Capítulo 2

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Estava a andar normalmente, sem pressas, aliás tinha acabado de sair do trabalho e estava a ir para casa. Desta vez não pedira boleia à Lotte, ela tinha muita coisa que fazer. Apesar do seu chefe ser um velho que tenta sempre poupar os empregados, ela tem muito trabalho às vezes.

Estava entretida a comer o meu gelado, que nem reparei quando alguém passou por mim com muita força e acabou por me derrubar no chão, e também fazendo com que o meu gelado tivesse o mesmo destino.

- Ei! Não vê por onde anda?- com tanta frustação acabei por falar em português.

- Eu? Tu é que estavas distraída, a comer um gelado como se fosses uma criança.

- Arrogante.

Eu continuava no chão, e ele começou a olhar melhor para mim.

- Desculpa!

- Ai que simpatia, já mostras-te o teu lado estúpido.

- Compro-te outro gelado para me remediar, o que achas?

- Pode ser.

Ele olhou divertido para mim, mas lá me ajudou a levantar. Enquanto íamos a andar para a gelataria mais próxima, notava que as pessoas olhavam fixamente para nós. Fiquei um pouco incomodada. Entramos e ele acabou por comprar um gelado também para ele.

- Quem era a criança, quem era?-perguntei em tom gozão.

- Ainda não sei o teu nome.-ele disse sem ligar ao meu comentário.

- Inês. Inês Silva.

Senti me observada.

- Porque não param de olhar para nós? É estranho!

Ele lançou-me um olhar incrédulo.

- O quê?

Ele não respondeu. Recompôs-se e fez uma postura de como se fosse apresentar a Rainha de Inglaterra.

- Miguel Gomez!

Eu olhei para ele durante um tempo para ver se o conhecia de algum lado, mas não me veio nada à memória.

- Hamm, não me diz nada.

Ele abaixou a cabeça e ajoelhou-se aos meus pés.

- Como é que uma pessoa pode ser tão inculta? Sou o realizador mais famoso da atualidade. Apareço em todos os jornais e revistas, a toda a hora.

- Bem peço desculpa senhor "famoso", mas eu não tenho tempo para estar sempre ligada a todas as novidades.

- Agora sou eu que peço desculpa. Esqueci-me que nem toda a gente tem uma vida facilitada como eu.- ele tinha um olhar triste e vazio.

- Olha, Miguel, Dá-me o teu número e vamos falando.

Que erro tamanho que eu cometi. Porque não vi logo que ele era como os outros?

Ele agora tinha um aspeto mais cansado, grandes e profundas olheiras, e o seu sorriso contagiante não estava presente naquela doce boca. Merda, ele ainda me causa certas sensações.

- Inês...- consegui vê-lo pronunciar aquelas palavras.

Ele estava parado a olhar para mim, e só depois reparei que a maioria daquelas pessoas que o estavam a rodiar eram, jornalistas e fotógrafos. Estes começaram a olhar para mim, e alguns estavam perdidos, mas começaram logo a juntar os factos.

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⏰ Última atualização: May 15, 2023 ⏰

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REPENTINO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora