Capítulo 2

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Lágrimas começam a salpicar meus olhos, meu coração bate em um ritmo impossivelmente rápido e meu peito incha de alegria.

- O que? - Sussurro em um fio de voz, querendo confirmar o que me foi dito, antes de encher-me de esperanças.

- Parabéns mamãe, está com sete semanas. - O médico, que agora consigo ler em seu jaleco, chamado Dr. Bertley diz e ainda não consigo acreditar.

Suspiro aliviada sem poder conter a felicidade em mim, puxo Dominic para perto, mesmo que esteja fraca, abraço-o o mais forte que posso, o que no momento não significa muito, mas sinto seus braços imitarem meu gesto e relaxo de imediato, depois de tudo, estou em seus braços, de onde nunca deveria ter saído.

- Rum rum. - O médico faz um barulho com a garganta lembrando-nos lembrar não estamos sozinhos. - Respeito o momento de felicidade de vocês, é realmente um milagre divino e uma maravilha do criador essa criança estar entre nós, mas preciso ter uma conversa com a Dra. Mantovani. - Diz olhando para mim, o sorriso iluminado de Dominic é rapidamente substituído por uma carranca, o franzido formado entre o vão de suas sobrancelhas avisa-me que não gosta nada da ideia.

- Tudo o que houver a ser dito à minha mulher pode ser dito em minha presença, não deixarei-a sozinha nem por um segundo se é o que está pensando doutor, pode esquecer. - Dominic diz, proferindo cada palavra lenta e friamente, em um tom de voz que não permite contestações de qualquer natureza.

Aceno em concordância, em um pedido silencioso para que Dr. Bertley prossiga, o mesmo suspira audívelmente e prossegue.

- Bom, já que não há alternativa. - Caminha até uma cadeira posicionada do lado oposto à maca onde encontro-me e arrasta-a para perto.- Sugiro que sente-se Sr. Davenport.

Dominic em toda sua teimosia e aura controladora continua de pé ao meu lado, segurando minha mão.

- Tudo bem, como desejar. - O médico diz derrotado, assim que percebe que Dominic continuará na mesma posição.

- Não é de praxe que venha incomodar minhas pacientes, ainda mais no estado em que Dra. Mantovani encontra-se, mas eu preciso saber. - Encaro-o e espero que prossiga. - Não é normal que uma paciente chegue aqui grávida, e com o corpo tão cheio de hematomas, que torna-se impossível contar a quantidade!

Posso sentir a postura de Dominic endurecer ao meu lado, e sua mão reflexivamente apertando a minha, dói um pouco, mas não reclamo.

- Aonde quer chegar? - Dominic pergunta direto ao ponto.

- O ponto em que quero chegar, é que, se não houver uma explicação plausível para o que ocorreu à Dra. Mantovani, e o oque ocorreu para que esteja neste estado, serei obrigado a fazer um relatório e chamar a polícia imediatamente.

Viro a cabeça como posso e vejo Dominic matando o médico a minha frente com os olhos.

- Por acaso está sugerindo que fui eu quem fiz isto a minha mulher?! - Pergunta exasperado e sua mandíbula trava em um claro aviso sobre seu temperamento.

O médico levanta-se, ergue o queixo e confronta Nick, mesmo com os muitos centímetros de vantagem de Dominic caso fosse o caso de uma briga admiro sua coragem.

- Acho que me fiz bem claro, e com o temperamento que acaba de demonstrar não duvido nada.

Nick fecha os olhos, com certeza tentando controlar-se e alguns segundos abre-os, um pouco menos explosivo, mas raiva permanece. Aperto fracamente sua mão, ainda segurando a minha, fazendo-o olhar em minha direção.

- Não, amor. Ele está fazendo apenas seu trabalho, sei que soa absurdo à nossos ouvidos, mas ele não tem culpa. - Digo, minha voz rouca e um pouco sonolenta. - Deixe-me conversar com ele.

Belo Recomeço - Duologia Sombras do Passado (Livro II) HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora