Say Something... I'm Giving Up on You.

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Newt

Os olhos castanhos de Thomas estavam fixos em minha direção, percebi que ele estava aflito, e eu também. Não conseguia olhar para ele, mas fiz um esforço e fitei seus olhos, firme. Eu precisava ser firme. Aquele era o momento que eu mais precisava ser forte e encarar tudo de frente.

– Eu descobri o que você fez, Thomas. – anunciei, meu tom de voz não deixava nenhum espaço para ele levantar questionamentos. Thomas vacilou, como se tivesse levado um golpe.

– C-como? – Thomas gaguejou. – Como você... descobriu?

– Não vem ao caso. – respondi, escondendo dele que era por causa de Janson. Meu pai conseguiu estragar até isso, meu namoro com Thomas, mandando pessoas o investigarem e fazendo um dossiê sobre ele. Eu o odeio mais agora do que antes.

Thomas se manteve em silêncio, mas eu queria que ele dissesse alguma coisa, queria que ele me dissesse que tudo não passa de uma mentira, uma farsa criada por meu pai, mas ele não disse nada... me lembrei dos versos de Say Something cantados por Christina Aguilera... say something, I'm giving up on you.

– Por que você fez aquilo? – perguntei, meus olhos começaram a ficar marejados, mas engoli o choro.

– Eu estava sendo devorado pela insanidade. – ele me respondeu. Foi tudo o que ele disse, então apenas abaixou a cabeça e desviar seu olhar do meu, decidiu fugir.

Ficamos em silêncio, eu não era capaz de falar sobre aquilo em voz alta, Thomas pareceu entender e não forçou nada.

– Newt, aquilo – ele começou. – foi algo de que eu me arrependo tanto, e-eu gostaria de voltar no tempo e mudar tudo. – Thomas disse, percebi que ele estava chorando. Haviam lágrimas em seus olhos, e eu gostaria de acreditar que eram lágrimas de arrependimento, mas nada era processado pelo meu cérebro e meu coração estava sendo esmagado por um enorme sentimento de decepção e tristeza.

Eu não tinha algo para dizer, precisava de tempo para entender melhor.

– Thomas, precisamos dar um tempo. – eu disse, então. Em minha mente, aquela parecia a melhor coisa a se fazer, dar um tempo para que eu pudesse pensar sobre tudo o que estava acontecendo, tentar entender. Eu simplesmente precisava de tempo.

Ele levantou seu olhar até o meu e pareceu como se eu o tivesse apunhalado com uma espada.

– Eu entendo. – ele respondeu. A dor em sua voz era insuportável. Senti como se o mundo estivesse colapsando ao meu redor, como se o sol estivesse lançando suas chamas sobre nós e nos queimando, queimando nossas esperanças e incendiando tudo de bom, deixando apenas cinzas e destruição.

Thomas então se levantou e saiu, deixando-me ali, encarando o nada.

Depois que ele saiu, peguei aquele maldito dossiê e o queimei, assim como a felicidade estava sendo queimada de minha vida. Não queria mais ler nada sobre aquilo, não suportaria.

Desci até a cozinha e encontrei Lydia, que parecia ter voltado de algum lugar.

– Tudo bem, Newt? – ela perguntou. Ela não fazia ideia, e não poderia culpá-la, ela tem seus próprios problemas.

– Eu acho que sim. – respondi, e então me dei conta de que não era a primeira vez que respondia aquela pergunta com incerteza.

Tomei um copo de suco e subi até meu quarto, abri meu laptop e chequei meus e-mails, e um deles dizia exatamente o que eu queria ler. Eu havia tomado minha decisão.

Depois de tudo, me aconcheguei embaixo das cobertas e deixei que as lágrimas rolassem, deixei que a dor tomasse conta, deixei que tudo fosse destruído, que tudo se tornasse cinzas.

Privileged || NewtmasOnde histórias criam vida. Descubra agora