Aylena
São quase quatro da tarde e eu ainda não tive a sorte de encontrar o tal do garoto. Jogo o terceiro copo de café no lixeiro da praça, e me levanto do banco. Sinto como se minha bunda estivesse toda para dentro devido o tempo que passei nesse banco.
Penduro a bolsa no ombro e começo a atravessar a pequena praça, indo em direção ao meu carro. Um grupo de garotos está encostado no capô, continuo caminhando até o mesmo e destravo assim que chego ao lado da porta do motorista, fazendo os garotos saírem.
- Eu preciso tirar o carro - digo, mas eles se afastam sem nem mesmo me responder.
Abro a porta do mesmo e faço menção a entrar.
- Ei cara, depois aparece lá em casa - um dos garotos diz a um outro que ainda está encostado no meu capô.
Reviro os olhos e buzino uma vez, até que ele finalmente sai e se vira para mim, fazendo meu coração disparar. Aqueles olhos. Os olhos cor de mel.
Observo-o por alguns segundos, até que ele da-me as costas e sai. Desço do carro imediatamente e nem me importo em checar se esta travado.
- Ei! - grito, mas ele parece não escutar.
Aumento os passos e agarro a manga de seu casaco preto, fazendo-o se virar para mim com um olhar fechado.
- Que po... - ele para assim que parece me reconhecer.
Um sorriso se forma em meus lábios, ao observar novamente os olhos do garoto.
- Lembra de mim? - indago.
- Te vi ontem, como eu ia esquecer? - ele diz sem disfarçar o tédio, e eu engulo seco.
- Certo... Hm, eu te procurei muito... - ele ergue a sobrancelha - Pra te agradecer por ter me ajudado ontem.
Ele dá de ombros.
- Ok - no mesmo instante ele me dá as costas e continua caminhando.
Como assim "ok"? Observo ele seguindo em frente, e me ponho mais para frente, agarrando mais uma vez a manga de seu casaco.
- Que merda você quer? - ele diz com a voz rouca um tanto mais elevada.
- Sei lá, a gente podia sair e tomar um café ou qualquer coisa. - digo com a pele arrepiada.
Ele solta uma gargalhada e eu olho para os lados.
- Escuta garota, se você pensa que isso aqui é uma história de internet, em que o vagabundo salva a mocinha e eles se apaixonam, sinto dizer que você está muito enganada - ele diz ainda sorrindo - Aqui é a realidade.
Engulo seco enquanto penso no tempo que perdi procurando por ele. Se Charlie soubesse, ele diria: "você é muito idiota, Aylena".
Dou um sorriso de canto e finalmente digo:
- É, você tá certo. Como eu pude pensar que um desclassificado como você pudesse frequentar o mesmo lugar que eu.
Observo sua cara de indignação por alguns segundos e dou-lhe as costas finalmente. Hesito um pouco, mas olho para trás rapidamente, mas ele não está mais por perto. Entro no carro e saio o mais rápido que posso de Hell's Kitchen.
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Code of Honour • Z.M
FanfictionA Herdeira de quase toda a Nova York... O Príncipe do tráfico... Duas pessoas de dois mundos completamente diferentes. Bem... Costumam dizer que os opostos se atraem.