♥ Capítulo 02 ♥

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CAPÍTULO 2

Carolina

É tão complicado e difícil dizer adeus.

Sentindo as lágrimas quentes rolarem livremente por minha face, eu estava sendo obrigada a fazer isso.

O medo e a insegurança eram os meus fiéis companheiros naquele momento.

Não saber o que estava por vir, o que me aguardava e quem estava à minha espera, era amedrontador.

Não resisti em conceder um último olhar para o lugar que tive como meu lar desde os meus primeiros dias de vida. E senti o tremor percorrer o meu corpo novamente e um gemido de dor escapulir por meus lábios.

Senti os braços fortes de meu amigo me envolvendo e seus lábios tocando meus cabelos loiros. E sua voz que sempre me acalmou, falhava pela primeira vez.

- Vai ficar tudo bem, Carol. Você é uma mulher forte. Já enfrentou momentos mais difíceis em sua vida. E venceu todos. E não estará só. Eu não te deixarei. Para onde você for, eu irei te encontrar.

Com o rosto colado em seu peito e molhando a sua blusa clara, eu disse:

- Você não sabe para onde irei, Cadu. Nem eu mesma sei ainda.

- Eu sempre te encontrarei.

- Eu estarei à sua espera.

A voz de minha mãe, que me informava que era a hora de partir, fez romper uma nova onda de choro aos meus olhos e o aperto dos braços de Carlos Eduardo se intensificar.

- Suba, minha filha. É necessário. Você não terá o mesmo destino que o meu. E ficando nessa fazenda, o pai de Cadu e Will tornará sua vida um verdadeiro inferno.

Lentamente me desvencilhei do aconchego dos braços de meu amigo e direcionei meu olhar à minha mãe.

- Eu não quero isso.

Mamãe se aproximou e tocou minha face. Era visível que a força que tentava me transmitir não era realmente o que estava sentindo. Ela também temia por meu futuro incerto.

- Você estará segura, minha vida. Isso é o que importa. Agora vá. E quando estiver no meio do caminho, leia a minha carta e encontrará o seu destino.

- Mamãe, Will me fez uma promessa.

- Você viu que ele não é pra você, Carolina. O mundo de vocês é muito diferente.

Carlos Eduardo deu um passo em minha direção e mamãe levantou a mão para ele parar. Mesmo relutante, ele obedeceu.

- Não, menino Cadu. Não daria certo.

Soltando um suspiro alto, meu amigo não resistiu e deu voz aos seus pensamentos.

- Você não é Deus, Lavínia. Não é conhecedora do destino de ninguém. É errado o que está fazendo. Carol tem o direito de escolha. Ela não quer partir. Eles se amam. E...

- Destino? Escolha? Sim. Eu sei que não posso ditar os dias da minha filha. O que eu já fiz no passado, já foi um erro que vou carregar até o fim da vida. Mas protegê-la? Ah, eu posso. E farei. Ela partirá. E se eu estiver errada, cedo ou tarde o amor falará mais alto, e eles irão se encontrar. Mas é chegada a hora de dar a ela o que lhe privei.

Mamãe tocou a minha mão no mesmo instante que a buzina alta do ônibus me fazia dar um pequeno pulo devido ao susto.

Enxuguei meu rosto, respirei fundo e me despedi de minha mãe. Subi os três degraus com o corpo trêmulo e me acomodei no último banco colocando minha mala aos meus pés.

Sempre em meu Coração (DEGUSTAÇÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora