Capítulo 3- Em vão

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Uma semana se passou depois desses acontecimentos. E durante esse tempo eu apenas tentei ignorar sua presença. Mas, parecia que quanto mais eu queria me distanciar de você mais você estava por perto. Nos corredores, no pátio, no caminho para casa; você estava em todo lugar. Até em meus sonhos, admito.

Eu te peguei olhando em minha direção enquanto estávamos no pátio. Me convenci a desviar o olhar, mas não sem antes pensar "se eu continuar olhando, será que ele irá vir falar comigo?".

Quando estamos apaixonados, pensamos e agimos de forma ridícula. Agora eu percebo e me sinto estúpida por ter pensado o que pensei e feito o que fiz.

***
Eu teria conseguido te ignorar por mais algumas semanas, se você não tivesse- do nada- começado a tentar ser gentil comigo. O que te levou a fazer aquelas coisas?

Num momento nós só trocávamos breves e inaudíveis "ois" e no outro, você estava oferecendo-se para carregar minha mochila. A vida é mesmo estranha.

Quando acabava o último horário, eu pegava minha mochila rapidamente, assim eu te encontrava no portão de saída, me esperando.

"Quer que eu leve sua mochila?", você dizia.

E eu, respondia um "ok", tentando parecer indiferente quando na verdade haviam fogos de artifício em meu coração.

Clarissa ia conosco. Nós duas conversávamos sobre coisas aleatórias até chegar na esquina de nossa rua, onde ela se despedia e seguia para casa. Você continuava pedalando devagar alguns metros a minha frente, enquanto eu secretamente te admirava. Era uma visão um tanto engraçada, você com uma mochila em cada lado do corpo.

Chegando em frente a sua casa, você parava a bicicleta lentamente, e me esperava. Entregava minha mochila, esbarrando sua mão na minha e dizia um "te vejo amanhã..." . Eu sorria, porque não sabia o que dizer. Mas, na verdade eu estava gritando por dentro.

Essas pequenas coisas significavam muito pra mim. Porque não pra você?

Um dia no futuro quando toda dor tiver passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora