A rainha das almofadas

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  Eleonor vivia em um reino não tão distante, muito quentinho e confortável, reino que todos conheciam, chamado de Camolândia. Era princesa deste reino e não havia outro lugar em que ela preferisse estar. Lá ela podia ser o que quisesse, fazer coisas que seriam impossíveis de se fazer em outro lugar qualquer.

Eleonor gostava de tudo em seu reino, mas o seu lugar preferido era o Vale dos Saltos. Um lugar mágico, onde o chão era feito de molas cobertas com uma camada ultra fofa de espuma, espuma esta que era coberta com uma espécie de relva artificial, chamada lençol, que podia ser de qualquer cor desejada, sempre macio e muito cheiroso. No inverno, ele tornava-se ainda mais quente, pois cresciam flores, chamadas de Flanela, que ajudavam a aquecer ainda mais o vale.

Não havia uma única pessoa capaz de resistir aos seus encantos, todos os cidadãos de Camolândia haviam pulado pelo menos uma vez no Vale dos Saltos, até mesmo aqueles mais rabugentos.

Eleonor, apesar de ser uma criança fantástica, tinha um pequeno problema, ela não gostava de dormir. Seus pais já não sabiam mais o que fazer com a princesinha. Nada do que eles faziam parecia funcionar. Era sempre uma grande guerra para adormece-la, ela corria, escondia-se e pulava quando era apanhada. Não havia maneira de conseguir colocá-la na cama

Foi então que o rei e a rainha de Camolândia, depois de muito falarem e pensarem, e falarem novamente, tiveram a ideia que para eles, parecia ser a única coisa que poderia solucionar o problema de sua adorada filha. Eles ordenaram que os guardas confiscassem os travesseiros de todos os habitantes de seu reino. Assim a pequena Eleonor iria perceber a importância de uma noite de sono bem dormida.

Todos estavam dispostos a ajudar a pequena princesa a solucionar seu problema com o sono. Eleonor era muito amada por todos de seu reino.

Após dois dias sem poderem dormir, todos estavam exaustos, sem energias para fazer fosse o que fosse. Mas enquanto todos adormeciam pelos cantos, as baterias de Eleonor pareciam não esgotar. A última esperança de seus pais parecia ter falhado.

Mas no dia seguinte, Eleonor não se sentia muito bem, ela julgava que estava doente. Seu corpo estava muito cansado para se mexer, seus olhos ardiam como se estivessem em fogo, sua boca não parava de abrir sozinha e dela saia um som estranho, como de uma caverna cheia de monstros. Ela mal conseguia manter os olhos abertos.Eleonor estava muito preocupada, pois isso nunca tinha acontecido com ela antes. Talvez fosse uma gripe, ou a tal da virose, quem sabe poderia ser um torcicolo. Sim decididamente era uma destas opções.

Mas o que ela não sabia, era que não era nenhuma destas opções, era outra coisa, que ela jamais poderia imaginar. Algo que chamamos de SONO. Eleonor decidiu sentar-se embaixo de uma árvore do Vale dos Saltos, para ver se esta doença passava, assim ela poderia ir brincar. E foi então que seus olhos se fecharam, e ela adormeceu ali mesmo. Quando acordou a princesa percebeu que não estava doente, mas sim cansada, ela tinha sono, ao chegar a esta conclusão foi direta para o castelo para falar com seus pais.

Ao chegar lá, viu-os dormindo, esperou até que eles acordassem e disse-lhes que estava muito arrependida pelo que havia feito, pediu muitas desculpas para todos os habitantes de Camolândia, devolveu seus travesseiros, e prometeu que a partir daquele dia iria para cama às horas certas.

Eleonor percebeu a importância que o sono tinha, e que depois de uma boa noite de sono bem descansada era muito melhor brincar. E assim ela passou a ir para a cama quando seus pais mandavam. Todos ficaram tão felizes que deram-lhe o título de Rainha das Almofadas e fizeram uma festa para comemorar.

Mas quem estava mesmo muito feliz era a pequena princesa Eleonor, que além de tudo isso, tinha agora um novo amigo, o João Pestana.  

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