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Rafa narrando

Depois de uns quinze minutos presos lá em cima, resolvi quebrar o silêncio:

- Becky? - ela me olhou sem entender. Droga, a chamei de um jeito diferente. Um dos meus sonhos era chamá-la assim. - Desculpe...

- Becky... - disse pensando alto - Gostei. Pode me chamar assim. - sorriu.

- Ok. Então Becky, - disse sorrindo. - você está com aquele menino da festa da minha irmã?

- Que menino?

- Aquele que você estava...

- Ah, o Rique... Não, não tenho nada com ele. Ele só pediu para ficar comigo e eu aceitei, nada além disso. E nem quero nada, ele não faz, digamos, o meu tipo.

- E que homem faz seu tipo? - perguntei demonstrando menos interesse possível. Acho que não consegui muito bem.

- Ah, acho que tem que ser um menino companheiro, que me entenda, sabe? Todos me acham muito rebelde por ser gótica e me comportar diferente das outras garotas. Quero alguém que me aceite como eu sou e que goste de mim assim. Quero alguém que faça eu sentir que existe alguém que realmente se importe comigo... - respondeu pensativa, olhando para o horizonte.

Fiquei a admirando e infelizmente ela percebeu. Logo disfarcei.
Um silêncio novamente se instalou no local e dessa vez não fui eu quem o quebrou.

- E você, Rafa? - perguntou dispertando-me dos meus pensamentos.

- Eu? Eu o que?

- Qual seu tipo de menina...? - disse rindo levemente devido à minha surpresa com a pergunta.

- Ah, eu já tenho uma que se encaixa perfeitamente no meu tipo. Mas só tem um detalhe...

- Qual?

- Ela saber... - respondi rindo fraco.

- Mas por que não fala para ela?

- Tenho medo, Becky. Medo de ela querer se afastar de mim por isso...

- Rafa, não precisa ter medo. Garotas gostam de meninos de atitude. E outra, você... - deu uma pausa olhando para o chão - ah, esquece... - respondeu tímida.

- Esqueço não. O que você ia me falar? Eu...?

- Você não é de se jogar fora, Rafa. Você é bonito, educado, inteligente... qualquer menina gostaria de você... - disse encarando o chão.

Logo subiu lentamente os olhos até os meus, que já os encaravam. Aquela garota disse que eu era bonito? De repente surgiu um sorriso instantâneo nos meus lábios. Ela retribuiu com outro, só que mais vergonhoso.

De repente o brinquedo começou a funcionar, fazendo-nos olhar para frente concertando nossa postura.

Mia Narrando

Assim que saímos da montanha russa, fomos até o local combinado para encontrar o Rafa e a Becca, mas sem sucesso. Onde eles estariam?

- Pedro, cadê eles?

- Também não sei, Mamma Mia...

- Nossa, que engraçado, Pedro Augusto...

- Não posso dar apelidos mais? Credo.

- Brincadeira. Pode sim... Peh. - respondi rindo

- Peh... curti. - respondeu pensativo me fazendo rir - Agora vamos, temos que encontrá-los. Vamos, Lari?

- Vamos!

Assim que demos alguns passos os encontramos na banquinha de algodão doce. Eles estavam tão amigos assim?

- Oi, onde estavam? - perguntei assim que nos aproximamos da banquinha.

- Na roda gigante. Ela tinha parado, mas depois de vinte minutos voltou a funcionar. - respondeu Becca.

- Aqui está, Becky. - disse entregando o algodão doce a ela.

- Becky? - perguntamos eu, Lari e Peh juntos.

- Eu inventei, não pode? - perguntou Rafa.

- Pode, claro... - respondi - O que você diz, Peh?

- Tô de olho, senhor Rafael... Vamos Mamma Mia.

- Peh? Mamma Mia? Estão amiguinhos, ein? - perguntou Rafa cruzando os braços.

Rimos todos devido às nossas cria criancices. Fomos em muitos outros brinquedos e passamos a tarde toda lá. Depois de um tempo fomos no Starbucks e a noite eu e Rafa voltamos para casa.

- Boa Noite, Família! - gritou Rafa entrando em casa e dando um beijo em minha mãe.

- Nossa, o que aconteceu com você? - perguntou minha mãe surpresa com a atitude.

- Quem é a menina? - perguntou meu pai.

- Rebecca. - respondi antes que pronunciasse. - Quer dizer, "Becky" né, Rafa? - fiz aspas com as mãos rindo.

- Claro que não, seus chatos. Só estou de bom humor, não pode? - perguntou fingindo indignação.

- Não nasci ontem, maninho! - respondi apertando sua bochecha fazendo todos rirem.

- O que temos para o jantar? - perguntou mudando de assunto.

- Pizza.

- Deixa eu pedir? Eu nunca peço... - perguntei com cara de piedade.

- Só porque estou legalzinho hoje, ein. - respondeu Rafa estendendo o telefone na minha mão.

- Obrigada, "Becky"! - respondi rindo e pegando o telefone.

- Idiota. - respondeu voltando para a cozinha.

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Oi, gente! Como estou de férias, postarei a fic mais vezes por semana durante esse mês.
Espero que tenham gostado, ♡.

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