Para Dentro

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Meus olhos estão cravados nos seus

Procurando por meu corpo nas profundos lagos negros de suas pupilas

Você disse que minha alma é antiga, mas eu discordo

Sou feito de ossos milenares despedaçados, como os restos de um dinossauro que um arqueólogo desistiu de arrancar da terra

Deve haver uma saída da sensação de se estar perpetuamente flutuando, desconectado de tudo que importa

Pior do que sentir muito é sentir nada

Pior que sentir nada é deixar de sentir

Nos profundos lagos negros de suas pupilas eu mergulho, atrás de algo para sentir

Toco, no fundo, as areias do tempo

com minha âncora de introspecção

puxando o navio naufragado de minha alma



N.N.

25.06.16

Romãs Sem Cor - PoemasOnde histórias criam vida. Descubra agora