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Alice

...A vida segue?

O que você quis dizer com isso Rafael?

Bloqueio meu celular e olho para Rafael que respondia outras pessoas.

Raro dele fazer isso.

Flashback On

2012;; Dezembro - Carazinho

- Deixa de ser boboca Ali! Para com isso ele nunca vai te responder!- Júlia ficava insistindo para eu parar de mandar mensagens para o meu ídolo.

- Que tal não? Pensa só Julia um dia eu vou conhecer ele e as possibilidades são imensas.- Digo com um sorriso e cheia de esperança no rosto.

- Er... Ali tem certeza que podemos passar por esse beco?- Júlia pergunta insegura.

Estávamos voltando para casa depois da aula naquela tarde, mas em Carazinho parecia que já estava à noite.

- Ai! Deixa de ser medrosa! Vem vamo!- Puxo ela e vamos em direção ao beco que se fôssemos por outro caminho íamos andar mais 3 quadras.

- Alice.. Tem uns cara alí, melhor a gente voltar...- Júlia sussurra para mim.

Eu devia ter voltando.

Mas foi tarde de mais.

- JULIAAAA!!! SOLTA ELA!- Eu gritava e começam a abaixar a saia de Julia.

- HEY! Você vem participar também ou melhor correr garota!- Um dos caras diz e vejo o despero de Julia.

- ALICEEEE!! CORRE! CORRE!- Júlia gritava.

- Não... NÃO!- Grito e logo vinha um cara atrás de mim e começo a correr.

Corro até chegar na polícia.

Eu estava em choque. Uma policial veio me ajudar.

- Senhorita... Acalme-se o que aconteceu?- A policial perguntava enquanto eu só queria chorar naquele instante.

- A-a... M-minha ir-mã f-foi e s t u p r a d a.- Digo tremula.

- A onde?- A policial pergunta.

- No beco da rua... Júlia... JÚLIA! Eu deixei ela pra trás eu deixei ela sozinha!!! A CULPA É MINHA!- Começo a me desesperar e gritar.

- ACALME-SE SENHORITA!- A policial grita e eu paro.

- Eu vim no lugar errado!- Digo pegando minha mochila e saindo.

Corro chorando para minha casa.

Onde meu pai me bateu mais uma vez.

Flashback Off

- Alice...Não chora.- Rafael diz me abraçando.

- Eu deixei ela pra trás... A culpa é toda minha.- Digo com voz chorosa.

- Quem você deixou para trás? - Ele pergunta.

Eu me viro para ele.

- A minha irmã... A Júlia. - Digo e ele escuta atentamente cada palavra dita por mim.

Ele fica em silêncio e me abraça mais forte enquanto eu molhava sua camisa xadrez toda.