. Sorri e respirei fundo. O sangue que eu podia cheirar, pulsando em suas veias, me chamava como um doce elixir. Não tão doce como os outros aromas que cheirei antes, mas esse serviria. Este animal seria meu.

Carlisle colocou uma repressora mão em meu ombro.

"Lembre-se do que eu disse. Passos pequenos, " ele murmurou.

Então percebi nesse momento, éramos capazes de falar tão suavemente que nem um animal podia nos ouvir. Nossa presa não receberia aviso algum de sua morte iminente. O veado ficou parado, olhos bem abertos, quase como uma estátua. Apenas o movimento de seu peito traia sua quietude. A sede rasgou por entre meus pulmões, se arrebentando minha garganta, um líquido vil preencheu minha boca. Eu engoli com dificuldade.

"É veneno, " Carlisle explicou. "Paraliza nossa presa. "

Interessante. Por mais que essas novidades me assustassem, era difícil não estar maravilhado com todos os incríveis detalhes. Veneno em minha boca. Dentes afiados como lâminas. E como Carlisle havia me mostrado antes, força superior que eu tinha que manter cuidadosamente guardada. Podia quase acreditar que havia adquirido poderes de um Deus em meu obscuro novo mundo de insuportável sede e desejos selvagens.

A orelha do viado se contorceu. Ela não piscou, ela não se moveu. Mas aquele movimento era o único incentivo que eu precisava. Me posicionei de forma agachada, mais que preparado para minha presa.

"Ainda não, " Carlisle disse com uma rápida mão em meu ombro, "passos pequenos. Você precisa aprender controle. "

"Não, " vociferei, empurrando a mão de Carlisle e pulando à frente.

Edward, espere! Controle! Por favor. Oh, Deus...

Ela estava em minhas mãos antes que até pudesse pensar. Percorri meus dedos ao longo de sua coluna, procurando pelo ponto mais vulnerável em suas vértebras. Quebrei seu pescoço com um movimento de meus dedos. Rosnei com poder e forcei meus dentes em seu pêlo. Sangue deslizou em minha garganta, preenchendo-me com um prazer cegante. Então, o prazer esgotou-se rápido demais, e não havia mais sangue algum no veado. Soltei o inútil e seco corpo no chão. Tudo isso aconteceu em menos de um segundo.

Virei para Carlisle. "Mais, " eu ordenei com um rosnado. Lambi meus dentes ensanguentados. Ele cautelosamente andou até mim e se agachou.

"Não vou mentir para você, Edward. Você pode ler minha mente, então não há muita razão em fazê-lo, " ele sorriu. Virei meus olhos. "Sangue animal nunca irá satisfazê-lo completamente, mas é o suficiente. "

Verde, Vermelho e DouradoOnde histórias criam vida. Descubra agora