O Que a Máscara Esconde...

Gato Misterioso. Moça Misteriosa

Ainda naquela noite, o príncipe andava sem rumo em meio as ruas. Não se importava se alguém lhe via, aliás, ainda estava com seu disfarce de "ChatNoir".

Ainda sem rumo, com as mãos no bolso, estava perdido em pensamentos. Não parava de pensar na jovem que tinha puxado para dançar.

Ele somente queria uma companhia para passar despercebido durante sua fuga, mas acabou sendo bem mais que isso. Ele não parava de pensar no jeito em que, uma hora a mesma era tímida e em questão de segundo se tornava determinada e sarcástica consigo. Não parava de pensar em seus olhos. Ah... aqueles olhos mais azuis que o próprio mar, aqueles olhos que tanto ele tinha ficado vidrado. E não parava de pensar, em quando a veria novamente.

Não dava mais para voltar atrás, já tinha fugido. Já tinha forjado sua captura, e se conhecia bem seu pai, ele já tinha interrogado até a grama para acha-lo.

O jeito mesmo era continuar com o plano. Não queria que fosse assim, ele não queria ter sido obrigado a fugir já que com seu pai não tinha conversa. Anos de experiência com isso, tudo sempre acabava como seu pai queria, até mesmo seu café da manhã. Ele estava cheio disso! Já como um jovem adulto queria ter que tomar as próprias decisões. Mas seu pai simplesmente fingia que não lhe ouvia, e acabava sempre da pior maneira para o príncipe. Assim que descobriu o plano de seu pai que envolvia aquela tão amarga princesa, viu que precisava tomar uma providência, e gastar saliva atoa com seu pai não era. Aliás, aquela não era uma simples ordem de seu pai que ele ficava infeliz por um momento, mas sim, para sua vida inteira. O objetivo de um casamento não era esse? Ser feliz a vida inteira com a pessoa que ama? Ele não iria ficar parado esperando tudo acontecer, a raiva lhe tomou conta e lógico, foi pedir ajuda a seu fiel companheiro; que de primeira tinha topado tudo. Era arriscado, mas as favas com o trabalho dele. Tudo o que Nino queria era ver o amigo feliz. Foram dias analisando cada  detalhe seriamente para tudo sair melhor que o esperado, o que o príncipe não tinha decidido ainda era o que iria fazer depois de ser "capturado". E para completar, onde iria se esconder? Ele iria ficar de ChatNoir para o resto da vida? Ele queria decidir mais tarde, quando já estivesse longe daquele castelo.

E então, agora ele está encostado em uma árvore, sentado com apenas uma perna esticada e com a mão apoiada em seu joelho dobrado. Ele olhava fixamente para o castelo, que da árvore dava uma bela vista dali. Ele estava longe, mas não o bastante para perdê-lo de vista.

Queria pensar no que iria fazer agora, mas seus pensamentos tinham outros rumos. Aquela garota mexeu de alguma forma com ele, diferente de todas as princesas que ele conversava (na maioria das vezes por educação).

Seu medo era que estivesse gostando dela. Mas era cedo demais para pensar nisso, aliás, tudo o que tiveram não passou de uma dança.

Ele queria voltar para o castelo para vê-la novamente, e... espera, porquê não? Poderia entrar lá com seu disfarce e se manter informado com Nino, e juntos poderiam pensar calmamente em como resolver a situação. Afinal, ele não poderia se esconder para sempre e de quebra, veria Marinette mais uma vez.

Levantou decidido de onde estava e correu em meio as árvores até achar duas moitas unidas, um pouco isoladas. Não chegava nem perto do conforto de sua cama, mas estava bom para passar uma noite. Teria que se lembrar de procurar uma pequena pousada pela manhã, afinal, saiu do castelo com uma boa quantia.

Foi se ajeitando nas moitas, encostou sua cabeça e, em meio aos suspiros, disse:

ChatNoir: ...Lhe prometi te ver, M'Lady. E é isso o que eu farei... -Dito isso, ele adormeceu.

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Já tinha amanhecido, e o príncipe resmungava por ter parado para dormir tão tarde. Levantou-se, e verificou se realmente estava sozinho. Andando, ele encontrou um pequeno lago. Decidiu rapidamente tirar suas vestes para banhar-se antes de ir para o castelo, logo depois vestiu suas roupas e caminhou até o reino. Saindo então da floresta.