Aylena
- SOCORRO!
Empurro o homem com a maior força que consigo, mas antes que possa pensar em me afastar, ele me puxa e consegue me pressionar de volta contra a parede. Minhas costas queimam e as lágrimas mancham meu rosto junto com a maquiagem.
- Por favor, me deixa ir embora. - digo entre soluços, mas ele ignora e esfrega o nariz nojento no meu pescoço.
Tento não olhar nos olhos do homem, focando em um galpão de portões azuis. Dizem que é uma forma de se abrigar contra o medo.
Sinto sua mão descer até o feixe da minha calça, e aperto as pernas tentando evitar que ele alcance finalmente o espaço entre minhas pernas.
- Alguém me...! - grito novamente, mas ele me impede, colocando a mão sobre minha boca e pressionando, quase tapando minha respiração.
Me debato debaixo de seu corpo, e parece que a cada segundo seu peso fica maior. Ele finalmente alcança minha calcinha, mas quando seus dedos ameaçam penetrar o tecido, o homem cai rapidamente para trás.
Fecho rapidamente a calça e me afasto do muro onde estava encostada. O homem está caído no chão, enquanto encara um outro rapaz de capuz preto.
- Que porra você pensa que está fazendo? - o velho diz com a voz alta e embargada.
- Some daqui ou eu acabo com você.
O homem solta uma gargalhada alta, engasgando um pouco logo em seguida.
- Quem é você, moleque?
O rapaz retira o capuz, e no mesmo instante o homem levanta cambaleante e se afasta o mais rápido que pode, sumindo em um beco escuro.
Só então percebo que estou soluçando, enxugo as lágrimas com a mão e observo a mancha preta de maquiagem em meus dedos. Limpo-os na calça jeans imediatamente.
O menino se aproxima e me entrega a bolsa que estava no chão até então. Seus olhos cor de mel estão brilhando com a luz do poste ao nosso lado.
- O que você está fazendo aqui a essa hora?
- Não vou tentar explicar. - digo quase sem som.
Ele sorri de canto e retira o celular do bolso. Observo o movimento com cautela.
- Vou chamar um táxi pra você.
Pego meu celular na bolsa e observo a tela rachada. Deve ter sido na hora em que o bêbado jogou a bolsa no chão. Procuro pelo nome de Charlie na lista de contatos, mas antes que pudesse pensar em discar o número, a voz dele penetra meu ouvido.
- Lenna! - viro-me e o observo vindo em minha direção com seus passos rápidos e desajeitados. - Você está chorando?
- Não foi nada demais. Um louco queria me assaltar, mas ele...
Dou-lhe as costas para apresentá-lo ao garoto que me salvou, mas ele não está mais ao meu lado. Faço um biquinho e volto a olhar para Charlie.
- O que? - Charlie indaga com uma das sobrancelhas erguidas.
Solto um suspiro.
- Nada, só me tira daqui. - ponho fim no assunto e vou em direção ao Jeep azul claro.
(...)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Code of Honour • Z.M
FanfictionA Herdeira de quase toda a Nova York... O Príncipe do tráfico... Duas pessoas de dois mundos completamente diferentes. Bem... Costumam dizer que os opostos se atraem.