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Rafael narrando

Em seguida, Pedro abre a porta, entrando em casa, fazendo com que nos separássemos no mesmo instante.

- Eu vi esse abraço aí, hein!

- Menos, Pedro... bem menos, quase nada! - disse envergonhado.

- Vou subir para o meu quarto. - assim, subiu as escadas.

- Por que a Becca estava te abraçando? Ela não abraça ninguém, nem minha mãe...

- É que eu contei o que aconteceu ontem, e foi exatamente por isso que vim aqui. Eu precisava contar para você, mas você não estava e acabei desabafando com a sua irmã...

- Ata, mas então conta aí o motivo de sua visita.

- Bom, você tinha me falado que era pra eu contar a verdade pra ela, certo? - disse e ele assentiu - Então, eu fiz exatamente isso. E ela não acreditou... ela ainda me julgou! Disse coisas que me magoaram de verdade, falou até que eu inventei tudo isso só para ela brigar com o Felipe!

- Que barra, Rafa! Mas vocês então estão brigados?

- Sim... mas eu vou provar pra ela que estou certo! Hoje a noite é a festa de aniversário dela, e pelo que ouvi o Felipe falando com a AnaLu, é hoje que acaba o prazo do "desafio" de namorar a minha irmã. Portanto, hoje ela vai pegar ele no flagra!

- Como tem tanta certeza disso?

- Ah, eu espero que ela pegue, né! Não vou estimular, quero evitar confusão, ainda mais com a Mia no meio.

- Entendi... mas não fica triste não, viu? Vai dar tudo certo, certeza.

- Valeu, cara. Sabia que podia contar com você. - respondi sorrindo.

- Sempre, brother. - retribuiu o sorriso - mas vamos agitar seu astral! Que tal uma caminhada? Vamos caminhar agora a tarde e depois você vai pra casa, tomar um banho e se arrumar pra festa da sua irmã.

- Acho que uma caminhada para esfriar a cabeça cairia bem agora... Ah, e aparece lá na festa! Leva a Becca e a Lari, minha família vai estar lá, tenho uns primos menores que podem fazer companhia para a Lari. E a Becca tem a idade da minha irmã, ela pode fazer amizades com as meninas...

- Tudo bem! Vamos?

- Vamos!

Então, saímos de casa e fomos até a praça. Treinamos um pouco e voltamos. Despedi - me do Pedro e fui para a casa.

Mia narrando

Assim que voltei da escola, fui conferir tudo para a minha festa. Eu estava fazendo 17 anos, então precisava ser uma festa e tanto!

Estava arrumando minhas coisas e providenciando outras que quando olhei as horas no relógio já marcavam 18:30. A festa estava marcada para as 19:30, logo, tinha uma hora para me arrumar.

Depois de tomar um banho, fui vestir o vestido que a AnaLu tinha comprado pra mim. Ele era azul escuro com uma saia rodada até a metade da coxa; tinha uma renda na parte de cima e na alça. Calcei meus saltos finos pretos e fiz uma maquiagem caprichada.

Eram dez horas da noite. Todos já estavam na festa. Haviam alguns casais ao redor da piscina; algumas rodinhas nos bancos perto da churrasqueira e outros em pé; a família estava sentada em uma grande mesa no centro da varanda. Assim, resolvi procurar por Felipe. Eu tinha passado a tarde toda providenciando os últimos detalhes que nem tive tempo de conversar com ele. Fui atrás dele pela festa toda e não achei. Será que tinha ido embora? Resolvi ir até a janela e me arrependi no mesmo instante. Apenas senti uma lágrima escorrer do meu rosto e corri para o meu quarto.

Rafael Narrando

Eu estava voltando da cozinha quando ouvi passos subindo as escadas rapidamente. Esses idiotas ainda não entenderam que a festa é fora?

Subi as escadas nervoso. Agora eu teria que dar uma de irmão chato só porque não podem subir lá em cima.

- EU JÁ FALEI QUE A FESTA É LÁ EM BA... - abri a porta do quarto gritando. Mas parei assim que não vi ninguém lá dentro.

Ouvi alguma coisa vindo do banheiro. Fui até a porta para escutar melhor. Era... choro?

- O-oi... Quem está aí? - ninguém respondeu. - Olha, eu não conheço nenhum de vocês que vieram na festa mas eu estou disposto a ajudar todos. Então, por favor, poderia abrir a porta? - ouvi o choro ficar mais intenso. - Ah, não chora... Abre a porta para eu poder te ajudar... Eu posso não ter o mínimo contato com vocês mas eu não quero ver ninguém triste aqui na festa da minha irmã... Por favor, abre a...

Antes de eu poder terminar a frase a porta se abriu bem devagar, revelando quem estava chorando. Ela? Eu poderia imaginar qualquer um menos ela.

- Mia? O que aconteceu?

Ela não respondeu, só me abraçou, em desespero. Nesse momento eu esqueci completamente que havíamos brigado e só retribui o abraço. Ela me abraçava com força e chorando no meu ombro. Intensifiquei mais o abraço acariciando seus longos fios de cabelo.

- De-desculpa... Vo-você estava certo... Eu sou uma estúpida... - disse entre soluços. Minha pequena estava chorando e eu não podia fazer nada. Na verdade, eu podia: podia acabar com aquele idiota mas a Mia com certeza não iria querer. E eu não quero vê-la pior, então só continuei abraçando-a.

- Xiiu... Não precisa falar nada e muito menos pedir desculpas. Eu não tinha provas de nada, você não tinha como acreditar. E você é uma
criança apaixonada, não iria querer acreditar nisso...

- E-era. Eu era uma criança apaixonada. - respondeu voltando a chorar.

Continuei acariciando seus fios longos de cabelo enquanto ela chorava em meu peito. Eu estava tão abalado quando ela. Vê-la chorar era horrível para mim.

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Espero que tenham gostado ♡

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