Sexta-Feira Negra

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Na sexta logo pela manhã tivemos a noticia de que mais pessoas haviam morrido e várias outras em partes da cidade estavam invadindo casas, saqueando lojas, estava um caos na cidade, descontrole, gritos, pessoas abordando pessoas nas ruas, e o que pareciam ser "ex-humanos" praticando ''canibalismo'' em plena luz do dia.

Alguns policiais especializados levaram amostra de sangue de uma dessas pessoas estranhas para um laboratório e foi declarado que foram infectadas pelo "vírus T", nada mais havia sido esclarecido sobre o assunto.

Logo a noite resolvi pesquisar na internet sobre esse vírus, possivelmente não deveria ser algo totalmente novo, achei um site pequeno, parecia ser um blog pouco confiável de um doutor que já estava aposentado a 20 anos, com apenas uma matéria, não entendi muita coisa, provavelmente só pessoas formadas em biologia tirariam proveito daquilo, o que consegui entender da matéria é que esse Vírus T é mortal, provoca uma espécie de morte no corpo todo dominando o cérebro, o único jeito de parar alguém infectado com isso é destruir seu cérebro. logo, não tem volta, uma vez infectado, só pararia com a morte.

Continuo pesquisando quando ouvi barulho de tiros na rua e olhei da minha janela, policiais atiravam em um desses caras que tentou invadir a casa da Nossa vizinha, vi a terrível cena e correndo liguei Nicolas, ele atendeu, falei sobre o q eu havia pesquisado pra ele e ele me disse que não fazia ideia do que fazer, estava com voz de choro. Pra mim ainda era algo tão surreal que não caia a fixa de que era verdade.

...Eu também não fazia do que fazer.

Logo ao anoitecer ouvimos fortes barulhos de pancadas na porta, corremos pra escada, meu pai pegou o taco de baseball e esperamos o que estava batendo na porta arrombar ela de vez, quando a porta foi quebrada era um desses zumbis, minha mãe gritava apavorada, meu pai pediu silencio, vi ela engolir o choro e ficar imóvel mesmo que possuída pelo desespero, fiquei quieto por um bom tempo enquanto meu pai batia nele com o taco, ate q o zumbi parou de se mover e ficou numa posição torta caído no chão.

Subi rápido ao meu quarto e coloquei algumas coisas numa mochila na qual eu já tinha preparado pra algo desse tipo (obrigado Nicolas), ao descer as escadas vi meu pai lutando contra outro deles e o anterior que já havia sido abatido, se arrastou pelo chão e mordeu a perna da minha mãe, ela o chutava com a outra perna, e tentava não entrar em desespero, acho que tudo isso pensando em mim.

Eles Gritaram pra que eu saísse dali rápido, eu não consegui pensar no momento e fiquei paralisado, meu pai pegou a sua pistola que estava debaixo do sofá, e jogou pra mim, e gritou como nunca havia feito antes, com um tom melancólico e ao mesmo tempo autoritário ele me mandou sair da casa. Guardei a pistola no bolso.

Corri como nunca corri antes.

Pulei o muro da minha casa e fui em direção a avenida, que parecia tomada por caos, pânico e ao mesmo tempo gritos que tornavam-se silêncio.

Eu corri em direção a casa do nicolas naquela noite, mas estavam seus pais caídos sob a mesa de jantar, os corpos dilacerados, tapei a boca num susto ao ver a cena, andei ate a cozinha e encontrei João chorando escondido próximo a área de serviço, perguntei a ele onde estava nicolas, ele não soube responder, mas  disse que nicolas não estava em casa, saímos da casa após pegarmos comida da casa dele, que felizmente nao havia mais nenhum zumbi, Eles já haviam passado por lá e por muita sorte joão se salvou.

Fomos em direção a rua principal da cidade, estava mais deserta do que nunca, mais do que nos feriados onde todo mundo viaja.

Nos abrigamos numa casa da árvore velha abandonada na antiga casa onde vinicius morava a um tempo na rua de trás, costumávamos sempre ir lá pra bolar projetos aleatórios desde criança, ninguém andava por ali, era o nosso único local. Então ficamos revezando quem vigiava naquela noite.

Lute Com Os MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora