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Florianópolis/ Santa Catarina
[15:25]

Era o quarto banho daquele dia. As mãos enrugadas e trémulas mostravam o quão aquelas horas de molho dentro da banheira de água fria o afetava fisicamente. Abraçado as próprias pernas, com os olhos a chover sobre seu rosto pálido, respiração ofegante, nervosismo, receio, medo, eram a prova da sua queda psicológica.

Remorso seria a palavra perfeita para aquele turbilhão de efeitos colaterais, significando cada detalhe e traço tenso, perdido em meio aos olhos cheio de medo. Porem não passava de remorso!

Sentimento que não é precisamente o sinônimo de arrependimento, como nós humanos pensamos por muitas vezes, pelo contrário meus caros! Esta muito além disso, pode-se dizer que o remorso estava mais para egoísmo!

A mente, uma das coisas mais magníficas do mundo, as sete maravilhas unidas em uma!
Tem a capacidade de produzir tantas coisas, até mesmo um falso arrependimento, que pode chegar bem próximo ao real, apenas para não sentir uma peso maior causado por terceiros, ou até mesmo para cobrir os gritos da própria mente, por uma infração que feriu os princípios!

O que sua mente seria capaz de fazer por você?

-Vai ficar tudo bem! -A voz doce e confiante, ecoou nos ouvidos do jovem.

-Não vai! Eu matei uma pessoa, Samire! -Sua voz chorosa era forçada a sair mais alta que um mero sussurro.

-Nós matamos! E foi necessário! -Ela falou firme, pondo as mãos sobre os ombros do rapaz começando a massagear! -Sacrifícios sempre são ...além disso, faltam apenas seis e seremos apenas nós dois novamente! -O rapaz encheu os pulmões de ar e fechou os olhos, era doloroso ver alguém que sempre esteve com ele sendo forçada a se tornar um monstro juntamente com o mesmo!

-Que lindo, chega a ser comovente! -A voz acompanhada pelo sorriso diabólico e palmas sarcásticas invadiu a intimidade dos dois, o jovem tratou de limpar os olhos e colocar um sorriso forçado nos lábios, na tentativa de ser firme.

-Fez um ótimo trabalho lá! -falou sendo seguido pelos olhos atentos que o observava passar o dedo pela pia do banheiro, pegando o pequeno objeto.

-Você é um monstro! -O rapaz falou enquanto o homem a sua frente andou até Samire pegando a mesma pelo braço!

-E você não?! -O mesmo falou caindo na gargalhada. -Você esta cada vez mais bonita! -pegou Samire pelo queixo e a mesma virou o rosto para evita-lo.

-O que você quer? -Samire perguntou se esquivando.

-Os que faltam! -O homem voltou a rir falsamente abrindo a porta para sair.
[···]


Florianópolis/ Santa Catarina
17 de Abril de 2006
[06:12]

(Natália)


-Bom dia, Natália! O que temos aqui hoje? E por quê os PM's também vieram?-George perguntava ao mesmo tempo que ia andando e pondo suas luvas de silicone.

-Segundo os documentos que encontramos: Fernanda Menezes, vinte e dois anos, cartões, dinheiro, tudo aqui, o que índica execução, foi encontrada por um homem, que estava indo para o trabalho, por volta das cinco horas da manhã de hoje, sem cameras, sem pistas, armas "simples", crime brutal, pelo que observei foi perfeitamente planejado! -falei rápido, assim como havia ensaiado minutos antes. -E os militares chegaram aqui primeiro....Senhor! -Sua expressão desapontada era evidente.

-Já ouvi falar dessa garota? -Ele me encarou.
-Provavelmente, seu nome é conhecido, filha do Doutor Menezes. -falei e George confirmou.
-O que faz a obra ainda mais intensa! -olhou-me de soslaio.
-E perfeita!

-Nenhum crime é perfeito, Natali! -Ele forçou um riso e foi se aproximando do corpo rodeado pela perícia criminal, a imagem lembrava a nova série policial de Nova York. -Já sabem a causa?

-Afogamento e estrangulamento, seus pulmões estão cheio de líquido, a dupla da falta de ar se aproveitou dela! -Laís falou sem dar muita atenção para George, que apenas confirmou com a cabeça como se recebesse as informações passadas por ela.

-Pode não ser perfeito, entretanto o assassino é um doente, percebe a diferença daqui para lá? Dos ossos nessa região? -Apontou diretamente para suas costelas. -nem se ela tivesse caido do sexto andar, teria esse estrago! - Mark se aproximou e mostrou sua camera para George.

-Com um filósofo disse uma vez: criminoso, no momento em que pratica o seu crime, é sempre um doente. -Ri ao ver Mark revirar os olhos.
-Exatamente Natália! -George disse e logo levantou-se indo até a esquina olhando atencioso para o chão.

-Acho que os seus filósofos não vão poder falar para sempre! Moça.-Mark sussurrou próximo ao meu ouvido dando ênfase no "moça" e riu sarcasticamente, jogando seu ombro contra o meu.

Eu confirmei com a cabeça lentamente, para irritá-lo. Puxei o ar com força para meus pulmões e os deixei fugir pela minha boca em forma de vapor, Frio, meu corpo não havia sido preparado para isso, digamos que a ocasião não me deu tempo de me preparar para mais um dia chuvoso.

-Natália, venha ver! -Laís estava de joelhos examinando cada detalhe do corpo húmido e gélido, tanto pela chuva passada e clima, quanto pela morte, é incrível e estranho está perto de traços tão delicados e violentamente deformados, Laís gesticulou com a mão me chamando com um sorriso nos lábios, aquilo era um conhecido "preciso falar com você!"

-Pois não? -perguntei indo com animação até ela, mas logo me arrependi ao sentir o gosto e a queimação subindo pelas minhas entranhas, coloquei rapidamente a mão na boca e me obriguei a engolir o vómito, que voltou queimando tudo como quando veio.-Ah meu Deus!

Ela havia aberto a boca de "Fernanda", o sangue coalhado brilhava fazendo meu estômago revirar, estou no trabalho errado, Tentei intercalar todos os meus sentidos e me forçar a acreditar que aquilo era apenas gelatina, o que obviamente não deu certo.

-Deixa de ser frouxa, venha cá, me ajudar! -Ela colocou uma espécie de sugador, parecido os que os dentistas usam, na boca do cadáver enquanto eu segurava para facilitar o processo.

-Esse não é meu trabalho! -resmunguei e ela revirou os olhos.
-Mas se esta aqui, é para isso! -Laís é estranha, tem a mania de falar que tudo tem o seu ponto certo, nada é em vão!  -Você não vai se arrepender!
-E é por isso que eu te adoro! -falei-lhe e mandei um beijo pelo ar.

-Vocês não vão acreditar com quem eu estava mais cedo, na minha cama quente e prazerosa!-Jéssica falou abraçando me por trás com um tom traquina.

-Você podia tá até com o Satanás, mas vá dá seus orgasmos em cima de outro!-falei esquivando, com voz falsamente irritada.

-Ai... não fala mais comigo sua puta! -Jéssica falou me soltando e seus olhos pararam no cadáver. -Que merda é essa que vocês tão fazendo?!

-É o que eu queria saber! -falei olhando Laís que continuava com seu empenho em tirar todo o excesso de sangue.

-Trás uma lanterna! -Ela falou ainda mais animada e Jéssica de imediato lhe entregou.
-O que tem ai? -perguntei colocando o rosto próximo a boca e ao perceber voltei meu para trás.
-Olha para o primeiro dente molar inferior dela!

-Não tem! -Jéssica falou com cara de tédio.
-Exatamente, e pelo que vejo este, foi arrancado recentemente! -Laís falou radiante. -Se não encontrarmos esse dente, confirmaremos com que tipo de colecionador trabalhamos! -Não pude conter o sorriso, ali estava, perante os meus olhos, a assinatura de uma obra tão bem feita.

-Chamem o George para mim! -falei em bom tom.

Oiiii nutellas com torradas e suco de maracujá!
AHHHHHH TÁ RUIM EU SEI SORRY!
AHHHHHH faltei plagiar SCI😅😅
Ultimamente a criatividade me abandonou desculpas :(
Perdão também pelos erros ortográficos.
Eu não queria postar assim, mas eu não consegui melhorar, espero que tenham paciência comigo, eu vou dar o melhor de mim, juro a vocês!(E dessa vez eu vou cumprir minha palavra de honra!)

Eu amo-vos!

Bjuss da Sasa❤❤❤❤
❤❤❤❤❤❤❤❤❤

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