Capítulo 3

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A gente se sente muito vulnerável com os olhos vendados e as mãos algemadas. Eu me sentia incapaz de fazer alguma coisa para fugir naquele momento apesar de meus pés estarem livres. Como eu ainda estava viva e não tinham me machucado e conclui que tinha sido realmente raptada e levada para algum lugar bem longe de casa. Quer saber, eu estava com medo.

— Você precisa de ajuda? – a voz grave perguntou.

— Não, eu só desci rápido demais e pisei de mal jeito numa pedra. – o palhaço respondeu.

Eu pude ouvir o helicóptero se afastando. Estão era isto, cheguei ao lugar onde será o meu cativeiro. Ouvi passos se aproximando em minha direção.

— Seus babacas, vocês entraram numa fria. O FBI deve estar atrás de vocês.... – eu disse furiosa.

— Mas, quem deu ordens para tirar a fita? – perguntou o palhaço.

— Eu pensei que tudo bem, Jack. Aqui ninguém poderá ouvi-la. – disse a voz grave.

— Ora, Jeff, eu posso ouvi-la. E a única coisa que eu quero é ouvir uma menina mimada choramingando e dizendo besteiras. – disse o palhaço irritado. – Ponha a fita de volta.

— Eu não sou mimada e a ultima coisa que você verá será eu choramingando. – eu disse puta da vida. – Vocês são uns covardes!

— Vejam só, e ela ainda é atrevida. Cale esta menina, Jeff. Não vou aguentar ouvir esse sotaque de filhinha de papai de Long Island até chegarmos na cabana. – Jack disse.

— O que foi que eu te disse? Você fala demais. – disse Jeff para mim.

Ele se aproximou e com uma mão segurou a minha cabeça por trás e com a outra pôs a fita de volta à minha boca. Ainda assim eu protestei grunhindo.

— Vamos indo. – ordenou Frank.

— Retiro a venda? – perguntou Jeff parecendo meio inseguro.

— Ainda não. Espere até entrarmos na mata. – Frank disse. – Melhor carregá-la, assim vamos mais rápido.

— Quem vai carregá-la? – perguntou Jeff.

— Mas que pergunta! É logico que é você, meu caro. – ordenou Frank. – Coloque ela no ombro, fica mais fácil para andar.

É muito ruim as pessoas falarem de você em sua frente como se você não estivesse presente, como se sua opinião não contasse, como se você fosse uma coisa. É logico que eu não queria ser carregada!

— Vamos lá, garota. – disse Jeff para mim. Não adiantava protestar, então não protestei.

Ele se aproximou de mim, me segurou pelas minhas pernas e me jogou pelo ombro dele como se eu fosse uma saca de alguma coisa, me colocando de cabeça para baixo e bunda pra cima e, ai meu Deus!, mostrando a minha calcinha! Mas que droga! Minhas mãos estavam atadas e eu não podia ajeitar a minha saia e eu tinha certeza que minha calcinha tinha entrado! Total vexame. Eles iam me pagar. Ah!, isto eles iam me pagar!

Andamos algum tempo assim. Eu podia ouvir a respiração pesada de Jeff me carregando e me pareceu que ele estava dando conta do recado muito bem. Senti seu ombro musculoso e o seu cheiro que era indescritivelmente bom. Ele andava rápido e os meus braços balançavam para lá e para cá. As vezes ele parava um instante e depois continuava a andar. Frank ia logo atrás, mas nem ele e Jeff diziam uma palavra.

— Ponha ela no chão. – ordenou Frank. – Daqui pra adiante ela pode ir com as próprias pernas.

— Graças a Deus. – disse Jeff aliviado. – Ela pesa um pouquinho.

Ele parou e me pôs no chão com cuidado. Gostei de estar numa posição mais decente agora. Pelo solado do meu mocassim, senti que o terreno era meio arenoso.

— Vamos abaixar as mascaras. – ordenou Frank. – E tire a venda dos olhos dela.

Refém do PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora