Chapter Six.

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"And it's alright calling out for somebody to hold tonight. When you're lost, you'll find a way, I'll be your light. You'll never feel like you're alone, I'll make this feel like home. I'll make this feel like home. Baby we could be enough!"

Doncaster, Inglaterra. 22 de Fevereiro de 2010; 08:35 pm.

Mais de um mês havia se passado e nem uma noticia dela. Era como se Amelia Campbell tivesse sumido do mapa. Eu havia pensado em procura-la várias vezes, esquecer do meu orgulho e ir atrás da garota que eu amava. Eu não era tão orgulhoso para deixá-la partir por apenas um deslize como aquele.

Mas esse não era o grande problema.
O ponto principal era que nos momentos de raiva eu queria achá-la e dizer tudo o que sentia e mesmo quando tudo parecia ter se acertado dentro de mim, eu simplesmente pensava nela e toda dor voltava e eu a odiava mais uma vez.

Estar com Amelia Campbell era uma coisa inconstante. Uma variação infernal entre o amor e o ódio.

— Louis, você vai se atrasar.

Aquela era provavelmente a quarta vez que eu ouvia a voz da minha mãe pronunciar a mesma coisa, enquanto tudo o que eu fazia era encarar o telefone como um idiota.
Ela não ligaria e era um imbecil por pensar que ela faria isso.

Respirei fundo encarando a grande mala preta no meio do quarto. Era a última. O único obstáculo entre meu futuro e eu. Lincoln. É, havia sido minha decisão final. Medicina, quem diria?

— Louis!

— O que foi?! — gritei, levantando-me da cama, caminhando em passos apressados até a escada. — Estou ocupado, mãe!

O silencio que dominou o ambiente, não foi mais devastador do que as palavras que ela proferiu em seguida.

— Amelia está aqui!

Ela não ligaria. Aquilo lhe lembrava seu ex namorado, com o qual ela tinha terminado por celular. Por minha causa.

Talvez muitos vissem seu ato como covardia, mas quando Nick chorava — não, quando qualquer pessoa chorava — Amelia não conseguia dar continuidade ao que planejava. Ela não conseguia encarar o fato de que existiam pessoas que choravam por sua causa. Como se ela não fosse digna de tal coisa.

E mais uma vez naquele semestre, eu agi como um garotinho assustado. Meus pés congelaram por breves momentos, até que pude ouvir a voz deAmelia e então voltei a mim e parti para dentro do quarto. Um ato impensado e imbecil, pois afinal, ela tinha me procurado. Não era isso que eu queria?

Joguei meu corpo na cama e procurei por uma posição que fosse o mais descontraída possível - mas meus joelhos não paravam de tremer. Depositei então meus cotovelos sob eles e encarei o vazio, esperando pelo fatídico momento, pelo qual eu tanto esperei, mas que queria evitar agora.

— Devo ter tropeçado em umas vinte malas suas pela escada. — Amelia nem ao menos se preocupou em bater na porta, colocando todo seu corpo frente a frente ao meu em poucos segundos. — Sua mãe me disse que você iria embora hoje.

Raspei a garganta, deixando meus joelhos livres para vacilarem mais uma vez. Mas não foi isso que eles fizeram. Pude então me erguer da cama e terminar de vistoriar o quarto, uma última vez.

— Ela te ligou?

— Não. - ouvi sua negação por de trás de mim, e pelo canto do olho pude ver sua cabeça dar movimento a suas palavras. — Encontrei com ela anteontem no mercado. — assenti em silencio, ainda a procura de algo para distrair minhas mãos. — Pensei que você me ligaria.

Depois de suas palavras, pude finalmente suspirar, deixando esvair toda aquela aflição na qual eu me encontrava. Desisti de tentar focar minha atenção em qualquer coisa que não fosse a garota atrás de mim e então me virei para encarar seu rosto. Se minhas mãos tremiam e suavam antes, naquele momento eu não as senti mais. Amelia estava tão quebrada quanto eu.
Mais de um mês havia se passado e as manchas arroxeadas ainda estavam abaixo de seus olhos, como estavam nos meus. Mutualidade era algo do qual compartilhamos desde... sempre. Olhar para Amelia naquele momento, fora como olhar para mim mesmo.

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