Minhas Cores

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Eu poderia estar em qualquer lugar, um lugar a altura da pessoa que espero encontrar. Mas aquele pequeno café escondido nas ruas da cidade era mais que suficiente para iniciar um dia com a pessoa que virou minha vida de cabeça para baixo.

Me sentei numa mesa com dois lugares próxima a uma janela. Escolhi esse lugar por dois motivos: o primeiro deles é que queria observar os flocos brancos da neve rodopiando pela rua; segundo porque não queria dividir aquele momento com mais nenhuma outra pessoa que não fosse Magnus.

Não demorou muito até que ele chegasse. O homem que havia confundido todas as certezas que eu tinha sobre mim.

- Olá docinho, como você está hoje? - disse em meio a um sorriso encantador.

- Agora estou bem. Olhar para ele me fazia pensar o quanto somos diferentes. Ele vestido lindamente em todas as suas cores e eu na mesmice do preto me escondendo de tudo e todos.

- Você é tão fofo que dói. Estava com saudades. O que vamos fazer hoje?

- Eu poderia ficar aqui nesse mesmo lugar o dia inteiro, apenas olhando para você - O que era verdade. - Ainda seria o dia mais feliz da minha semana - O que também era verdade, tive uma semana de cão.

- Mas isso seria tedioso, baby. - Respondeu com expressão de ironia. - Vem! Vamos procurar o que fazer.

Magnus levantou e me puxou para rua. Estava caindo uma neve fina e correndo um vento fraco que fazia o cabelo dele mexesse e bagunçasse de uma forma imensamente charmosa. Andamos de mãos dadas pela rua, o calor de suas mãos era tão forte que podia sentir através das luvas que usava.

Passávamos por lojas e lanchonetes, Magnus sempre de bom humor me fazendo sorrir a qualquer custo. Por mais que fosse o tipo que eu normalmente evitava, eu amava a personalidade de Magnus e amava o quanto ele se esforçava para me fazer feliz mesmo com tudo que se passava em nossas vidas.

Aqueles momentos simples que nós tínhamos juntos eram minhas lembranças favoritas. Amava aqueles momentos e guardava todos dentro de mim, nos momentos de escuridão em que eu não conseguia ver luz ou cores aquelas lembranças me sustentavam.

- Você é tão lindo, baby. Queria ter dias como esses todos os dias. Os minutos passaram tão rápido que nem me dei conta de que eu precisava partir.

- Vamos ter dias perfeitos e noites ainda mais belas pro resto da vida eu te prometo. Falta pouco.

- Eu te amo e vamos passar por isso. - disse antes de me beijar, o beijo mais doce e cheio de sentimentos que eu já provei. De todos os sabores do mundo esse era meu favorito. - Agora eu preciso ir.- minha vontade era de nunca mais dizer aquelas palavras.

- Tudo bem docinho, a gente se esbarra por ai.- disse e deu uma piscadinha acompanhada de um sorriso e um aceno.

Sempre que eu via Magnus indo era como se todas as cores que ele trazia deixassem o meu corpo e isso causava uma dor emocional tão grande que todo o meu corpo doía. Queria agradecer a Magnus por tudo que ele fazia e significava para mim, mas nunca achei as palavras certas.

Percebi que estava perdido em meus pensamentos e me dei conta de que tinha que voltar para a parte triste e sem cores da minha realidade.

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