Sempre que eu estava longe de Alec era como se parte de mim estivesse faltando. Uma parte que já tomava quase todo o meu ser. Todos os dias eu tentava imaginar o tamanho da dor que sentiria se o perdesse, todos os dias eu sentia medo dessa dor.
Era impressionante como em tão pouco tempo Alec havia se tornado tudo para mim. Em todos esses anos, em todos os relacionamentos que já tive, de todas as pessoas que já conheci, nunca tinha encontrado alguém tão doce. Mesmo que às vezes isso não ficasse claro, Alec era uma pessoa muito doce, tão doce quanto se pode ser.
Era leve e sua leveza me fazia sentir leve também. Seu sorriso e a pureza de sua alma me faziam esquecer todos os fardos pesados que carregava. Alec sempre falava que eu era tudo que ele tinha, mas ele não tinha noção de como ele era meu porto seguro.
Mais cedo naquele dia eu tinha encontrado com Alec, foi um dia tão doce que eu queria que minha alma lembrasse daqueles momentos ate o fim dos meus dias. Sentir o seu cheiro e o seu calor, ver de perto o brilho nos seus olhos azuis, ouvir o som da sua risada: eram sensações que eu guardaria dentro de seu ser e que nunca esqueceria.
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Fazendo o caminho de volta ao trabalho me lembrei do dia em que o conheci, foi Isabelle que nos apresentou. A irmã de Alec era muito próxima de mim desde que fui trabalhar na Pandemônio. Parecida com seu irmão e ao mesmo tempo tão diferente. Isabelle também se parecia comigo, eu a adorava e lhe era muito grato.
Na noite em que conheci Alec, no momento em que meus olhos pousaram nele eu senti algo que nunca havia sentido. Parecendo perdido no meio das luzes e da musica alta estava um garoto que mais parecia um anjo, discreto, claramente não pertencia a aquele lugar. Seus cabelos escuros e seus olhos me atraíram tanto quanto sua personalidade doce me conquistou.
Isabelle não só nos apresentou, ela também nos ajudou com as dificuldades que tivemos - que temos até hoje na verdade - com os seus pais. Eles são extremamente conservadores, quando descobriram sobre nós fizeram de tudo para nos separar e Izzy estava lá, enfrentando os pais para nos ajudar. Agradeço todos os dias a ela por isso, ela foi uma das poucas pessoas que ficou feliz por nos.
Fiquei surpreso e feliz por vê-la quando entrei na boate.
- Oi baixinha, como esta? - Disse dando um abraço bem apertado nela, estava com saudades.
- Ah Magnus, não sou tão baixinha assim. - Falou fazendo biquinho.- Estava com saudades e resolvi passar aqui para te ver. Como estão as coisas entre você e Alec?
- Como se você não perguntasse tudo a ele sempre Izzy.- Falei sorrindo e ela sorriu também. - Estão muito bem, parece ate um sonho.
- Às vezes eu queria viver um sonho desses.
- Você ainda vai encontrar seu príncipe.
Passamos horas conversando e depois de um tempo Izzy saiu, iria se encontrar com alguns amigos. Fiquei esperando algumas pessoas que ainda estavam na boate saírem para poder fechar e voltar para casa.
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Algumas horas depois eu tranquei a Pandemônio e enquanto descia as escadas da entrada vi que Alec estava do lado de fora eu não esperava que fosse vê-lo naquele dia, fui abrindo um sorriso, mas ele se desmanchou ao ver que o rosto que eu tanto amava estava coberto por lagrimas. Corri para saber o que havia acontecido, nunca havia visto um olhar tão triste em Alec antes.
- Baby, o que houve?
- Houve o meu pai como sempre. - Disse num tom amargo em meio aos soluços.
- Eu sinto muito meu amor.- rapidamente o abracei, tudo o que eu queria era proteger ele de tudo e de todos. - Me conte tudo o que aconteceu.
- Ele me xingou, falou coisas horríveis sobre você. Ele não percebe que as coisas que diz não o afastam de mim e sim dele.
Enquanto me contava os absurdos que seu pai havia lhe dito, eu o apertava mais em meus braços. Meu bebê, tão doce, não merecia passar por essas coisas. Ficamos abraçados conversando sobre aquele fim de dia doloroso.
- Eu não quero voltar, Magnus, não hoje.
- Você não precisa, venha comigo eu vou cuidar de você. - Disse pegando na sua mão.
O levei para o meu apartamento, Alec estava exausto, não quis comer e logo dormiu. Vendo ele naquele sono tranquilo era com ver um anjo dormindo. Deus sabe o quanto eu amo esse garoto.
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Colours Of Love
RomanceO céu é azul e o mar reflete o azul do céu. As folhas são verdes, e talvez essa seja a cor da vida. O sangue tem cor vermelha e talvez por isso seja a cor da paixão: forte e quente. Lágrimas não tem cor, assim como alegria ou tristeza, que podem faz...