Eu acordei me sentindo numa posição muito desconfortável, sem poder mover minhas mãos e minhas pernas. Também havia algo em volta dos meus olhos que me impedia de ver. Um barulho muito alto de um motor ligado também me incomodava. Então eu concluí que estava num helicóptero, pois eu já tinha voado algumas vezes de helicóptero e dava para perceber isto. Bem, se eu não estava morta é porque fui raptada! Eu estava amarrada e com uma venda nos olhos. Mas a boca está livre!
— Vocês estão fodidos! Meu pai é senador e vai pôr a CIA e o FBI atrás de vocês! – gritei bem alto para ser ouvida por causa do ruído do motor.
Então uma voz falou impaciente; aquela voz me pareceu familiar.
— A princesa já acordou. Cale a boca dessa fedelha!
E logo em seguida alguém tapou a minha boca com uma fita adesiva, mas antes disso ainda gritei por socorro usando toda a potência dos meus pulmões, e olha que eu sei gritar alto! Não me façam mal, eu serei boazinha, eu pensei cruzando os dedos. Como eu fui idiota, eu nunca deveria ter parado para informar nada, ainda mais para um palhaço. Palhaços não merecem confiança, mesmo. Droga, perdi a primeira aula e levei falta!
O passeio de helicóptero foi demorado. A secretaria da escola já deve ter ligado para a mamãe para informar que não fui para a aula. Ela dever ter ficado em pânico, como sempre, e ligado para papai em Washington. Ela já deve também até ter ligado para a polícia. Eu até já devo estar tendo os meus minutos de fama nos noticiários da manhã e devem ter reportares em frente à nossa casa farejando mais notícias. Papai já deve estar a caminho de Glenwood. John ficou sabendo e saiu da escola para ir lá para casa. O circo já deve estar armado!
De repente eu percebi algo diferente. O helicóptero parou, mas não aterrissou. Deve ter ficado suspenso no ar como fazem os helicópteros. Foi aí que eu ouvi a mesma voz grossa falar quase gritando para outra pessoa.
— Você vai primeiro e segura a corda lá em baixo. – disse a voz familiar. Pronto, lembrei que voz era aquela, era a do palhaço!
— OK, você é quem manda! – respondeu alto outra voz que era grave e intensa.
Em seguida o barulho do motor ficou mais alto quando abriram a porta do helicóptero. Eu comecei a sentir uma sensação estranha.
— Use este cinto e deixe o de três pontos para a menina. – disse o palhaço.
Eu não estava gostando nem um pouco daquela conversa. Se o que estava para acontecer era o que eu estava imaginando, então pode para aí mesmo! Não vou descer feito um embrulho daqui de cima, não mesmo. Eu tentei protestar gritando, mas minha boca estava tapada demais para eu ser ouvida. Agitei meu corpo para um lado e para o outro tentando me livrar das amarras. Foi quando o palhaço gritou comigo.
— Fique quieta ou você vai se dar mal!
Alguém me segurou com força e colocou algo em volta de minha cintura e depois abriu as minhas pernas sem pedir permissão e passou algo entre elas que prendeu na cintura. Depois desprendeu as minhas pernas e então eu ouvi a voz grossa falar para mim.
— Eu vou colocar você de pé e você vai fazer exatamente o que eu digo, entendeu?
Fiz que sim com a cabeça me mijando de medo. Então ele me segurou pelos braços e me pôs de pé num único impulso me fazendo perceber o quanto ele era forte.
— Eu vou soltar as suas mãos e você não vai fazer nenhuma gracinha ou você se fode, entendeu? – disse o palhaço.
Bati com a cabeça novamente. (me mijando de medo novamente)
Então ele desprendeu as minhas mãos que estavam presas para trás com algemas e eu nem tive a chance de fazer um alongamento porque ele as algemou novamente pela frente. Depois ele me virou de costas e senti que ele prendeu algo por detrás na cinta que ele havia colocado em mim. Tremi de medo!
— Não tenha medo, você está segura e não vai cair. – é fácil ele dizer isto, não é ele que está amarrado de olhos vendados prestes a ficar dependurado nas alturas! – Fique quieta e tudo dará certo!
Em seguida ele me pegou pela cintura e me empurrou para fora do helicóptero. Gritei, ou melhor, tentei gritar porque minha boca continuava tapada e só saia um grunhido abafado. Senti o chão sumir sob os meus pés e me esperneei feito um peixe preso no anzol a caminho da frigideira. O vento batia forte levantando a minha minissaia e, ai meu Deus!, estão vendo a minha calcinha! Eu acho que desci bem rápido porque alguém me pegou pelos pés e foi subindo com as mãos pelas minhas pernas até chegar em minha cintura e também senti meus pés tocar a terra firme. Suspirei aliviada. Minhas pernas tremiam bambas feito vara verde.
— Pronto, já peguei você! – disse a voz grave e intensa falando quase aos meus ouvidos. Eu pude até sentir a sua respiração quente no meu pescoço.
Não adiantava querer gritar, por isso nem tentei. Apenas me recobrei do susto.
— Levante um pouco os braços para eu tirar esta cinta. – a voz grave disse bem juntinho de mim. Esse cara até que cheirava gostoso.
Eu pensei em correr, mas com a venda tapando os meus olhos eu ia correr igual a uma galinha sem cabeça e bater a cabeça em alguma pedra ou coisa assim. Então eu resolvi cooperar para ver o que acontecia.
— Abra mais as pernas. – a voz grave ordenou novamente ao pé do meu ouvido. Eu só tinha ouvido o John falar assim pra mim e vindo de outro cara tive uma sensação esquisita, fiquei arrepiada.
A parte da cinta que passava entre as minhas pernas também foi solta e eu me senti livre ou quase tipo isto.
— Está se sentindo melhor agora? – a voz grave disse e como ele percebeu que as minhas pernas ainda tremiam ele pôs as mãos na minha cintura e me fez andar um pouquinho para frente.
Eu ainda ouvia o helicóptero sobre nossas cabeças. Ele puxou de uma só vez a fita que tapava a minha boca e em seguida eu gritei o mais alto que pude, pedi socorro, xinguei eles de tudo quanto era nome. Gritei por socorro novamente.
— Pode gritar à vontade, ninguém jamais vai te ouvir. Aproveite para gritar mais o quanto quiser porque quando o Frank descer ele vai mandar eu calar você novamente. – a voz grave falava na maior tranquilidade.
— Quem são vocês? – perguntei mudando de tática.
— O quê? Não deu pra perceber? Nós somos dos correios e você é uma entrega do Sedex. – ele respondeu. Pelo menos ele tinha senso de humor, pensei.
— Engraçadinho. – eu disse percebendo que minhas pernas tinham parado de tremer.
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Refém do Prazer
Storie d'amoreAmy levava uma vida igual a toda colegial de 17 anos de uma pequena cidade. A rotina diária de casa para a escola, a prática de esportes depois da aula, a conversa com as amigas, o amor dos pais dedicados e o namoro com o menino mais popular da esco...