Capítulo 1 - Entre Algemas e Asas.

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Bom..uma historia. Eu prometi para uma amiga que iria escrever um livro, mas não sei por onde começar. Bem, acho que vou começar falando um pouco sobre mim.

Oi, eu sou Tyrone Gaia, tenho 17 anos e sou um dos Guardiões Celestes. Mas, acho que vocês não sabem o que seria um Guardião Celeste. Então irei explicar. Um Guardião Celeste é o mais forte entre todos os cavaleiros do rei. Para você se tornar um, você teria quatro opções. Primeira: você tem que vencer um torneio, que é disposto pelo rei. Nesse torneio você tem que vencer mais de mil adversários, simultaneamente. Que para o rei seria o equivalente para vencer um Celeste Dragon. A segunda: vencer um Celeste Dragon, entre todas as opções eu prefiro a primeira. Se você achar e derrotar um, você tem que levar a cabeça dele para os guardiões e o rei subjugarem o valor da cabeça, assim, você ganha o titulo da cor do dragão. A terceira e a que eu mais detesto: matar o atual Guardião Celeste em duelo, e a ultima que é mais difícil: fazer uma pesquisa que determina uma descoberta, ou mostrar sua habilidade. Só que a maioria falha pelo fato de que sempre aparece um melhor. E vocês se perguntam como eu me tornei um. Irei te contar.

Quando eu era criança, la por volta dos treze anos, eu e os meus pais éramos escravos. Eu passava dias e dias minerando, plantando, colhendo, arando, semeando e alimentando os animais. Mas teve um dia que tudo foi diferente. O senhor de engenho pediu para que todos os escravos se apresentassem na senzala. Fui com os meus pais e nós estávamos conversando sobre a maravilhosa feijoada que minha mãe tinha preparado. Estávamos alguns metros da senzala, quando a Katherine me chamou. Ela era minha melhor amiga. Ela era uma menina doce e de cabelos cacheados e escuros como a noite, pele negra e os olhos brilhantes e tinha um sorriso que poderia alegrar a alma de um zumbi. Ela pegou o meu braço e me puxou até uma árvore. Meus pais olharam para trás e só viram eu sendo puxado, minha mãe me olhou e fez uma cara que dizia: " Olha o que você vai fazer ", que foi bem diferente do meu pai que estava com uma cara maliciosa. Eles se viraram de novo para a direção da senzala e se abraçaram.

- A gente tem que fugir hoje! - Disse ela com um rosto de desespero.

- Mas, por que? Vamos logo para a senzala, antes que o capataz nos veja! - Respondi para ela, olhando para os lados.

- É serio, eu ouvi um dos orcs falando que vão matar alguns escravos! - Disse ela apavorada.

- Mas como você sabe o que eles disseram? Se for mais uma de suas brincadeiras, saiba que já passou dos limites - falei irritado.

- Você é lerdo?! Se esquece de que eu aprendi a falar a língua deles? - Disse a mesma com um olhar de superioridade.

Fiquei em silêncio.

- Imaginei. Onde estão seus pais? - Ainda com olhar de preocupação.

- Estão na...

No mesmo momento, sai correndo até a senzala e vi que todos os escravos já estavam dentro. Em seguida o senhor de engenho e o capataz entraram. Corri o mais rápido possível. Quando cheguei na porta, tentei abri-la, mas ela estava trancada por dentro. Fui para a janela mais próxima e consegui ver meu pai na frente do senhor de engenho. O senhor de engenho empurrou o meu pai na direção do feno e deu um tapa na minha mãe, que foi na direção oposta a do meu pai. Meu pai levantou do feno e foi para cima do senhor de engenho. Quando os dois estavam cara a cara novamente, o senhor de engenho deu um soco na barriga do meu pai, meu pai se ajoelhou e no mesmo movimento deu uma rasteira nele. O Sr. E caiu, meu pai iria acertar uma cotovela no rosto dele, mas ele foi interrompido pelo capataz que deu uma facada que cortou a cabeça dele ao meio. Minha mãe estava horrorizada e estava chorando, os outros escravos recuaram cada vez mais. Eu em um acesso de fúria, bati diversas vez no vidro e gritando, mas foi em vão. O Sr. E se levantou e pegou minha mãe pelo cabelo e já tinha notado a minha presença. Ele a levantou e a colocou na minha frente. Ela estava chorando, e suas ultimas palavra foram mais ou menos "te amo meu filho. Se cuida!". Depois que ela disse isso o Sr. E cortou o pescoço dela. A janela ficou coberta com seu sangue. Em seguida ouvi mais barulhos vindos de dentro, gritos, choros e berros. Olhei para o lado e vi que Katherine. Ela estava em um estado de choque tão profundo, mas tão profundo, que os olhos dela já tinham perdido o brilho. A gritaria tinha acabado e a porta estava começando a se abrir. Peguei a Katherine e a coloquei em minhas costas e fui em direção do matagal. Sai correndo o mais rápido possível até chegar no lago dos gritos, onde atrás da cachoeira tem uma gruta, que era o meu local para comer algumas coisas que eu roubava da cozinha deles. Entrei na gruta e deixei ela sentada no fundo.

Fui até o começo da gruta e olhei por uma fresta que a cachoeira dava e vi que tinha alguns orcs nos caçando com cachorros infernais. Voltei para o fundo da gruta e fiquei do lado da Katherine. Até que adormeci. Acordei e não tinha noção das horas, mas já deveria ser de noite. Fui até a entrada da gruta e a lua já estava em seu auge. Olhei em volta e voltei para o fundo. Vi que Kate estava dormindo, fiquei admirando sua beleza e passei a mão em seu rosto. Ela ainda estava com uma cara de medo e estava chorando mesmo dormindo. Cutuquei ela, para que ela acordasse, mas falhei na tentativa. A peguei novamente e a coloquei em minhas costa e fui até a fresta da cachoeira e olhei para todos os lados e sai. Voltei para o matagal e segui na direção das montanhas. Quando a Katherine começou a se mexer.

- Onde estamos? O que aconteceu lá?

- Estamos perto das montanhas de gelo. E...alguns escravos...morreram.

- Seus...

- Sim...

- E oque vamos fazer agora? Somos escravos no continente orc. E não temos nada para podermos nos virar, somos duas crianças que não sabem fazer nada.

Parei na frente de uma placa que mostrava dois caminho. Um levava para as montanhas, e o outro levava para a fronteira dos orcs com os humanos. Coloquei ela no chão e me virei para ela.

- Bom se você ir pela esquerda, você volta para o nosso continente ou algum lugar perto eu acho. E se você ir pela direita, vai para as montanhas de gelo, onde dizem que tem alguns dragões por lá.

- Você vai por onde? Logico que para...

Continuei olhando para ela em silêncio.

- Serio? O que você tem na cabeça para ir nas montanhas? Você não tem equipamento, muito menos roupas para fazer isso.

- Eu realmente não sei, mas acho que eu tenho que ir. Tem algo me chamando lá.

- Tem sim. Eu sei muito bem o que é, ela se chama morte.

- Você já me conhece, sabe que mesmo que você me mostre o lado negativo da coisa eu ainda vou ir.

- Logico que eu sei. Já que você é um idiota. Mas você vai voltar?

- Sim.

- E vê se você não arranjam nenhuma confusão e muito menos uma namorada por que eu serei sua noiva!
- Disse ela convencia e com um olhar de triunfo

- Só por que meus pais e seus pais concordaram, não quer dizer que vamos nos casar!

- Independente disso. Se eu te ver de novo e você estiver com uma candanga, eu vou bater nos dois.

- OK! OK! - Disse mexendo no cabelo.

- Tchau.

- Tchau.

Ela me deu um abraço quente e caloroso e eu retribui o abraço. Quando acabamos de nos abraçar, fiquei fitando os olhos dela. Aqueles olhos cinzentos, mas com muito mais brilho que a lua. Fui me afastando dela, ela foi para a direita e eu para a esquerda. Antes mesmo de entra nas cadeias montanhosas já sentia frio, mas minha caminhada só tinha começado.

Estrelas CadentesOnde histórias criam vida. Descubra agora